Brasil

Como foi a ofensiva policial que aterrorizou a Zona Sul do Rio

Incursão resultou no assassinato de cinco pessoas pela polícia, que relativizou as mortes, dizendo que pelo menos três deles seriam suspeitos de envolvimento com o tráfico

Na última terça-feira (15), uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) invadiu a comunidade da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana e Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, espalhando terror entre os moradores. A incursão resultou no assassinato de cinco pessoas, incluindo o suposto chefe do tráfico local, sendo motivada pela busca de suspeitos envolvidos no assassinato do policial João Pedro Marquini, ocorrido em 30 de março de 2024, na Serra da Grota Funda.

A ação policial, marcada por intenso tiroteio, uso de helicóptero e bloqueio de ruas, transformou a região em um cenário de guerra, com comerciantes e estudantes acuados. Iniciada às 9h, quando agentes da Core e da DHC invadiram a comunidade, a operação desencadeou confrontos imediatos. Moradores relataram nas redes sociais uma troca de tiros prolongada, que gerou pânico generalizado. Um helicóptero da Polícia Civil sobrevoou a área, próximo ao Cemitério São João Batista, intensificando o terror.

Vídeos divulgados mostram a aeronave em baixa altitude, enquanto viaturas policiais bloqueavam vias como a Rua Pinheiro Guimarães, em Botafogo. A Rua Real Grandeza registrou veículos trafegando na contramão devido à movimentação intensa dos agentes.

O clima de tensão afetou diretamente a rotina da região. Comerciantes próximos ao cemitério relataram ao jornal O Globo que o tiroteio foi tão intenso que muitos se esconderam por horas. Uma moradora, que preferiu não se identificar, disse que só se sentiu segura para sair à rua duas horas após o início dos disparos.

O Colégio Andrews, localizado próximo à comunidade, adotou medidas de segurança, mantendo os alunos em salas de aula e cancelando o recreio. Um comunicado da escola informou que “os sons da operação puderam ser ouvidos dentro da escola”, justificando o protocolo adotado.

A operação resultou no assassinato de Vinícius Kleber Di Carlatoni Martins, William do Amaral Gomes, Douglas de Souza Napoleão, Kauã Costa Mota, de apenas 18 anos, e Carlos Eduardo Tavares de Souza. A Polícia relativizou as mortes, dizendo que pelo menos três deles seriam suspeitos de envolvimento com o tráfico. Imagens divulgadas mostram policiais carregando os corpos das vítimas, reforçando a brutalidade da ação.

Dados do Instituto Fogo Cruzado apontam que, em 2024, pelo menos 1.200 tiroteios foram registrados no Rio, com mais de 400 mortes em ações policiais. A maioria das vítimas é jovem, negra e residente de favelas, comprovando um padrão de violência estatal direcionada. Organizações como a Anistia Internacional têm denunciado essas operações como campanhas de terror permanente contra os moradores.

A polícia opera como uma máquina de extermínio da população negra e pobre, atuando para reprimir comunidades sob o pretexto de combater o crime. A extinção das forças policiais é a única solução para interromper o massacre promovido pela burguesia contra o povo brasileiro.

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