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Europa

25 anos do bombardeio genocida da Iugoslávia

Após impulsionar conflito entre sérvios e albaneses, imperialismo utilizou massacre como pretexto para bombardear Belgrado, assassinando milhares. Objetivo: destruir Iugoslávia

Neste domingo (24), completaram-se 25 anos do início do criminoso bombardeio da Iugoslávia. 

Perpetrado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), um exército do imperialismo norte-americano, o bombardeio fez parte da ofensiva imperialista contra os Bálcãs, que havia se iniciado em 1980 para desmembrar a República Federal Socialista da Iugoslávia (RFSI), um Estado Operário oriundo da luta dos partisanos iugoslavos para expulsar o nazismo da Europa ocupada.

À época do bombardeio da Iugoslávia, a República Federal Socialista da Iugoslávia já havia sido dissolvida e, em parte, desmembrada em vários países. Contudo, a Iugoslávia continuava a existir na forma da República Federal da Iugoslávia. Para facilitar seu domínio sobre os Bálcãs, era necessário fragmentar ainda mais aquele território em países menores.

Para alcançar este objetivo, durante a década de 1990, o imperialismo continuou aproveitando-se das contradições entre as diferentes nacionalidades e etnias que habitavam os Bálcãs, contradições estas que já impulsionado para impulsionar a dissolução da RFSI.

Desta feita, impulsionou o conflito entre sérvios e albaneses étnicos, estes que habitavam a província do Cossovo.

Entre 1945 e 1990, o nome oficial dessa província era Província Socialista Autônoma do Cossovo, e era uma das duas províncias autônomas da República Socialista da Sérvia, a qual, por sua fez, fazia parte da RFSI (um federação de repúblicas, semelhante União Soviética).

Já na década de 80, os albaneses do Cossovo tinha demandas nacionalistas de que a província se tornasse uma república paralela fora da Sérvia, mas dentro da Iugoslávia. Com a morte de Josip Broz Tito, o líder partisão fundador da RFSI, essas reivindicações se acentuaram. Da mesma forma, o nacionalismo sérvio também se intensificou.

Com o crescimento do nacionalismo sérvio ao final dos anos 1980, e a progressiva redução da autonomia do Cossovo, por exemplo, em março de 1989 em razão da chamada “revolução” anti-burocrática (uma série de protestos de apoiadores de Slobodan Milošević, líder nacionalista sérvio), a Constituição da República da Sérvia, adotada em 28 de setembro de 1990, retirou parte da autonomia do Cossovo, criando a Província Autônoma do Cossovo e Metohija.

O conflito entre as nacionalidades, sérvios e albaneses, seguiu se intensificando durante a década de 1990. O imperialismo aproveitou-se da discriminação sofrida pelos cosovares albaneses e os impulsionou a forma o KLA, Exército de Libertação do Cossovo.

Aproveitando-se de grave crise econômica e alta taxa de desemprego, o imperialismo seguiu estimulando a contradição entre sérvios e albaneses, impulsionado estes a se levantarem em armas contra o governo sérvio, e os sérvios a reprimirem os albaneses. 

Em razão disto, em 28 de fevereiro de 1998, foi deflagrada a Guerra do Cossovo, cujas principais forças em conflito eram a República Federativa da Iugoslávia e o KLAs (desconsiderando o imperialismo).

Após quase um ano de guerra, em 15 de janeiro de 1999, tropas da Unidade Especial Anti-terrorismo e da Unidade de Operações Especiais (Iugoslávia) perpetraram um massacre no vilarejo de Račak, na região central de Cossovo, quando 45 albaneses-cosovares foram assassinados.

Foi o pretexto que os Estados Unidos precisavam para intervir no país, utilizando-se da OTAN para prosseguir na balcanização (fragmentação em países menores) da Iugoslávia. 

No dia 24 de março de 1999, a aliança da OTAN liderada pelos Estados Unidos desatou a Operação Força Aliada, iniciando o bombardeio de Belgrado, capital da Iugoslávia à época. A ação criminosa durou 78 dias, sendo realizada de forma indiscriminada, assassinando cerca de 2 mil civis sérvios e aproximadamente mil policiais e soldados.

Para perpetrar o massacre, a OTAN utilizou-se do pretexto da intervenção humanitária em defesa dos albaneses. Contudo, o imperialismo havia estimulado as contradições que levaram ao massacre. Ademais, não bastasse o fato de ter sido uma agressão genocida do imperialismo contra um país atrasado, o bombardeio de Belgrado ocorreu ainda em violação ao direito internacional, pois ocorreu sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU.

Frisa-se que as baixas citadas acima foram apenas em decorrência do bombardeio de Belgrado, que ocorreu ao final da guerra, e que foi fundamental para o desfecho.

Alguns meses depois, em 11 de junho de 1999, a guerra terminava, e os Estados Unidos, através da OTAN, concretizou os objetivos almejados. O Cossovo é estabelecido como um enclave imperialista através da Resolução nº 1244 do Conselho de Segurança da ONU. Entre sérvios e albaneses, mais de 15 mil iugoslavos morreram na Guerra do Cossovo, graças ao imperialismo. A Iugoslávia? Sua balcanização finalmente se completou em 2006, quando a República Federativa da Iugoslávia, que já havia se tornado Sérvia e Montenegro, foi desmembrada na República da Sérvia e em Montenegro.

Por ocasião dos 25 anos do bombardeio de Belgrado, Vladimir Putin, presidente da Rússia, discursou em homenagem às vítimas do crime monstruoso perpetrado pelos EUA através da OTAN. Eis a declaração do mandatário:

“O que o Ocidente fez foi completamente inaceitável. Sem nenhuma resolução do Conselho de Segurança da ONU, eles começaram diretamente uma operação militar, uma guerra de fato, no centro da Europa, com o bombardeio da capital da Iugoslávia, Belgrado.”

Em dezembro de 2023, graças a informações fornecidas pela inteligência russa ao governo da Sérvia, uma “revolução colorida” foi desmantelada. O imperialismo visada à derrubada de Aleksandar Vucic, um líder do nacionalismo sérvio, uma demonstração de que, se depender do imperialismo, a Iugoslávia jamais voltará a existir e os diferentes povos dos Bálcãs sempre serão estimulados a guerrearem entre si.

Para finalizar, vale citar uma declaração dada por Vucic, no ano de 2019:

“Nós na Sérvia valorizamos Putin mais do que outros líderes [da Rússia]… Se Putin estivesse a tomar decisões na Rússia em 1999, ninguém nos teria bombardeado”.

Uma demonstração do papel progressista da Rússia em enfraquecer o imperialismo e impulsionar o levante dos países oprimidos.

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