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Campanha da Palestina

Veja como foi o lançamento do livro de Sayid Tenório em São Paulo

No auditório da APEOESP, houve evento de lançamento do livro "Palestina: do mito da terra prometida à terra da resistência" e exibição do filme "O massacre de Sabra e Chatila"

Nessa sexta-feira (5), ocorreu, em São Paulo, capital, um importante evento para o movimento de defesa da Palestina no Brasil. Trata-se do lançamento do livro Palestina: do mito da terra prometida à terra da resistência, escrito pelo vice-presidente do Instituto Brasil Palestina (Ibraspal), Sayid Tenório, ativo militante da causa palestina há décadas. O livro, em si, é o mais completo escrito sobre o assunto em língua portuguesa, conforme afirmado por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO).

Junto a essa importante atividade, foi exibido, pela primeira vez, o documentário O massacre de Sabra e Chatila, produzido pela Causa Operária TV (COTV). A atividade, na verdade, começou com a exibição deste documentário. O evento foi realizado no Auditório da APEOESP, com a participação de diversos militantes e ativistas em defesa da causa palestina da capital paulista.

Na mesa de debate, estavam presentes Antônio Carlos e João Pimenta, da Direção Nacional do PCO; o próprio autor, Sayid Tenório; Jamil Murad, do PCdoB e do Centro Brasileiro de Solidariedade Aos Povos e Luta Pela Paz (Cebrapaz); além de Marcelo Buzetto, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e ativista em defesa da causa palestina.

Após a exibição do filme, foram abertos comentários a respeito do tema. O primeiro a falar foi Buzetto, que comentou a importância de se assistir a um filme sobre o que ele considera “um dos maiores crimes cometidos pelo Estado de Israel contra a população civil palestina”. Ele também falou sobre sua militância no Líbano e em outros lugares do mundo em defesa dessa causa.

Ele também destacou diversos crimes cometidos pelo Estado de “Israel” ao longo da história, ressaltando o ocorrido em Sabra e Chatila e, também, relatando a reviravolta dos libaneses durante essa guerra, que venceram “Israel” no que ele considera que foi o “Vietnã de Israel”.

Segundo Buzetto, o Líbano foi uma importante escola da luta anticolonialista. Ele mencionou, em sua fala, que “Israel”, por ser colonizador, não pode falar em direito de autodefesa no caso do que ocorre nesse momento na Faixa de Gaza. Quem tem o direito de se defender são os palestinos, o povo colonizado. Para Buzetto, os palestinos hoje lutam contra “o imperialismo, o colonialismo e o nazifascismo”. Ele finalizou saudando os presentes na atividade e no debate, além da luta dos iemenitas, dos libaneses, dos palestinos e muitos outros.

Logo após a fala de Buzetto, Jamil Murad tomou a palavra e fez um importante elogio ao filme exibido na sessão, mencionando sua qualidade e a importância que ele terá na divulgação do tema entre a população brasileira, sendo ele de um formato acessível e didático. Ele também diz que o filme traz, em poucos minutos, um “episódio dramático e trágico da humanidade. Pois ali não havia sido declarada uma guerra, mas o que aconteceu foi uma agressão planejada contra pessoas desarmadas e que estavam refugiados em tendas”. Ele também ressaltou a importância da atuação do genocida Ariel Sharon, líder do exército sionista durante o massacre.

Sobre o filme, Murad também ressaltou que ele mereceria, por sua qualidade, “ser passado na TV Globo”, mas como isso não é possível, então ele sugeriu que se fizesse sua exibição nas TVs públicas do Brasil. Para ele, a lição fundamental do filme é que, no dia 7 de outubro de 2023, o Hamas não agrediu “Israel”. O que ocorre hoje é uma retaliação contra essa ofensiva.

Segundo Murad, as “atrocidades [morte de crianças, idosos, pessoas desarmadas] são um método dos sionistas, que o fazem com o anteparo do suposto antissemitismo”. Ele aproveita para fazer uma crítica a essa lei nova que define que “tudo é antissemitismo”. Mencionando, inclusive, que essa lei serviu de amparo para a perseguição de diversos diretores de sua organização a Cebrapaz.

Murad também denunciou que os líderes das milícias fascistas sionistas do passado se tornaram membros do governo de “Israel”, sendo considerados “heróis” dos israelenses.

Ele afirmou que, no Brasil, há uma intensa mobilização em defesa da causa palestina, ressaltando as manifestações mais recentes, que embora ainda sejam pequenas, são constantes e abarcam diversos setores da sociedade (estudantes, trabalhadores, sindicalistas etc.). Ele finaliza dizendo que a luta palestina é uma luta “nacional”, pela formação de um Estado e que, para vencê-la, é preciso de “unidade de todos aqueles que são contra a extinção de um povo, e que essa unidade se tornará uma força invencível”.

O próximo participante a tomar a palavra foi João Pimenta, da Direção do PCO. Ele começou sua fala saudando o trabalho intenso dos ativistas em defesa da Palestina na convocação da manifestação do dia 30 de junho, a qual ele considerou que foi muito exitosa.

Sobre o filme, Pimenta comentou que, embora não estivesse vivo durante o massacre de Sabra e Chatila, o que o impediu de se revoltar contra o acontecimento, ele viu o 7 de outubro. O que se pode depreender deste fato é que a principal diferença entre o acontecimento do passado e o do presente é que hoje os palestinos não estão mais indefesos. Ele também afirmou que, no Líbano, o surgimento do Hesbolá e sua força são a garantia de que algo como Sabra e Chatila nunca mais irá acontecer.

Pimenta também falou que, na quinta-feira, a Inglaterra deu uma lição para o mundo sobre a questão palestina. No país, foram eleitos diversos deputados que, ao contrário da esquerda hegemônica no país, defendem a luta palestina e sua bandeira. Tudo isso apesar da gigantesca repressão promovida nos países europeus contra quaisquer pessoas que procurem defender a Palestina, podendo ser presos apenas por portar a bandeira desta nação. Sobre isso, ele diz que “nós temos que fazer no Brasil como os companheiros estão fazendo na Inglaterra, na França e em diversos outros países, que é travar a luta ideológica em defesa da Palestina”. Ele diz, inclusive, que o sionismo não é um inimigo distante que não nos diz respeito, mas ele é a mesma coisa que o inimigo no Brasil: o imperialismo e a extrema direita.

Para concluir as falas da atividade, Sayid Tenório fez uma apresentação a respeito de seu livro, uma das mais importantes obras sobre o tema na língua portuguesa, senão a mais importante. Ele começa dizendo que Sabra e Chatila, à mesma forma que o que ocorre em Gaza hoje, é um grande alerta para todos os ativistas e humanos de que o sionismo precisa deixar de existir.

Segundo ele, “o sionismo vem cometendo ações e crimes piores do que os próprios nazistas cometeram durante a Segunda Guerra Mundial”, relembrando que o nazismo durou seis anos e os crimes na Palestina já ocorrem há mais de 70 anos. Ele também fez um paralelo com o apartheid da África do Sul, totalmente apoiado pelo Estado de “Israel”.

Tenório destacou que o 7 de outubro se insere em um desses grandes momentos em que os oprimidos se levantam contra os seus opressores, comparando com o Vietnã, com Stalingrado e com a Argélia – destacando, particularmente, esse caso, onde morreram dois milhões de argelinos para que hoje este seja um Estado independente no norte da África.

O vice-presidente do Ibraspal relembrou que a história da ocupação sionista na Palestina começou com o crime da entrega, por parte do império britânico, de um território que não os pertencia para os sionistas. Durante todo esse período, houve diversos episódios da resistência palestina contra seus opressores, ressaltando que todas as acusações de que estes seriam grupos criminosos são totalmente indevidas, com amparo, inclusive, em documentos das Nações Unidas e outras organizações.

Além disso, ele diz que as ações da resistência palestina, sejam elas a FPLP, a FDLP, o Hamas ou a Jiade Islâmica, serão a pá de cal nos crimes dos sionistas, e que é totalmente absurdo considerar que “Israel” estaria agindo em autodefesa. Ele ressalta que não há amparo para a ocupação da Palestina pelos israelenses no Antigo Testamento, nem na arqueologia e nem na História. Os palestinos são os descendentes diretos dos cananeus, verdadeiros ocupantes daquela região.

Ele também demonstrou, por fatos históricos, que a ideia de que “a Palestina não existe” é uma grande falácia. Mencionou que houve diversas tentativas de conquistar a Palestina nos momentos históricos anteriores, tanto pelo Império Romano, pelos cruzados, pelo Império Britânico e muitas outras forças opressoras em diversos outros momentos da história.

Além disso, Sayid Tenório afirmou que a luta dos palestinos não é mais apenas uma luta dos muçulmanos ou dos árabes, tendo se tornado já uma luta de toda a humanidade, merecendo “todo o nosso apoio e toda a solidariedade”. E que “todos os defensores dos direitos humanos têm como dever denunciar os sionistas”.

A intervenção de Sayid Tenório foi o encerramento da atividade. No entanto, é importante destacar a presença da banca da Loja do PCO, onde se podia adquirir o livro, além do pen drive do documentário de Sabra e Chatila. Quem não esteve presente na atividade pode adquirir suas cópias através dos militantes do Partido da Causa Operária e do sítio da Loja do PCO (lojadopco.com).

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