Previous slide
Next slide

Causa Operária TV

Veja como foi a viagem da delegação do PCO à China

A experiência da viagem é contada no programa, que reafirmou a importância de uma luta decidida contra o imperialismo para reproduzir no Brasil o surto de dinamismo visto na China

Na última quinta-feira (27), Francisco Muniz e Henrique Áreas uniram-se a Natália Pimenta, Hélio Brito e Rui Costa Pimenta, para discutir a recente viagem feita pelos três últimos à China, onde os dirigentes do Partido da Causa Operária (PCO) foram acompanhados por Brito. Os membros da direção do partido trotskista participaram, no começo do mês, do Fórum de Cooperação de Mídia do Cinturão e Rota de 2024, a convite do Diário do Povo, órgão do Partido Comunista Chinês. A viagem teve como foco a compreensão dos fenômenos da China contemporânea, especialmente a preparação feita pelo gigante asiático para enfrentar a ofensiva do imperialismo contra o país.

Os relatos iniciais destacam a intensidade da viagem, que incluiu visitas a diversas províncias, chinesas, onde os participantes puderam observar de perto a realidade econômica e social do país. A infraestrutura moderna da China, especialmente os trens de alta velocidade, foi um ponto de destaque nas discussões.

Os participantes compararam a eficiência do sistema de transporte chinês com a dura realidade brasileira, ressaltando como o gigante asiático investiu pesadamente em sua malha ferroviária, enquanto o Brasil ainda enfrenta sérios problemas de mobilidade urbana. Essa eficiência é vista como um reflexo do planejamento estatal, que contrasta com a desorganização e a falta de investimentos no Brasil, como analisado pelo presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta:

“Esse trajeto também foi facilitado pelos pela rede grande que a China tem – e isso daí faz inveja para os brasileiros – de trens de alta velocidade. Fizemos o trajeto da província do Cantão até Pequim, mais de dois mil km, em 7 horas. É como ir de São Paulo até a Bahia, só que no Brasil, você tem que pegar um avião que é aquele “navio negreiro” e é caro também, ou você pega o ônibus e talvez você chegue vivo lá”.

Conhecedor da Chiha e tendo morado no país, Brito acrescenta:

“Se você pensar na aviação regional que tá sendo substituída, estão criando essa alternativa aqui: os aviões bimotores, turboélice, esses já voam na velocidade de um trem. Quer dizer, estão criando aqui no Brasil a aviação regional, que cresceu muito como alternativa para que a estrada é morosa e o avião é caro, então criaram esse intermediário que também não é bom. Enquanto isso, a China tem trens de alta velocidade mais seguros, mais rápidos, mais baratos e a mesma velocidade de um avião turboélice: 400km/h”.

Os visitantes notaram a expansão da construção civil chinesa, que ergue cidades gigantescas em um ritmo impressionante. A cidade sede do evento, Chengdu, praticamente não existia há poucos anos, destaca Brito. Natália Pimenta acrescenta: “parecia uma São Paulo, porém mais rica”.

A questão da saúde pública na China também foi abordada. Os participantes relataram experiências positivas em hospitais chineses, que ofereceram atendimento rápido e de qualidade a preços acessíveis. Essa realidade contrasta com o sistema de saúde brasileiro, onde a privatização e a falta de recursos têm gerado um colapso nos serviços públicos.

A experiência dos participantes mostra que, apesar das críticas ao sistema político da China, a população parece usufruir de benefícios concretos em áreas essenciais como saúde e educação. Natália Pimenta teve experiência de primeira mão e trouxe um relato do que viu:

“Acabei quebrando meu dedo e o pessoal levou a gente primeiro em um hospital privado, só que aí, porém disseram que [o tratamento] vai sair caríssimo, então fomos a ‘um hospital chinês’. Entendi que era um hospital de medicina tradicional chinesa, mas era um hospital normal, como tem aqui, público, mas lá a saúde pública é paga, porém é bem barato, mais barato que um Doutor Consulta. Era um hospital bem simples, como um hospital público razoável, tudo meio informal e rápido, tiraram o raio-x com uma máquina velha, mas assim o pessoal super atencioso. Tudo que sei é que teve a consulta, o raio-x, remédio, tudo isso, acho que R$200, com o exame e tudo. Um “doutor consulta” aqui ficaria R$50 a consulta, se tivesse mais exames, custaria entre R$400 e R$500, um remédio cerca de R$500, então o atendimento foi relativamente barato, bem rápido, pouca burocracia também. Acontece que para atender, precisa preencher as coisas e penso era seria bem difícil de se comunicar com as pessoas porque o médico até falava inglês, mas é o inglês com sotaque chinês que também não é uma coisa muito simples, mas era bom e o hospital também não era cheio, era um atendimento rápido, bem eficiente e atencioso, todo mundo atencioso.”

No âmbito político, a viagem à China despertou reflexões sobre o papel do Partido Comunista Chinês na economia. Os participantes discutiram a dualidade do sistema econômico chinês, que combina características capitalistas com um forte controle estatal. Rui e Natália enfatizaram que, apesar do crescimento de empresas privadas, o Partido Comunista mantém uma influência significativa sobre a economia, regulando e direcionando investimentos para garantir o desenvolvimento nacional. Essa abordagem é vista como uma resposta ao imperialismo, que tenta cercear o crescimento da China por meio de sanções e pressões econômicas.

A Nova Rota da Seda, um dos principais projetos da China, foi um tema central nas discussões. Os participantes destacaram como essa iniciativa representa uma estratégia de expansão econômica e política, visando conectar a China a diversos mercados internacionais, especialmente na Ásia, Europa e África. Essa estratégia foi destacada como uma forma de desafiar a hegemonia dos Estados Unidos e de outras potências imperialistas, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento de infraestruturas em países atrasados, negligenciados pelo imperialismo, que nada faz além de parasitar os países atrasados.

A discussão culminou em uma análise sobre como a China está se posicionando no cenário global. Os participantes concordaram que, apesar dos desafios que a China enfrenta, especialmente em relação ao imperialismo, sua ascensão econômica e política representa uma oportunidade para repensar as estratégias de enfrentamento do imperialismo em todo o mundo.

Eles destacaram que a experiência da China pode servir como inspiração para países que buscam um desenvolvimento soberano e independente, livre das amarras do imperialismo.

A viagem à China proporcionou uma rica troca de experiências e reflexões sobre o dinamismo econômico e político do país asiático e importantes comparações com o Brasil. A experiência reafirmou a importância de uma luta decidida contra o imperialismo, como forma de impulsionar um surto de desenvolvimento das forças produtivas brasileiras e melhoria dos padrões de vida do povo brasileiro.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.