A greve dos técnicos em educação foi encerrada no dia 1º de julho, de forma unificada em todas as bases, decisão tomada no comando nacional de greve. Foi aceito a proposta feita pelo governo na última mesa de negociação. Sem reajuste salarial para 2024 e com propostas que balançaram a base para os anos de 2025 e 2026, a categoria se viu diante de um impasse.
Após mais de 100 dias de greve, a mobilização já estava desgastando a categoria devido a tantas enrolações na mesa de negociação. Ao final, ficou negociado os seguintes termos:
- O movimento de greve pagará apenas as atividades represadas e não as horas.
- STEP foi o aumento de 3,9% para 4% em 2024 e 4,1% em 2025.
- Novas adesões aos PCCTAE.
- Reconhecimento de Saberes e competência a ser implementado em 2026.
Reposicionamento dos aposentados.
- Hora Ficta para os servidores dos hospitais universitários e escala 12x60h.
- Política de desenvolvimento das IFES dentro das próprias IFES e não mais nas escolas de governo (ENAP), juntamente com os recursos destinados a essa formação.
- Reedição pelo MEC do Plano Nacional de Capacitação.
- Revogação dos decretos no 9.262/2018 e 10.185/2019 que suspendem concursos públicos para as IFES.
- Jornada de 30 horas que será discutida no MEC com alteração no Decreto no 1.590/1990 que traz autorização para a portaria dos Reitores sobre a jornada.
- Redução de jornadas para profissionais que já têm previsão em lei (Assistentes Sociais e os Intérpretes de Libras).
- Reajuste de 9% em 2025 e 5% em 2026.
O balanço e as conclusões que podem ser tiradas da greve é que a categoria dos trabalhadores está sim radicalizada, que hoje ela se reencontrou no movimento sindical como suporte às reivindicações da categoria. A crise das direções sindicais impede a luta mais contundente dos trabalhadores e grande parte das energias gastas foram em atividades burocráticas, em reuniões com o comando nacional e representantes do governo, reuniões com parlamentares para tentar fazer alguma pressão política por dentro. Já as principais atividades como piquetes e mobilização de rua, com trancamento de vias pouco foi organizada, ou seja as direções sindicais relegaram a luta sindical a negociatas de balcão. Obviamente uma não exclui a outra, no entanto, essa pequena mobilização não foi suficiente para arrancar do bancos o reajuste para 2024.
É necessário que o sindicato faça formação política e tire boletins semanais ou diários para orientar os trabalhadores acerca do centro político ao qual estão inseridos. Ao movimento sindical, permanece a tarefa de derrotar a direita e pressionar pelo fim da política de déficit zero às custas da degradação do trabalhador.