Um dos sindicatos mais importantes sindicatos dos EUA, que apoiou todos os candidatos democratas desde 2000, declarou que não apoiará Kamala Harris. A Irmandade Internacional dos “Teamsters”, que representa mais de 1,3 milhão de trabalhadores, anunciou que não apoiará nenhum candidato na eleição presidencial. O sindicato começou com os caminhoneiros e depois se expandiu por mais categorias.
A diretoria do sindicato votou contra o endosso após pesquisas internas nacionais mostrarem que 58% dos membros preferiam o republicano Donald Trump, contra 31% para a vice-presidente democrata, Kamala Harris.
“Infelizmente, nenhum dos principais candidatos foi capaz de fazer compromissos sérios com nosso sindicato para garantir que os interesses dos trabalhadores sejam sempre colocados à frente das grandes empresas“, disse seu presidente, Sean O’Brien, em um comunicado na quarta-feira (18). O sindicato apoiou as campanhas presidenciais de Joe Biden em 2020, Hillary Clinton em 2016, e Barack Obama em 2008 e 2012.
O baque na campanha de Harris é grande, pois o sindicato tem grande influência entre meio milhão de operários em estados-chave como Michigan, Wisconsin, Pensilvânia e Nevada. Conquistar os eleitores indecisos desses estados decisivos é crucial para Harris. E a situação é ainda pior, pois a pesquisa interna mostra que não há uma tendência para o nulo, na verdade, os operários preferem Donald Trump! Isso acontece, pois a política econômica de Harris é mais neoliberal que a de Trump.
Uma pesquisa do Instituto Marist para a Opinião Pública, divulgada na quinta-feira (19), mostrou que Trump e Harris estão empatados entre os eleitores prováveis nos estados decisivos da Pensilvânia e Wisconsin. Uma pesquisa do New York Times/Siena College, realizada em agosto, revelou que, em Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, Trump estava 13 pontos à frente de Harris em uma disputa direta entre os eleitores brancos sem ensino superior.
O movimento sindical dos EUA deve romper sua relação com o Partido Democrata e apoiar a criação de um partido da classe operária. Caso contrário, os trabalhadores seguirão migrando para o trumpismo.