Neste mês de setembro, há 24 anos, um novo capítulo de resistência do povo palestino contra a ditadura sionista começou a se desenrolar no país invadido: iniciava-se a Segunda Intifada, palavra árabe que significa “revolta” e geralmente usada para designar períodos revolucionários. Também conhecida como Intifada de Al-Aqsa, essa revolução sufocada se estendeu até 2005, sendo uma resposta direta à brutalidade e as provocações perpetuadas pelo Estado sionista contra o povo palestino.
A Segunda Intifada surgiu em meio à crescente frustração com as promessas de paz feitas durante os Acordos de Oslo de 1993, mas que se mostravam cada vez mais farsescas. A ocupação sionista dos territórios palestinos continuava a se expandir, acirrando os ânimos do povo árabe até que uma faísca acendeu o conflito: a visita provocativa de Ariel Sharon, então primeiro-ministro israelense, ao complexo da Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém, um local sagrado para os muçulmanos.
O gesto de Sharon, foi percebido como uma provocação explícita e uma afronta direta à identidade palestina, desencadeando uma onda de revolta popular. Nos meses que seguiram, a resistência palestina se intensificou. Os jovens manifestantes, muitas vezes desarmados e armados apenas com pedras e vontade, enfrentaram uma força militar sionista amplamente superior. As imagens das crianças palestinas lançando pedras contra soldados fortemente armados se tornaram símbolos globais da luta pela contra os crimes sionistas.
O governo sionista respondeu com uma selvageria até então desconhecida. Ao longo de cinco anos, pelo menos mil crianças palestinas seriam assassinadas por “Israel”, segundo a ONU. Os palestinos, por sua vez, informam que o número supera 1.500.
As forças sionistas também recorreram a táticas criminosas atualmente em uso, como cerco e bombardeio aéreo, especialmente nas áreas mais densamente povoadas da Cisjordânia e na Faixa de Gaza. A destruição das infraestruturas básicas, como escolas, hospitais e residências, agravou ainda mais a crise humanitária e teve um impacto devastador sobre a vida cotidiana dos palestinos.
Um dos episódios mais grotescos da Segunda Intifada ocorreu em março de 2002, quando o exército sionista lançou uma invasão massiva na cidade de Jenin, na Cisjordânia. A operação, que ficou conhecida como a Batalha de Jenin, resultou em uma destruição em larga escala e em numerosas mortes de civis palestinos.
Os relatos de sobreviventes e organizações de direitos humanos documentaram o uso indiscriminado da força, execuções sumárias e a total destruição de bairros inteiros. A brutalidade da operação foi tão severa que levou à formação de uma comissão de investigação da ONU, que denunciou a violação dos direitos humanos por parte das forças sionistas.
Apesar da brutalidade enfrentada, a Resistência Palestina não se deixou abater. O povo palestino continuou a lutar por sua liberdade e dignidade, mesmo diante de condições desumanas. Grupos como as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, milícia do partido revolucionário Hamas, se tornaram mais ativos e organizados, respondendo aos ataques sionistas com operações de resistência, ganhando uma grande força política, na crise do Fatá e da Autoridade Palestina, que ruíra com a insurreição revolucionária.
Esses grupos enfrentaram o peso da repressão sionista, que se intensificou com operações militares e assassinatos seletivos. Durante a Segunda Intifada, a questão dos refugiados palestinos também ganhou nova relevância. A violência sionista e a destruição de propriedades forçaram muitas famílias a fugir de suas casas, aumentando ainda mais o número de deslocados internos e externos.
Em um dos episódios mais dramáticos e mundialmente famosos da barbárie sionista, a ativista norte-americana Rachel Aliene Corrie, de apenas 23 anos, foi assassinada por “Israel” enquanto tentava impedir uma escavadeira de destruir uma residência. Expediente comum em regimes menos desumanos, Corrie deitou-se à frente da máquina, em uma tentativa de sensibilizar o motorista, que simplesmente a atropelou, matando a jovem.
O caso ocorreu em março de 2003. Doze anos depois, a Suprema Corte israelense inocentou qualquer responsabilidade quanto ao caso.
Apesar das dificuldades extremas, a Resistência Palestina alcançou vitórias significativas, destacadamente a Batalha de Jenin, responsável por expulsar os sionistas da cidade homônima. Em abril de 2002, o exército sionista lançou uma invasão massiva na cidade de Jenin, na Cisjordânia, visando combater a resistência palestina.
A operação foi marcada por intensos combates e grande destruição, resultando em muitas mortes e ferimentos entre civis e combatentes palestinos. O exército sionista cercou a cidade e demoliu cerca de 500 edifícios, gerando uma crise humanitária.
Dezenas de palestinos e 23 soldados sionistas faleceram ao longo dos oito dias de combates. Embora os sionistas tenham conseguido ocupar a cidade, a forte resistência palestina e a brutalidade da operação geraram ampla condenação internacional, fazendo com que o custo político e militar da ocupação fosse inviabilizado.
Com o fim oficial da Segunda Intifada em 2005, as condições para o povo palestino permaneceram severas. A repressão da ditadura sionista não cessou, e o bloqueio da Faixa de Gaza continuou a gerar sofrimento e dificuldades. No entanto, a coragem demonstradas durante a Segunda Intifada deixaram uma marca indelével na luta pela liberdade palestina.
O conflito não se resolveu com a Segunda Intifada, mas a resistência palestina continuou a ser uma força vital na luta contra a ocupação sionista. Além disso, o Hamas ocuparia definitivamente a posição do Fatá e da OLP como a principal força política palestina, resultando em um novo equilíbrio de forças que seria protagonista da nova etapa da luta pela libertação da Palestina.