As reações de parte da esquerda pequeno-burguesa ao protesto realizado pelo Partido da Causa Operária (PCO) no ato do 8 de Março, em São Paulo, revelam uma acentuada guinada à direita de organizações esquerdistas. Partidos como o PSOL, UP, PCdoB, PCB e PCB-RR e grupelhos financiados por ONGs impediram militantes do Partido de defender sua política no carro de som, rebaixando-se ainda a acionar a polícia contra uma organização de esquerda e, pior, celebrar a violenta repressão que ajudaram a desencadear, uma representação de uma nova etapa da degeneração dos partidos pequeno-burgueses.
Ainda liderada pelos setores pequeno-burgueses, a esquerda brasileira atualmente se encontra inteiramente submetidas ao identitarismo. Este setor transformou o 8 de Março no “Dia da Mulher”, contra a tradição marxista que se refere à data histórica como “Dia Internacional da Mulher Trabalhadora”.
Os adeptos desta ideologia importada das universidades norte-americanas demonstram claramente não ter ligação alguma com a luta real das mulheres, o que fica evidente pelo caráter das manifestações de 8 de Março. Algo como um comício eleitoral antecipado, no qual a política e as reivindicações deste importante setor da classe trabalhadora são simplesmente suprimidos, dando lugar a uma luta moral, tipicamente pequeno-burguesa, onde se discute de tudo, menos interesses concretos.
Durante o último 8 de Março, a maioria das pessoas autorizadas pelos organizadores identitários a falar no caminhão de som sequer defendia os palestinos, uma manobra para evitar conflitos com sionistas. Foi dito aos participantes do ato e diversos perfis opositores do PCO confirmaram nas redes sociais que a defesa da Palestina, do Hamas e de outros grupos revolucionários que travam a luta armada contra o sionismo, era um dos principais motivos pelo qual o Partido foi censurado.
Órgãos de imprensa que apoiaram abertamente os identitários do 8 de Março, como o sítio Ponte Jornalismo, também são financiados por ONGs como a Open Society (de George Soros) e fundações privadas, evidenciando a influência do imperialismo no meio da esquerda e também a oposição da ditadura global ao Partido trotskista. Além dessa oposição, uma conclusão importante a ser tirada do 8 de Março é a ligação entre o imperialismo, o sionismo e o identitarismo.
Após o 8 de Março, ficou mais claro que o identitarismo também apresenta tendências fascistas, ainda que disfarçado de esquerdista. Juntos, os três (imperialismo, sionismo e identitarismo) são movimentos dos opressores e a experiência recente na Palestina reforça a necessidade de a esquerda se livrar dessas influências reacionárias.
Para permanecer verdadeiramente como esquerda, é preciso expulsar o sionismo que marca os setores identitários, conforme ressaltado por Breno Altman. Recentemente, o jornalista, militante petista e perseguido político pelo sionismo publicou uma mensagem em seu perfil no X (antigo Twitter), convocando a esquerda a “depurar” a infiltração sionista “em suas próprias fileiras”:
“Os partidos de esquerda, se tiverem juízo e compromisso com o a luta antifascista, precisarão travar duríssimo combate contra ideias sionistas em suas próprias fileiras, até se depurarem de seus defensores. Está mais que provado: o sionismo é um dos pilares da extrema direita.”
Os partidos de esquerda, se tiverem juízo e compromisso com o a luta antifascista, precisarão travar duríssimo combate contra ideias sionistas em suas próprias fileiras, até se depurarem de seus defensores. Está mais que provado: o sionismo é um dos pilares da extrema direita.
— Breno Altman (@brealt) February 18, 2024
A esquerda precisa limpar suas fileiras para não ser cooptada por uma política que vai contra os interesses populares e operários. A presença de elementos infiltrados que realizam o “serviço sujo” do imperialismo e sionismo deve ser combatida.