Na última sexta-feira (2), a prefeitura de São Paulo, comandada por Ricardo Nunes (MDB), conseguiu uma liminar em segunda instância que suspende as três decisões da Justiça que determinavam a retomada dos procedimentos de aborto legal no Hospital Municipal e Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte da capital paulista.
O relator da decisão, Eduardo Prataviera, argumenta que a suspensão do procedimento não impedirá as mulheres a terem acesso a este, pois elas seriam encaminhadas a outros hospitais do município. O problema é que o Vila Nova Cachoeirinha é o único hospital não só no município, mas em todo o estado paulista, que realiza o aborto legal em casos de gestação com mais de 22 semanas.
O governo da cidade de São Paulo está travando uma guerra contra o direito ao aborto no hospital em questão. A justificativa de Nunes é que tal suspensão aumentaria a capacidade para a realização de cirurgias no local. Mas é óbvio que a solução para esse problema não precisa se dar por meio do ataque ao direito das mulheres.
Finalmente, se a prefeitura quisesse solucionar o problema das cirurgias, investiria mais capital no hospital Vila Nova Cachoeirinha. O que comprova que seu interesse é, na realidade, cercear o já reduzido direito que as mulheres possuem quando o assunto é o aborto.