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Manifestação de Bolsonaro

Quais as lições do ato de 25 de fevereiro

Ato convocado pelo ex-presidente foi um sucesso do ponto de vista de sua política

No último domingo de fevereiro (25), aconteceu a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua defesa. O ato, marcado para a Avenida Paulista, reuniu dezenas de milhares de pessoas, de tal modo que o bolsonarismo obteve uma importante vitória em seu embate com outros setores da direita nacional.

“A manifestação ia da consolação até o fim da Paulista, era muita gente. Infelizmente, foi um sucesso para o bolsonarismo”, afirmou o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, em sua participação no programa Análise da 3ª, da Rádio Causa Operária.

Apesar das fotos, que mostram de maneira incontestável que o ato foi grande, houve quem dissesse que a manifestação teria sido um fracasso. Não faz sentido algum: é preciso reconhecer que, com a manifestação, Bolsonaro se fortaleceu.

“Se encararmos a política como um jogo, Bolsonaro avançou 10 casas com esse ato, gostem ou não”, declarou Pimenta. “E é importante reconhecer o que está acontecendo para saber como reagir. Se a gente fala que não tem a menor importância, significa que somos inconscientes. Significa que você vai ser atropelado pelo carro que você diz que não vai passar naquela rua“.

O ato provou que a base mais ativa do bolsonarismo, sua militância, não foi atingida pelas denúncias e pela investigação contra o ex-presidente. Mesmo com a imprensa burguesa fazendo um grande escândalo, todos os dias, sobre uma suposta “tentativa de golpe de Estado”, os apoiadores de Bolsonaro não deixaram de comparecer ao ato.

“Se não atingiu esse povo, podemos concluir que ou não atingiu, ou atingiu muito pouco o eleitorado bolsonarista no geral. Bolsonaro teve quase metade dos votos na última eleição, que é quase 30% da população brasileira. Se a ideia é enfraquecer o bolsonarismo, até agora, isso não aconteceu, não enfraqueceu. Diria mais: pelo tamanho do ato, o pessoal está mais radicalizado do que o normal. Isso são conclusões obrigatórias”, declarou o dirigente do PCO.

Outro argumento corrente na esquerda brasileira é o de que, ainda que o ato não tenha fracassado, ele não servirá de nada para que Bolsonaro consiga uma situação mais favorável perante o STF. Afinal, o STF não se “acovardaria” diante da mobilização dos bolsonaristas. Isso, entretanto, também não é fato.

O ato não é a única coisa que os bolsonaristas vão fazer – o ato é um momento de uma campanha política que os bolsonaristas estão organizando. Essa campanha vai crescer. As palavras de ordem ditas no ato são suficientes para entender como será a campanha dos bolsonaristas. No discurso de Michele Bolsonaro, por exemplo, apareceu que “nós somos o povo de Deus, eles são o mau, eles nos perseguem, querem nos destruir etc.”.

Bolsonaro, por sua vez, pediu anistia para as pessoas que foram processadas, uma campanha muito favorável ao bolsonarismo, uma vez que, de fato, uns pobres coitados estão sendo condenados a 17 anos de prisão.

“A esquerda acha que está numa festa com seus amigos onde eles podem falar qualquer abobrinha. Você condenar o cara da Sabesp, o camelô, a dona Maria a 17 anos de cadeia como terroristas perigosos não pega bem. O que é que podemos dizer? Não pega bem. E agora, os bolsonaristas olharam e falaram: está aqui um ótimo tema de campanha. A campanha que eles armaram lá é uma campanha muito boa, e quem que armou essa campanha, foi o Bolsonaro? Não, foi o STF”, disse Rui Pimenta.

O pior de tudo é que, ao que parece, o sucesso de Bolsonaro não foi suficiente para que as direções das principais organizações da esquerda brasileira mudassem de política. Tanto é que está sendo convocado um ato no dia 24 de março pela prisão de Bolsonaro – isto é, um ato em apoio às arbitrariedades do STF.

“Acho que você chamar um ato para prender alguém, você deveria contar com a presença da polícia nesse ato. Que tipo de reivindicação é essa? Acham que a prisão de Bolsonaro é uma reivindicação popular, não é. Eles continuam vendo a coisa do ponto de vista do seu círculo restrito, imediato. Teria que chamar um ato, mas aí cria-se um problema: o PT deveria chamar um ato em defesa das liberdades democráticas, mas o empenho da esquerda é censurar as liberdades democráticas. Não acho que você vai mobilizar o mundo com essa mentalidade prisional. Vamos ver o que vai acontecer. Acho que corre o risco de ser um grande fracasso. O PT teria o dever de no mínimo fazer um ato do tamanho dos bolsonaristas, senão ele vai produzir uma confirmação de que o Bolsonaro é mais poderoso do que eles do ponto de vista popular. Outra coisa que vai contribuir para que o ato seja um fiasco: vai estar lá o Alckmin discursando, o cara do MDB, o cara do PSB, o cara do partido não sei das quantas. O ato vai ser feito pela burguesia, que não tem apelo popular absolutamente nenhum”, finalizou o presidente do PCO.

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