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Ric Jones

Médico homeopata e obstetra. Escritor, palestrante da temática da Humanização do Nascimento no Brasil e no exterior.

Coluna

Portugal, tragédia anunciada

Portugal se encaminha para a aventura fascista, e sabemos onde ela vai levar

Ao que tudo indica, Portugal está a caminho de um desastre por nós conhecido, e prepara-se para eleger um candidato da extrema direita nas próximas eleições, alguém que se oferece ao eleitorado como algo “diferente”, moralmente “superior” e “impoluto”. Diferente “disso tudo que está aí, taokei?”. Há pouco o Brasil passou pelo mesmo processo e elegeu um psicopata para a presidência, que quase destruiu a estrutura energética do Brasil, roubou mais do que nenhum outro político da história do Brasil, comprou 51 imóveis com dinheiro vivo sem ter ganhos para isso, entre outras falcatruas como propinas e joias. Foi uma aventura macabra que causou milhares de mortes por descaso e negligência na pandemia. A Argentina, pelas mesmas razões, escolheu a tragédia anarcocapitalista de Milei, e pagará um preço ainda mais alto, com a destruição do patrimônio público, desemprego, inflação, recessão e revolta popular.

O que existe de semelhante na história destes mandatários é a escolha ilusória pelo “diferente” sem perceber que estes três políticos representam o mesmo neoliberalismo que, aplicado nas economias emergentes de todo o planeta, afundou suas finanças. Em comum, eles atacam seus adversários através de uma pauta moral – os outros são sempre ladrões e de caráter nefasto – mas não demonstram nenhuma diferença do que tanto criticam assim que assumem o poder. Apelam para a força, prometendo mais cadeia, mais repressão, o uso da mão dura contra os criminosos, liberação de armas, ataques às artes e à academia, sem questionar a estrutura social que produz e dissemina a criminalidade. Todos erram no diagnóstico mais essencial: o problema não está nos políticos e sequer na política (que deploram), mas no sistema capitalista decadente que se mostra incapaz de resolver as grandes questões do século XXI – entre elas a miséria crescente, a iniquidade, a concentração crescente de riquezas, os conglomerados financeiros – verdadeiros abutres – as guerras e o declínio do meio ambiente. O que tanto denunciam em seus discursos inflamados – mas sem ousar dizer seu nome – nada mais é que o próprio capitalismo, a doença ardente e corrosiva que consome o planeta. Como na medicina, continuam a se fixar nas lesões na pele sem perceber que elas são apenas os sintomas externos de um envenenamento interno, insidioso, progressivo e incurável. Ao invés de combatê-lo, preferem tomar ainda mais veneno, na vã esperança de que isso possa produzir algum benefício.

Bolsonaro será preso nos próximos dias, pela quantidade imensa de provas de sua incompetência e de seus desmandos. Sérgio Moro, o juiz do projeto “mani pulite” brasileiro, será preso também por ter agido como a ponta de lança imperialista dentro do judiciário, tendo se corrompido por usar a justiça com objetivos políticos. Os filhos e ministros de Bolsonaro também se dirigem céleres para a prisão pelos ataques à democracia. Quase todo o “entourage” bolsonarista está em vias de ser condenado por conspiração contra o Estado Democrático de Direito e por corrupção.

Na Argentina a inflação disparou de forma descontrolada e o desmanche da estrutura pública por este governo – saúde, energia, educação – vai levar ao caos e ao levante operário. Inúmeros analistas demonstram clara desconfiança de que Milei possa chegar ao fim do seu mandato mantendo um discurso pró imperialista, neoliberal entreguista e de suporte ao genocídio sionista de Israel. A falta de consciência de classe está trazendo a emergência da extrema direita oligárquica e pró imperialista. Os exemplos desastrosos do Brasil, e agora da Argentina, deveriam criar anteparos para a eleição de novos líderes que se colocam “contra isso tudo”, pois que eles, na verdade, são a continuação do desastre, um modelo concentrador de renda que se baseia no desmanche do patrimônio público e na vinculação com os poderes imperialistas. Lamento que Portugal tenha que trilhar o mesmo caminho de retrocesso dos países da América Latina, que inevitavelmente o fará vítima do populismo da extrema direita – como nós já o fomos.

Boa sorte.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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