Nas últimas semanas, o sionismo no Brasil intensificou a perseguição contra dirigentes do PT por defenderem a Palestina. Recentemente o ex-deputado federal e ex-presidente do PT, José Genoíno, foi vítima de uma enorme campanha caluniosa por conta de uma declaração contra o genocídio perpetrado por “Israel”. O caso ocorreu por causa do abaixo-assinado realizado por empresários e outras personalidades direitistas criticando a posição do governo brasileiro na Corte Internacional de Justiça (CIJ) pedindo uma investigação sobre o genocídio na Faixa de Gaza.
Na ocasião, Genoíno propôs, em entrevista à imprensa progressista, boicotar empresas de judeus em retaliação. Por conta de uma simples frase, a qual o dirigente petista voltou atrás em seguida, dizendo que se referia aos sionistas e não a todos os judeus, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) lançou uma campanha baixa de calúnias contra o ex-presidente do PT, o acusando de antissemita. A CONIB é o principal lobby sionista do País e possui uma ampla capacidade de divulgação das suas posições a favor do genocídio e contra todos os que lutam em defesa dos palestinos. Dessa forma, a campanha contra Genoíno assumiu grandes proporções e chegou a acarretar em um processo com pedido de prisão por parte da deputada bolsonarista Carla Zambelli e de Kim Kataguiri.
Além dele, o jornalista Breno Altman, editor do portal de notícias Opera Mundi e militante do Partidos dos Trabalhadores, também já foi vítima de sete processos da CONIB por conta de sua cobertura da guerra de “Israel” contra os palestinos e de sua defesa da resistência palestina contra o genocídio. Altman, apesar de ser ele mesmo judeu, também é acusado de antissemita por conta de declarações feitas em seu canal no Youtube e publicações no X (ex-Twitter). Desde o início do conflito, ele foi obrigado a remover diversas de suas publicações denunciando o massacre covarde perpetrado por “Israel” e esclarecendo a história e os fatos da heróica resistência Palestina.
Antes disso, no entanto, o Partido da Causa Operária foi o primeiro a ser perseguido por conta de sua ampla campanha chamando os trabalhadores brasileiros a se somarem na defesa da Palestina, especialmente na defesa do direito dos palestinos de se armarem e lutarem até o fim contra a ocupação israelense. Os companheiros Francisco Weiss e Uriel Roithman (ambos de ascendência judaica) já haviam sido processados anteriormente pelo sionista André Lajst, um dos principais porta-vozes do governo colonial de “Israel” no Brasil. Após o início do conflito, 27 deputados bolsonaristas entraram com um pedido de prisão contra o companheiro João Pimenta por conta de um discurso realizado por ele em um ato público em apoio a Palestina, onde defendeu a atuação do Hamas, principal organização da resistência. O lavajatista Deltan Dallagnol também entrou com um pedido de prisão contra os mesmos João Pimenta e Francisco Weiss pelo mesmo motivo. Dallagnol e os bolsonaristas são conhecidos por serem vassalos do imperialismo que atuam contra os interesses do povo brasileiro, o que indica qual é o combustível da campanha sionista. Ainda os companheiros Vinicius e Francisco foram ameaçados de morte.
Além dos processos e campanhas caluniosas contra o setor esquerdo do PT, que denuncia os crimes de Israel e participa, de alguma forma, do movimento pró-palestina no Brasil, o sionismo também atua através da ala direita do partido. Alberto Cantalice, dirigente nacional do PT, aparece como a principal figura desse setor, se colocando abertamente contra a resistência e fazendo uma campanha de encobrimento dos crimes de “Israel”. Cantalice se destaca divulgando conhecidas teses sionistas falsificando a história do conflito.
Esses ataques revelam o modo pelo qual o sionismo, através da CONIB, dos bolsonaristas e de toda a direita nacional, está atuando no Brasil. Primeiro, foi o PCO, que é o setor com a política mais clara sobre como agir diante do conflito e quem lançou a maior campanha em defesa da luta dos palestinos e de seu setor dirigente, o Hamas. Além da imensa cobertura realizada pela imprensa do Partido. Breno Altman, em seguida, se tornou o principal alvo, tanto por conta do acompanhamento da situação através de seu jornal, quanto por ser uma pessoa de destaque no PT. Agora, com os ataques a Genoíno, fica claro que os sionistas têm receio de que ocorra um efeito dominó e que essa mobilização alcance setores mais amplos da esfera de influência do Partido dos Trabalhadores. Revela também a preocupação com a capacidade do movimento em defesa da Palestina no Brasil impactar o desenvolvimento do conflito. O grande receio dos sionistas é que o PT ingresse de fato nessa luta e que ela se torne uma mobilização de massas no País, com uma direção coerente, e mobilize amplos setores da sociedade.