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Sul de Gaza

População de Rafá se organiza em milícias populares

A formação dos Comitês de Proteção do Povo é mais uma demonstração de que está em marcha a Revolução Palestina

Nessa quinta-feira (7), diversos órgãos da imprensa imperialista publicaram matérias noticiando que, nas ruas de Rafá, cidade na Faixa de Gaza que faz fronteira com o Egito, palestinos armados com rifles de assalto e bastões estão assumindo a função da polícia, com a finalidade manter as ruas seguras, cuidar do trânsito e impedir que comerciantes locais cobrem preços exorbitantes pelos alimentos, que são escassos.

A Polícia de Gaza teve de se refugiar nos túneis, pois seus agentes estavam sendo alvos dos bombardeios das forças israelenses de ocupação

Vê-se, então, a formação de milícias populares por parte do povo palestino.

Essas milícias se autointitulam Comitês de Proteção do Povo, o que pode ser lido nos dizeres das bandanas utilizadas por seus membros.

Em entrevista concedida ao jornal britânico The Telegraph, um de seus membros esclareceu que os Comitês foram criados pelo Ministério do Interior, que faz parte do governo do Hamas.

Em uma demonstração da popularidade do partido e dos comitês, eles são apoiados pela população local, sendo que na primeira vez que apareceram nos mercados locais, foram recebidos por dezenas de jovens, que assobiaram, os aplaudiram e cantaram as palavras “Alá é grande”, conforme noticiou o jornal britânico The Telegraph, noticiando relatos de testemunhas.

Conforme já exposto no início deste artigo, eles foram criados, pois a polícia civil estava sendo alvo das forças israelenses de ocupação, tornando necessário o refúgio no subsolo de Gaza.

A função dos Comitês é manter as ruas seguras, o trânsito em ordem e, especialmente, impedir que comerciantes especulem com os preços dos bens necessários à sobrevivência do povo palestino. Assim declarou um dos membros dos Comitês, entrevistado pelo The Telegraph:

“Somos uma força tarefa criada para proteger os cidadãos das altas nos preços e da situação que ocorre com a gente no país. [Os Comitês] Foram criados pelo Ministério do Interior Palestino e as organizações palestinas que são populares nas ruas de Gaza e para atender às demandas dos cidadãos e conter a alta dos preços de bens [de primeira necessidade] e resolver todos os problemas. Nós queremos controlar as ruas para garantir que ainda haja segurança no país. Nós não deixaremos os cidadãos sozinhos para enfrentar o mal causado pela guerra e por aqueles que apoiam a guerra. Estamos presentes nas ruas para controlar as ruas de todas as fontes de problema que existem nas ruas palestinas atualmente.”

Após cinco meses de bombardeios incessantes contra a Faixa de Gaza, o Estado nazista de “Israel” causou um deslocamento forçado de milhões de palestinos para o sul do enclave, principalmente para Rafá.

Atualmente, a cidade abriga 1,5 milhão de refugiado, de uma população total de 2,4 milhões de palestinos.

Com o bloqueio que “Israel” exerce contra Gaza, impedindo a entrada de comida e todo tipo de bens de primeira necessidade, os preços destes inflacionaram desde o 7 de outubro.

Assim, o Ministério da Economia de Gaza estipulou preços fixos, que devem ser obedecidos por todos os comerciantes para evitar que haja a especulação em uma situação em que palestinos já estão morrendo de fome. Caso haja violação aos preços tabelados, são feitas advertências aos comerciantes (grandes e pequenos). Se insistirem, os bens são confiscados e vendidos à população conforme os preços tabelados. Vejamos a declaração do mesmo membro dos Comitês, já citado acima:

“O Ministério da Economia estipula o preço de todos os produtos agora, e todos deveriam seguir, tanto os grandes comerciantes quanto os pequenos. Àqueles que violam [o tabelamento dos preço] são dados dois avisos de advertência. Na terceira vez, nós confiscamos os bens e os vendemos para os cidadãos nos valores tabelados.”

O membro dos Comitês também relatou que existe aceitação por parte da população, que deseja a melhora da economia e o fim da inflação:

“Existe aceitação [por parte dos cidadãos], até agora, graças a Deus há aceitação pelas pessoas, elas encorajam a gente. Elas querem que a economia melhore e que os preços diminuam, e que os comerciantes sejam fiscalizados, porque as pessoas que foram deslocadas da região central de Gaza para Rafá estão ficando sem dinheiro.”

Afinal, “o Ramadã está próximo e os preços deveriam ser mais baixos”, relatou o militante palestino, acrescentando que “se Deus quiser, eles poderão voltar para suas casas são e salvos e a guerra irá acabar”.

Quando esteve no Catar para se reunir com o birô político do Hamas, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), constatou que está em marcha uma Revolução Palestina.

A organização de milícias populares em Rafá, para manter a população segura e impedir a especulação com alimentos em um momento em que palestinos morrem de fome, é uma demonstração disso.

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