A Comissão Pastoral da Terra publicou dados parciais dos conflitos no campo brasileiro no 1º semestre de 2024. Os dados revelaram 1056 conflitos no primeiro semestre, uma ligeira queda em relação ao mesmo período do ano anterior, com 1127 conflitos. Mesmo com a pequena queda, 2023 é o segundo ano com maior número de conflitos no primeiro semestre desde 2015.
Deste numero, 872 foram conflitos pela terra, 125 por água e 59 casos registrados de trabalho escravos, sendo resgatados 441 trabalhadores. Dos conflitos pela terra, 824 foram violências contra ocupação e a posse e 48 ações de resistência (ocupação, retomadas e acampamentos).
Até novembro deste ano, a Pastoral registrou 11 assassinatos, sendo 6 deles no primeiro semestre, pelo menos metade dos assassinatos foram cometidos por fazendeiros, segundo o estudo. Em 2024 registou-se um aumento do número de pessoas envolvidas em manifestações de luta, de cerca de 53 mil em 2023, para mais de 74 mil em 2024.
Os dados mostram o cenário crítico da luta no campo, com o avanço do latifúndio sobre as populações indígenas e sem-terras. Mesmo com uma pequena redução, a violência contra os oprimidos continuam extremamente alta.