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Cisjordânia

Paramédico palestino: ‘medo’ e ‘orgulho’ na luta contra ‘Israel’

Profissionais da saúde que atuam no socorro aos palestinos são atacados pela máquina de guerra sionista, que apela para o vale tudo na sua guerra genocida

A contagem de profissionais de saúde assassinados por “Israel” na Faixa de Gaza já supera os 350. Diante da escalada da violência sionista na Palestina, paramédicos temem por suas vidas também na Cisjordânia ocupada. A emissor do Catar Al Jazeera entrevistou dois paramédicos que atuam socorrendo a população palestina na região. Seus relatos demonstram enorme preocupação com o aumento de ataques israelenses para além da Faixa de Gaza.

Jawdat al-Muhtaseb, de 46 anos, atua como paramédico há 25. Trabalhando na Palestina através da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, já foi baleado três vezes. No entanto, relata que são as imagens que chegam da Faixa de Gaza que abalam os trabalhadores da saúde como ele e suas famílias.

Al-Muhtaseb diz que seus filhos identificam sua situação muito próxima às vítimas que o pai socorre diariamente. Ele diz que não tem respostas para seus questionamentos, mas declarou à Al Jazeera que “apesar destas dificuldades e das condições psicológicas extremamente difíceis, aceitei (a situação) em que trabalhamos e estou orgulhoso da missão humanitária que estamos cumprindo”.

 

 

 

 

 

 

Lina Amro é colega de al-Muhtaseb e atua na mesma ambulância. Ela atua na Sociedade do Crescente Vermelho Palestino há 15 anos e é mãe de cinco filhos. Amro relata que “o medo e o pavor aumentaram devido aos muitos perigos que nos rodeiam e às dificuldades e obstáculos que enfrentamos durante o nosso trabalho devido às barreiras e restrições que enfrentamos”. Um trabalho que ficou mais difícil desde o dia 7 de outubro, especialmente pelos bloqueios de estradas feitos pelos militares israelenses. Na prática, isso faz com que muitas vezes eles só consigam chegar às vítimas depois que elas já morreram.

 

Al-Muhtaseb lembra que cada minuto é precioso na tentativa de salvar uma vida e as dificuldades criadas por ‘Israel’ consomem muito tempo. Por exemplo, diante do impedimento do acesso de ambulâncias a cidades à noite, eles fazem a transferência de pacientes andando de um lado para o outro nos postos de controle. Passando assim o paciente de uma ambulância para outra e gastando um tempo crucial para o atendimento médico. Uma dificuldade criada por ‘Israel’ para castigar os palestinos por insistirem em se manter vivos e lutando.

Ele também cita o assassinato de dois paramédicos da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino como exemplo do perigo que correm. Os assassinatos ocorreram quando eles foram ao resgate de uma criança de seis anos, que havia perdido todos os familiares que estavam no carro com ela. A família foi assassinada também pelo exército israelense. A ambulância com os dois só se dirigiu ao local após autorização de ‘Israel’ e menos de meia hora depois perderam comunicação com o restante da equipe. Apenas 12 dias depois, a equipe teve autorização para chegar ao local onde eles foram assassinados, com as pessoas que foram tentar resgatar. Encontraram apenas “um veículo derretido” e “corpos em decomposição”.

Mesmo estando oficialmente protegidos como membros de uma organização que atua pelo direito humanitário internacional, sendo ligada à Cruz Vermelha, al-Muhtaseb e Amro sabem que, na prática, isso não é nenhuma garantia diante de “Israel”. Além de jornalistas, a máquina de guerra sionista assassina livremente os profissionais da saúde, algo que normalmente geraria uma enorme comoção social. Por isso, o investimento do imperialismo na propaganda pró-sionista é tão grande. E mesmo assim, é cada vez mais difícil encobrir os crimes contra a humanidade que ‘Israel’ comete todos os dias.

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