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Entrevista

Palestino em Rafá ao DCO: ‘Israel’ só mata e destrói

O Diário Causa Operária (DCO) entrevistou Nael Khaled, um estudante de odontologia que mora na Faixa de Gaza e que está tentando completar seus estudos

Nos últimos meses, o primeiro-ministro fascista de “Israel”, Benjamin Netaniahu, ameaçou diversas vezes invadir Rafá. A cidade, que faz fronteira com o Egito, recebeu cerca de 1,5 milhão de palestinos que forma expulsos de suas terras após o início dos bombardeios indiscriminados da ocupação sionista contra a Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023.

Em uma de suas ameaças mais recentes, no dia 28 de março, por exemplo, Netaniahu afirmou que “dividimos a Faixa de Gaza em duas e estamos nos preparando para entrar em Rafá”. Algo que, diga-se de passagem, é uma mentira que esconde a acachapante derrota que o Estado nazista de “Israel” vem sofrendo por iniciativa da resistência palestina.

A invasão de Rafá, entretanto, ainda é uma possibilidade dado que Netaniahu está seguindo a política de intensificar o genocídio na Faixa de Gaza para tentar jogar o povo contra o Movimento de Resistência Islâmico (Hamas, na sigla em árabe) e obrigar países imperialistas, em especial, os Estados Unidos, a entrar na guerra.

Caso essa invasão se concretize, “Israel” levará o genocídio contra o povo palestino a outro nível, dado a enorme quantidade de pessoas que está se refugiando em Rafá, um território pequeno.

Para entender a real dimensão deste problema, o Diário Causa Operária (DCO) entrevistou Nael Khaled, um estudante de odontologia que mora em Rafá. Khaled conta um pouco sobre como é a vida na cidade palestina desde o começo desta fase do conflito:

“Todos começaram a viver da ajuda humanitária, que é fornecido por muitas instituições, a mais famosa das quais é a WCK [World Central Kitchens, que teve sete de seus funcionários assassinados por ‘Israel’ na última semana]”, afirmou Khaled.

Sua universidade, a Al-Azhar, foi destruída por um bombardeio israelense em novembro de 2023. Por isso, teve que interromper seus estudos. Veja:

Com a intensificação do conflito, ele iniciou uma campanha virtual, a qual pode ser acessada por meio deste link, para que consiga angariar os fundos necessários para sair de Gaza e completar os seus estudos em outro local.

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:

Como a sua vida mudou com a imigração em massa de palestinos para Rafá? Nossa vida mudou dramaticamente. Em primeiro lugar, um milhão e meio de pessoas estavam amontoadas numa área muito pequena, de não mais de 64 quilômetros quadrados. Isso levou a uma grande aglomeração, à propagação de doenças e epidemias, à falta de alimentos para um grande número de pessoas e ao amontoamento de lixo nas estradas.

Sua família também mora em Rafá? Sim, moramos em Rafá

Como os palestinos veem o tratamento dado por “Israel” a eles? “Israel” é um país ocupante que ocupou as nossas terras e apenas nos trata matando, bombardeando e destruindo as nossas casas e vidas. “Israel” só mata e destrói.

Como os palestinos estão reagindo a essa situação? Eles estão em desespero. Perderam suas casas, alguns perderam suas crianças, alguns perderam sua esposa, sua mãe, seu pai. A situação é trágica, muito trágica

Você acha que Netaniahu invadirá Rafá? Ele é muito louco. Ele só quer matar as pessoas, não tem nenhum objetivo, apenas matar pessoas, destruir casas, só isso. Sim, [acho que ele vai invadir Rafá] em cerca de uma ou duas semanas.

Você acha que “Israel” está sendo derrotado? Tenho certeza que sim, que vai acontecer. A Palestina será livre porque meu Deus nos prometeu isso no Corão.

Como é que o bloqueio da ocupação sionista contra Gaza afeta sua vida e a vida dos palestinos? Em 10 de maio de 2021, o Centro Al Mezan para os Direitos Humanos publicou um relatório no qual revelou o impacto do bloqueio “israelense” imposto à Faixa de Gaza na movimentação do comércio na Faixa, pois obstrui a entrada e saída de mercadorias de e para a Faixa de Gaza, o que contribuiu para a deterioração dos direitos humanos e da situação humanitária e afetou vários setores da construção, indústria, agricultura, água, eletricidade e educação.

Além disso, “Israel” controla as passagens da Faixa de Gaza com o objetivo de reforçar o controle de entradas e saídas para impedir exportações e importações e para sufocar a Faixa de Gaza.

Você mencionou que está vivendo de ajuda humanitária. Pode falar mais sobre isso? Claro, mencionei anteriormente que havia um grande número de pessoas em Rafá e, ​​portanto, os bens esgotaram-se no primeiro mês da guerra devido ao grande número de pessoas numa pequena área, e todos começaram a viver da ajuda humanitária, que é fornecido por muitas instituições, a mais famosa das quais é a WCK [World Central Kitchens, que teve sete de seus funcionários assassinados por ‘Israel’ na última semana].

Por que você quer deixar Rafá e quais são as dificuldades para fazê-lo? Quero sair de Rafá por dois motivos: o primeiro é para escapar deste genocídio, quero viver. E a segunda é completar a minha formação universitária porque a minha universidade foi destruída.

Uma das dificuldades é que temos de pagar uma quantia que varia entre cinco e 10 mil dólares a uma empresa egípcia chamada Ya Hala para podermos viajar pela travessia de Rafá.

O que as pessoas fora da Palestina podem fazer para ajudar a impedir este genocídio? Muitas coisas. Eles podem sair em manifestações pacíficas exigindo o fim deste genocídio e da guerra, boicotar todos os produtos e marcas que apoiam a ocupação e ajudar pessoas como eu a viajar, a completar a sua educação, a viver.

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