O Estado de “Israel” cometeu muitos crimes em sua história, principalmente contra os palestinos e os países vizinhos. Um deles, no dia 6 de setembro de 2007, foi o bombardeio de um reator nuclear na Síria, na região de Deir Ezzor, hoje tomada pela ocupação dos norte-americanos. Os sionistas tentaram esconder a sua culpa, mas 10 anos depois revelaram que foram os responsáveis pelo bombardeio. Esse evento ficou conhecido como Operação Pomar.
O Chefe do Estado-Maior das forças sionistas Gadi Eisenkot chegou a afirmar naquele momento: “a mensagem do ataque ao reator em 2007 é que Israel não aceitará a construção de uma capacidade que ameace a existência do Estado de Israel. Essa foi a mensagem em 1981, essa foi a mensagem em 2007 e essa é a mensagem para nossos inimigos no futuro“.
O ataque seguiu a “Doutrina Begin” de “Israel”, que determina que os sionistas deve destruir quaisquer capacidades nucleares de países inimigos. A doutrina foi nomeada em homenagem ao primeiro-ministro Menachem Begin, que estabeleceu o precedente ao ordenar o bombardeio do reator nuclear do Iraque em 1981.
Segundo a inteligência israelense e norte-americana, a região de Deir Ezzor, conhecido na Síria como al-Kibar, continha um reator refrigerado a gás e moderado a grafite, capaz de produzir plutônio de grau militar, semelhante à instalação nuclear de Yongbyon, na Coreia do Norte.
Relatórios sobre a missão ao reator sírio vazaram em poucos dias, incluindo detalhes específicos como o número de caças envolvidos, 8 no total, e que se acreditava que a Coreia do Norte havia fornecido conhecimento técnico e materiais à Síria. Netaniahu, naquele momento líder da oposição, afirmou à imprensa que deu seu aval ao então primeiro-ministro Ehud Olmert para o ataque.
O ex-presidente dos EUA, George W. Bush, se referiu explicitamente ao ataque em suas memórias de 2010, Decision Points, dizendo que o sucesso do ataque israelense “compensou a confiança que eu havia perdido nos israelenses durante a guerra do Líbano em 2006“. Esta foi a guerra em que o Hesbolá derrotou “Israel” em pouco mais de 30 dias.
A operação pode parecer normal na atual conjuntura de guerras da região, no entanto, em 2007 a situação era muito diferente. A guerra acontecia apenas no Iraque e no Afeganistão. Nem a Faixa de Gaza era tão atacada por bombardeios. Um ataque desse tamanho na Síria foi uma agressão gigantesca. “Israel” depois seguiria essa doutrina Begin no Irã assassinando importantes físicos nucleares. Mostra também como a situação de “Israel” se degradou, antes era o policial da região, agora é atacado por todos os lados.
Pouco depois do bombardeio o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que um alvo destruído por aviões de guerra israelenses no deserto sírio em 2007 e que era um local secreto de um futuro reator nuclear.
Relatórios anteriores da AIEA sugeriam que a estrutura poderia ter sido um reator nuclear. Em um relatório de fevereiro, o diretor da organização disse apenas que as características da estrutura bombardeada em all-Kibar eram “semelhantes às que podem ser encontradas em locais de reatores nucleares“.
O governo da Síria negou as acusações de qualquer atividade nuclear secreta ou interesse em desenvolver armas nucleares. E recusou permitir que inspetores da AIEA tivesse acesso ao local bombardeado. Essas organizações imperialistas têm histórico de serem utilizadas para espionagem dos países oprimidos. Mas fato é que a pesquisa nuclear não quer dizer que se desenvolvem armas nucleares. Muitos países têm usinas nucleares sem ter bombas nucleares, é o caso do Brasil.
No ano seguinte foi garantida a permissão para a AIEA visitar o local. Ela determinou que o tamanho e a estrutura do prédio destruído se adequavam às especificações de um reator. O local também continha partículas de grafite e urânio natural que poderiam estar ligadas a atividades nucleares. A AIEA também está tentando investigar vários outros locais em busca de possíveis atividades nucleares não declaradas ligadas ao alvo bombardeado. Mas o governo sírio não permitiu a visita por questões de segurança.
O governo de Bashar al-Assad se tornaria cada vez mais visado pelo imperialismo. O desenvolvimento da tecnologia própria mostra um dos motivos. Caso a Síria não tivesse sido completamente destruída por 13 anos de guerra imperialista, poderia estar muito avançada nesse tipo de tecnologia. Os israelenses naquele momento atuavam exatamente para o motivo que o Estado sionista foi criado: ser a polícia imperialista no Oriente Médio.
Eles, como ajuda dos norte-americanos, invadira o território sírio e destruíram uma pesquisa valiosíssima para o país. Depois de 2011, com a guerra imperialista, “Israel” seria um dos principais agentes de destruição da Síria. Até hoje os sionistas bombardeia cidades sírias todas as semanas. Mas a doutrina Begin está cada vez mais difícil de ser aplicada. Isso porque os sionistas mal conseguem controlar a Palestina, que dirá todo o Oriente Médio.