No último dia 5, o portal libanês The Cradle publicou reportagem sobre a prisão de 11 pessoas, cinco israelenses e dois sírios, na cidade turca de Adana. A suspeita fora levantada a partir da investigação dos passaportes de alguns dos envolvidos que haviam chegado a Turquia a cerca de um mês. Os dois cidadãos sírios, jovens de 20 e 21 anos, portavam passaportes falsos.
O prosseguimento das investigações revelou que os dois cidadãos sírios haviam acordado em vender um de seus rins a dois dos cidadãos israelenses, um de 68 e outro de 28 anos, para transplantes de rim a serem realizados em Adana.
O crime trouxe à tona prática antiga de “Israel”, descrita pelo portal Bloomberg em 2011 como “mercado negro global de órgãos em expansão, no qual os corretores usam fraude, violência e coerção para comprar rins de pessoas carentes, principalmente em países subdesenvolvidos, e depois vendê-los a pacientes com doenças graves em nações mais ricas”. Na maioria dos casos, ainda segundo o jornal, os órgãos tinham como destino cidadãos israelenses. A rede de tráfico de órgãos envolvia países como Azerbaijão, Bielorrússia, Ucrânia, passando por Filipinas, África do Sul e até mesmo o Brasil.
O caso exposto por The Cradle, porém, é a versão suave do comportamento criminoso de sionistas que exploram a condição de pessoas desesperadas que “voluntariamente” vendem seus órgãos. A operação genocida em curso na Faixa de Gaza desde a Operação Dilúvio de Al Aqsa criou o cenário perfeito para o roubo de órgãos das dezenas de milhares de palestinos mortos, suspeita que foi levantada por observadores independentes na região. As revelações demonstram que o tráfico de órgãos não é apenas a ação de alguns criminosos israelenses: é uma política de estado.
Já em dezembro do ano passado, o jornal turco Daily Sabah, reportou que autoridades de Gaza haviam acusado “Israel” de estar coletando órgãos de cadáveres palestinos, exigindo uma investigação internacional. A dúvida foi levantada pelos palestinos ao receberem de “Israel” os corpos dos mártires vitimados pela incursão sionista.
Os corpos não estavam identificados com seus nomes e não havia especificação de onde haviam sido recolhidos. “Os corpos chegaram dentro de um contêiner, alguns intactos, enquanto outros estavam em pedaços e outros haviam se decomposto”, relatou Marwan al-Hams, diretor do Hospital Mohammed Yousef El-Najar Hospital na cidade da Rafá.
As covas coletivas descobertas nos arredores do Hospital Nasser no final de abril não deixaram dúvidas sobre os crimes de guerra cometidos. Além de mortos com tiro na cabeça e mãos atadas – caracterizando uma execução -, havia evidências de que algumas das vítimas haviam sido enterradas vivas. Corroborando suspeitas anteriores, paramédicos e equipes de resgate envolvidas na operação de recuperação dos cadáveres das covas coletivas reportaram roubo de órgãos por parte das forças armadas de “Israel”.
“Alguns corpos foram encontrados com as mãos amarradas, abdomens abertos e costurados de maneira inconsistente com os métodos usuais de sutura de ferimentos em Gaza, levantando suspeitas do desaparecimento de alguns órgãos”, disse Mohammed Al-Mughayer, diretor do departamento de suprimentos e equipamentos da Agência de Defesa Civil de Gaza, em uma coletiva de imprensa registrada pela agência de notícias turca, Anadolu.
Nos anos 1990, reportagem de emissora de televisão israelense revelou que especialistas no Instituto de Medicina Forense Abu Kabir coletaram pele, córneas, válvulas cardíacas e ossos dos corpos de soldados israelenses, cidadãos israelenses, palestinos e trabalhadores estrangeiros sem a permissão dos parentes. As Forças Armadas israelenses confirmaram o procedimento nefasto, mas alegaram que desde então havia sido interrompido.
O conflito em Gaza demonstra o oposto e expõe o caráter criminoso do regime sionista. Não se deve, no entanto, crer que a extração de órgãos tem como finalidade salvar pessoas doentes e necessitadas. A realidade é que a motivação verdadeira é a recompensa financeira da venda de órgãos no mercado negro. Nesse sentido, é esperado que os soldados sionistas continuem avançando com sua operação genocida e, quanto mais matarem, mais poderão lucrar com o que puderem coletar dos corpos de suas vítimas. Isso é um demonstrativo do tipo de gente que são os sionistas. É evidente que esse comportamento, compartilhado por todos os soldados, é incentivado e até ensinado por seus superiores.
Segundo as autoridades palestinas, já são mais de 35 mil mortos em Gaza e cerca de 80 mil pessoas feridas pela destruição. A iminente invasão terrestre de Rafá, onde habitam 1,5 milhão de refugiados palestinos, pelas tropas sionistas promete agravar esse quadro e deve ampliar a operação doentia de roubo de órgãos.