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Editorial

O jogo de equilibrismo de Lula

Murmúrio em volta da Petrobrás é um reflexo da política que o presidente tenta levar adiante em seu governo

Na última semana, surgiram boatos de que o governo teria decidido pagar os dividendos extraordinários aos acionistas da Petrobrás e, portanto, retirar dezenas de bilhões de reais da empresa brasileira. De acordo com a imprensa burguesa, essa decisão teria partido de uma concordância entre os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Minas e Energia, Alexandre Silveira; e Jean Paul Prates, presidente da Petrobrás.

Entretanto, pouco tempo depois, surgiu, também na imprensa burguesa, o rumor de que não haveria decisão e que, frente a isso, Prates estaria cogitando sair de seu cargo. Os boatos ainda davam conta de que Aloizio Mercadante seria apontado por Lula para substituir o atual presidente da Petrobrás.

Apesar de não haver nenhuma confirmação oficial nem da saída, nem da permanência de Prates, o murmúrio em volta da Petrobrás é um reflexo da política equilibrista que Lula tenta levar adiante em seu governo.

No caso concreto dos dividendos extraordinários, essa política se reflete na seguinte consideração: para emplacar Mercadante e, consequentemente, levar a direção da Petrobrás mais à esquerda, Lula teria que pagar os acionistas para impedir muita insatisfação por parte da burguesia.

Em outras palavras, a política de Lula consiste em não ir muito para a esquerda, e nem muito para a direita, mas sim, ficar no meio, no centro. O problema é que, na atual conjuntura política, este centro já não existe mais. Nesse sentido, com essa política, ou o governo vai muito para a direita – como no caso da segurança pública -, ou muito para a esquerda – como é o caso da política externa.

No caso dos governos nacionalistas, esse jogo de equilibrismo também assume a forma de tentar intermediar a pressão que dois setores imperialistas diferentes fazem contra o país atrasado. O caso de Getúlio Vargas é um exemplo claro disso, na década de 30, o presidente brasileiro tentava se equilibrar entre o imperialismo norte-americano e o imperialismo alemão que, naquele momento, estavam prestes a entrar em guerra.

Para Vargas, esta política podia até funcionar em alguns momentos. Entretanto, essa não é a situação que está colocada agora para o governo Lula, pois, o que existe, neste momento, é a oposição entre o imperialismo e os países oprimidos.

Trata-se de uma política que não está dando resultados e, muito provavelmente, continuará assim. Não é à toa que o PT – e a esquerda brasileira em geral – está muito paralisado, não participando e impulsionando, por exemplo, dos atos em defesa da Palestina. Atos que fazem parte do que é o movimento político mais importante do século e que, justamente por conta dessa política equilibrista, fazem com que o movimento pró-Palestina brasileiro seja um dos mais fracos do mundo.

Não é à toa, também, que a direita dita “democrática”, núcleo-duro da frente ampla brasileira, está dando sinais de que quer se desvencilhar cada vez mais de Lula. Simone Tebet, por exemplo, que faz parte do governo, declarou apoio a Ricardo Nunes que, por sua vez, está sendo apoiado por Bolsonaro. Ou seja, ao que tudo indica, esses setores da direita se deslocam cada vez mais para o bolsonarismo.

Quer dizer, a política equilibrista de Lula, ao mesmo tempo em que deixa o PT parado, não impede que a direita continue ameaçando o governo e o coagindo a atender aos seus interesses. Nesse sentido, o presidente precisa partir para a mobilização e apostar na força do povo para combater a sabotagem que a burguesia perpetra contra o desenvolvimento nacional.

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