Atendendo à demanda de Itamar Ben-Gvir, ministro da Polícia, e também a setores da extrema-direita de “Israel”, Benjamin Netaniahu decidiu limitar o acesso de muçulmanos da Palestina ocupada à Mesquita de Al-Aqsa durante o que é um mês sagrado para os muçulmanos, o Ramadã, conforme relatos noticiados pelo Canal 13 de “Israel”, na segunda-feira (19).
O Ramadã é o nono mês do calendário islâmico, durante o qual os muçulmanos jejuam do amanhecer ao pôr do sol como um ato de adoração e disciplina espiritual, e tem seu início previsto para o início do mês de março esse ano. Esta prática é considerada uma das obrigações fundamentais do Islã e é um período de reflexão, autocontrole, solidariedade e aproximação de Deus. Durante o Ramadã, os muçulmanos também aumentam suas orações, recitam o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, e participam de atos de caridade.
De forma que a repressão sionista, quando realizada nessa época, tende a gerar grande revoltar por parte dos palestinos.
Assim, o Shin Bet, agência de segurança nacional de “Israel”, teria alertado Netaniahu, assim como supostamente Yoav Gallant, ministro da Guerra e Benjamin Gantz, general aposentado e ministro, que erros de segurança podem surgir da medida e que as tensões devem escalar, principalmente entre os palestinos de “residência permanente” dentro do Estado colonial de “Israel”. Nisto, Gantz e Gallant supostamente teriam dito que “isso não é união e nem um gabinete. Não é assim que trabalhamos”, ao manifestarem oposição à decisão de Netaniahu. Contudo, a polícia favorece a aplicação da medida, pressionando pelo recrudescimento da repressão.
A evidente crise interna em Israel, somada à censura oficial das informações oficiais nos hospitais israelenses, leva a crer que a situação política do Estado sionista é mais grave do que aparenta. Diversas manifestações têm ocorrido desde o último dia (9), contra o governo de Benjamin Netanyahu e em defesa da troca de reféns. As manifestações ocorreram por todo o território de “Israel”, como em Haifa, onde as marchas continham faixas pedindo a resignação do governo do primeiro-ministro Benjamin Netaniahu.
Somam-se a isto o número altíssimo de soldados feridos e mutilados, já em milhares, pelas incursões na Faixa de Gaza, e as centenas de veículos militares, desde transportes blindados a grandes tanques de combate, que foram destruídos durante tais operações, e temos um cenário de profunda crise militar.
Desde o início da invasão por terra em 27 de outubro, o exército sionista não conseguiu sequer uma vitória significativa. As forças e a população palestina lidam com os bombardeios e destruição geral de infraestrutura, mas os combates, a guerra de guerrilha travada pelas forças palestinas vem apresentando um sucesso absoluto.
Recentemente, o regime político de “Israel” tem repetidamente restringido a entrada de palestinos à locais sagrados para sua fé, mantendo sob ocupação as mesquitas de Al-Aqsa e de al-Quds ocupadas. As medidas têm sido encabeçadas junto ao processo de aumento da repressão, com o encarceramento em massa da população palestina e assassinatos injustificados na Cisjordânia.
Tais ações em larga escala na Cisjordânia e al-Quds têm constituído um medo que assombra os oficiais israelenses, pois se acredita que a repressão realizada no mês do Ramadã possa desencadear uma maior mobilização entre os palestinos.
Em março, a agressão de “Israel” contra à Faixa de Gaza se aproxima de completar 150 dias, mais de 5 meses de confronto e genocídio completo do povo palestino. Autoridades militares expressam sua preocupação, reconhecendo a situação explosiva que pode se tornar ainda mais intensa no Ramadã, recomendando que as forças de repressão em “Israel” aliviem medidas contra palestinos na Cisjordânia ocupada e em al-Quds.
Observando a fraqueza e desorganização de “Israel”, as facções de Resistência Palestina buscarão ativar outras frentes para impor suas demandas de cessar-fogo, troca de prisioneiros e um grande projeto de reconstrução da Faixa, conforme escrito no projeto de trégua formulado pelo Hamas, divido em 3 etapas e 125 dias, visando à troca de reféns e reconstrução da importante infraestrutura civil de Gaza.
Restrições anteriores à livre manifestação das crenças de palestinos muçulmanos na Mesquita al-Quds e na Mesquita de al-Aqsa já provocaram confrontos entre o povo e unidades da força de ocupação israelense, eventos que destacaram a unidade entre palestinos de Gaza e da Cisjordânia