Todo dia 7 de junho é comemorado o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. Neste momento, entretanto, a data tem uma importância maior do que nunca, pois poucas vezes na história da humanidade a liberdade de imprensa foi tão agredida como está sendo agora.
Não faltam casos, nos últimos anos, para exemplificar isso. A União Europeia, por exemplo, proibiu toda a imprensa russa na Internet. Além disso, órgãos de imprensa como a Al Jazeera, que é do Catar, também foram proibidos em vários países — a própria Al Jazeera foi banida em “Israel”.
No caso dos russos, a justificativa fornecida pelo imperialismo europeu é a de que jornais como RT e Rossiyskaya estariam “espalhando desinformação” no que diz respeito à operação especial da Rússia na Ucrânia. Ao mesmo tempo, os países imperialistas não parecem se preocupar com a “desinformação” espalhada por “Israel” que, por meio de mentiras sistemáticas, tenta mascarar o genocídio que está perpetrando em Gaza. A imprensa sionista, nesse sentido, não é proibida.
Os casos citados são apenas os mais marcantes, mas a situação é muito pior. A censura nas redes sociais, por onde passa, inclusive, boa parta da informação divulgada pela imprensa no geral, é enorme. No Brasil, por exemplo, temos o caso da Causa Operária TV (COTV), que teve a monetização de seu canal e de seus parceiros cancelada pelo YouTube por conta da defesa do povo palestino e de sua luta contra “Israel”.
Finalmente, é difícil que, na história do mundo, tenha tido um nível de censura, de ataque à liberdade de imprensa tão alto como nos dias de hoje. E isso é consequência direta do fato de que nunca antes no mundo houve uma quantidade tão grande de informação disponível para um número tão grande de pessoas.
Com o barateamento dos meios técnicos de difusão de informação, com a Internet, com as redes sociais, multiplicaram-se os órgãos de imprensa. E é justamente por isso que há tanta repressão, que tende a acompanhar o avanço tecnológico e social.
Em outras palavras, a censura existe porque existe uma ampliação da comunicação e um efeito dessa comunicação sobre a sociedade. Tanto é que a invenção da prensa móvel por Gutemberg deu lugar a uma perseguição muito grande por parte da Igreja Católica, que proibiu diversos livros, por exemplo.
Aqui, chegamos a um problema fundamental. A esquerda pequeno-burguesa, diante do avanço da censura, ao invés de defender a mais ampla liberdade de expressão, defende a censura. Para esses setores, nem todo mundo pode falar o que pensa, apenas aqueles que “sabem do que estão falando”, aqueles que “não mentem” devem ter o direito de se expressar.
Trata-se de uma política que deve ser energicamente combatida. Na sociedade capitalista, diferente do que pensa a esquerda pequeno-burguesa, quem define quem são estes “sabichões” que devem poder falar o que querem é o grande capital, é o imperialismo. O mesmo que não só é conivente como impulsiona as mentiras contadas pelo sionismo para justificar o genocídio em Gaza.