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Economia nacional

Juro a 10,5% é um roubo contra o povo e um golpe contra Lula

Banqueiros engordam sua fortuna; imperialismo desmoraliza o presidente. Todos se dão bem com os crimes do BC, menos o povo que empobrece e o governo, tornado refém da direita

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reuniu-se no último na última quarta-feira (31) para tratar da taxa básica de juros (Selic), mantendo o juro básico em 10,5%, o que foi aprovado “unanimemente” conforme comunicado do comitê. O Copom justificou a política de manutenção da taxa afirmando que se deve ao “ambiente externo adverso, em função da incerteza sobre os impactos e a extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos” e ao “cenário doméstico apresentando dinamismo maior do que o esperado”, destacando os “indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho”. “As expectativas de inflação”, continua a nota, “para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,1% e 4,0%, respectivamente”, conclui.

Atualmente, a inflação oficial (medida pelo IPCA, do IBGE), encontra-se em 4,23% no acumulado desde o segundo trimestre de 2023, colocando o juro real brasileiro (juro menos a inflação) em 6,27%, o segundo mais alto entre as 20 nações mais desenvolvidas do mundo (o G20), atrás apenas da Rússia (9,14% de juro real), país que desde fevereiro de 2022, encontra-se em guerra contra a OTAN na Ucrânia. Ocorre que, ao contrário do Brasil, a economia russa está severamente pressionada por sanções que visam sufocar o gigante eslavo. Com essa caracterização, temos que o que está sendo realizado no País é um verdadeiro assalto.

A taxa básica de juros e a inflação estão diretamente ligadas e influenciam a economia de maneira significativa. Em uma situação ideal, a taxa básica de juros deve igualar-se à inflação, de modo que o poder de compra da moeda se mantenha. Mais concretamente, com a inflação a 4,23% no período junho 2023-junho 2024, um montante de R$100 no final do segundo trimestre do ano passado teria, em junho deste ano, o equivalente na época a R$95,77 (4,23% a menos).

Para evitar essa perda, o governo mantém a taxa básica em paridade com a inflação, fazendo com que os poupadores tenham seu capital remunerado conforme a variação de preço. Isso quer dizer que o dinheiro de um indivíduo hoje terá o mesmo valor real no futuro, após ajustes pela inflação, incentivando um equilíbrio entre gastar e poupar.

Se a taxa básica de juros for menor que a inflação e o dinheiro, consequentemente, perde valor, isso desestimula a poupança, pois o retorno é menor que a perda do poder de compra, e incentiva o consumo e o investimento excessivo. Dessa forma, a pressão inflacionária aumenta, pois a demanda supera a oferta de bens e serviços, causando um aumento geral dos preços.

Já se a taxa básica de juros for maior que a inflação, os empréstimos ficam mais caros e, com isso, provoca-se uma pressão contra o consumo e o investimento. As pessoas preferem guardar dinheiro, pois os juros altos aumentam o retorno das aplicações financeiras, produzindo uma escassez de moeda em circulação na economia real, o que, consequentemente, torna o dinheiro mais caro. Isso pode reduzir a demanda por produtos e serviços, podendo levar a um crescimento econômico mais lento e, em casos extremos, a estagnação e a recessão.

Esse último fenômeno é exatamente o que o BC (dirigido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto) tem se dedicado a produzir no País, o que fica evidente pelo descompasso absurdo entre a Selic e a inflação. Com a estagnação econômica, o desemprego já em patamares elevados não tem alteração significativa para as famílias operárias, mantendo-as sob pressão e sem nenhuma perspectiva de melhora.

Naturalmente, com tanta oferta de trabalhadores desocupados disponível e um quadro de atividade econômica quase paralisada, os salários também tendem a acompanhar a lei de oferta e demanda, empobrecendo ainda mais a já paupérrima classe trabalhadora brasileira, com as consequências políticas disso recaindo sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Manter a taxa básica de juros igual à inflação é crucial para preservar o equilíbrio econômico, promovendo um ambiente estável para crescimento e consumo sem desvalorizar o dinheiro ou frear o desenvolvimento, porém a política do BC vai no sentido oposto porque não é a economia real que move a instituição dominada por golpistas, mas dois interesses principais. O primeiro, como quadro acima indica, é evidente: sabotar o governo Lula.

Com a situação econômica adversa, o Palácio do Planalto (sede do governo federal) mantém-se incapaz de auferir popularidade e com isso, capital político para enfrentar a direita. Com o imperialismo levando o mundo à beira da explosão e impulsionando golpes de Estado em todo o continente, nada mais natural que seus serviçais, como Campos Neto, usem suas posições para fustigar o governo do país mais importante da América Latina, o “quintal” dos EUA e, por isso mesmo, a região que mais precisa estar “disciplinada” pela potência imperialista.

Outro fenômeno impulsionador da política de asfixia econômica é o interesse direto dos bancos e grandes especuladores do chamado “mercado financeiro”, um segmento de parasitas que se alimentam da sangria dos recursos do País pela via da dívida pública. Enquanto a economia apresenta perspectiva de “crescimento” de 2,3% ao final do ano, um banqueiro tem seu capital remunerado pelo governo brasileiro em 10,5% com a Selic estipulada por Campos Neto, fazendo com que a fortuna dos parasitas da nação cresça em um descompasso absurdo em relação à economia real. Trata-se, como se vê, de um verdadeiro assalto cometido pelos banqueiros contra o Brasil.

A política de asfixia contra a economia nacional deve ser enfrentada pelo governo, que precisa intervir no BC e acabar com a farra do boi, que beneficia os interesses políticos e econômicos dos piores inimigos do povo brasileiro. Além disso, as organizações da esquerda nacional devem impulsionar uma campanha contra a “independência” do BC, para que o órgão seja subordinado aos interesses dos trabalhadores. Ainda, a infiltração imperialista pela via do sistema financeiro deve ser combatida com uma reforma completa do setor, por meio da estatização de todos os bancos e unificação dos mesmos em uma única empresa pública, sob controle dos trabalhadores.

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