A emissora de notícias israelense Channel 12 relatou no domingo (28) que um total de 30 membros das Forças de Ocupação de “Israel” se recusaram a cumprir ordens para preparar o exército para uma invasão terrestre da cidade de Rafá.
A emissora citou o cansaço como a principal razão para a recusa, afirmando que esses militares se sentem incapazes de continuar lutando em Gaza após quase sete meses de combate.
Forças da companhia de paraquedistas reserva, anexada à Brigada de Paraquedistas regular, teriam recebido ordens para se preparar para ação em Rafá, afirma o Channel 12, mas depois informaram seus superiores de que “não vão comparecer porque não são mais capazes de fazê-lo“.
Autoridades do exército disseram que não forçariam os soldados de reserva a participar da invasão, mas a recusa seria uma indicação clara do esgotamento das forças de reserva após meses de luta.
Dias atrás, o Channel 7 relatou que mais de 100 recrutas se recusaram a servir como soldados de vigilância perto da linha de separação com Gaza. Relatos de notícias israelenses disseram que este foi o terceiro recrutamento desde 7 de outubro em que um número significativo de recusas para servir na unidade foi observado.
No início desta semana, Israel Ziv, ex-chefe da Diretoria de Operações das Forças de Ocupação, expressou rejeição a qualquer ofensiva militar em Rafá na ausência de um plano de governo pós-operação.
Ele afirmou que o Hamas estava trabalhando em uma emboscada estratégica para o exército israelense que constituiria um “desastre para Israel”, observando que a invasão de Rafá representa um alto risco, maior do que tudo o que a ocupação sionista fez em Gaza, dado o fato de Rafá ser um local muito movimentado e difícil de lutar, bem como a sensibilidade dos EUA e do Egito em relação a isso.
No início deste mês, Netaniahu afirmou que uma data para a agressão em Rafá havia sido definida, mas o ministro da Segurança, Yoav Gallant, posteriormente desmentiu essas declarações durante uma visita a Washington.
Ao mesmo tempo, o governo Biden emitiu vários apelos para que a entidade ocupante adie uma ofensiva terrestre em Rafá, a menos que apresente um plano viável para evacuar civis, à medida que a reputação de “Israel” frente ao mundo continua sendo manchada pelo genocídio que está perpetrando em Gaza.
Enquanto isso, diversos protestos continuam ocorrendo em “Israel” liderados pelas famílias dos prisioneiros em Gaza. Embora as negociações mediadas pelo Catar pareçam ter estagnado, ainda surgem dúvidas entre os cidadãos da ocupação sobre a incapacidade de “Israel” em alcançar seus objetivos.
A imprensa israelense, por sua vez, já praticamente jogou a toalha. Um artigo de opinião publicado pelo jornal sionista Maariv no início deste mês, por exemplo, afirmou que “Israel deveria declarar o fim da guerra porque realmente perdeu”.