Na terça-feira (6), o Hamas respondeu a uma proposta de cessar-fogo feita pelo Catar e pelo Egito com uma contraproposta de trégua de 135 dias, incluindo um processo de troca de prisioneiros em três etapas, o cessar de todas as operações militares por ambos os lados em conflito, a retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza, a entrada irrestrita de ajuda humanitária na região e o fim das incursões violentas de colonos na Mesquita de Al-Aqsa.
O comunicado oficial do Hamas afirma: “este acordo visa interromper as operações militares mútuas entre as partes, alcançar uma calma completa e sustentável, trocar prisioneiros entre as duas partes, pôr fim ao cerco a Gaza, reconstruir, devolver residentes e deslocados às suas casas, e fornecer abrigo e alívio para todos os residentes em todas as áreas da Faixa de Gaza”.
A proposta solicita que Egito, Catar, Turquia, Rússia e a ONU atuem como garantidores do acordo. Dividido em três fases de 45 dias, o acordo de troca de prisioneiros começaria com a libertação de todas as mulheres israelenses detidas, homens com menos de 19 anos, idosos e doentes. Os demais prisioneiros masculinos seriam libertos durante a segunda fase, e os restos mortais daqueles mortos em combate seriam trocados na terceira fase.
Em troca, o Hamas pede a libertação de 1.500 prisioneiros, um terço dos quais seria selecionado de uma lista de palestinos condenados à prisão perpétua por Israel. Durante a primeira fase, o Hamas pede o aumento das entregas de ajuda humanitária para atender às necessidades dos habitantes de Gaza; a reconstrução de hospitais, casas e instalações; o reposicionamento das forças israelenses “bem longe” das áreas povoadas em Gaza para permitir a transferência segura de prisioneiros; e o fim das operações de reconhecimento aéreo por Telavive.
Mohamed Nazzal, membro do birô político do Hamas, afirmou que nada na proposta pode ser “comprometido”. Em suas palavras: “a máquina de matar israelense deve ser interrompida. Queremos ver as forças de ocupação israelenses se retirarem completamente da Faixa de Gaza. Nossa resposta é realista, e nossas demandas são razoáveis. Esperamos que as negociações comecem. Uma vez que começar, quaisquer obstáculos podem ser superados no caminho para alcançar um acordo final, onde possamos acertar os detalhes”.
Em resposta à proposta abrangente, autoridades israelenses disseram à Ynet na quarta-feira que “não podem aceitar o fim da guerra”. Por sua vez, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou ao Times of Israel que o governo “não tem uma resposta para as demandas do Hamas além de sua declaração de ontem à noite indicando que estava estudando a proposta”.