Um vídeo circulando desde quarta-feira (22) nos principais meios de comunicação no ligados ao imperialismo, inclusive no Brasil, mostram supostas mulheres do exército israelense capturadas pelos militantes da resistência armada palestina. A imprensa acusa os “terroristas” do Hamas de causar terror às supostas cinco “reféns”.
Trata-se, contudo, de mais uma mentira, mais uma peça de propaganda sionista. O governo israelense e seus apoiadores mentem descaradamente sobre o que acontece na região há mais de 80 anos. Logo após o 7 de outubro de 2023, viu-se a farsa dos “40 bebês decapitados pelo Hamas”, desmentida até mesmo pelo exército sionista, mas repetida em coletiva de imprensa para o mundo pelo maior apoiador do genocídio dos palestinos, Joe Biden.
No vídeo que circula neste momento, que, curiosamente, aparece sete meses depois da operação orquestrada pela resistência palestina, o Dilúvio de al-Aqsa, não mostra nenhuma das “reféns” sendo espancadas ou coisa do gênero. Muito pelo contrário, as sionistas aparecem com roupas civis, algumas amarradas e simplesmente sendo transportadas para outro local. De acordo com as próprias forças de resistência, elas estariam com roupas civis pois porque estavam de folga em 7 de outubro – um sábado – em um local militar, na divisão de comando de Gaza, onde trabalhavam.
Praticamente toda a imprensa que trabalha para o imperialismo fala que esse suposto vídeo teria cerca de duas horas e teria sido gravado por um câmera em um uniforme de um militante do Hamas. Segundo esses “jornais”, o trecho do vídeo que está em circulação, com pouco mais de 3 minutos e que mostra tão somente o que foi descrito acima, teria sido editado e censurado para não chocar as pessoas ao “ver cenas perturbadoras e de extrema brutalidade”.
Essa afirmação de que estariam poupando as pessoas de verem cenas horríveis causadas pelos “terroristas do Hamas” é em si absurda. O mundo está vendo, se chocando e se colocando contrário às cenas verdadeiramente horripilantes e criminosas que os sionistas estão causando contra mulheres, crianças e civis na Faixa de Gaza. Se os sionistas tivessem cenas que fossem realmente fortes contra os israelenses, eles divulgariam imediatamente para tentar justificar a carnificina que estão promovendo contra a população palestina.
Sobre o vídeo que está circulando amplamente nos meios de comunicação que apoiam os sionistas, o Hamas publicou uma nota esclarecendo que as imagens, cenas, movimentos e barulhos contidos no vídeo são manipuladas e que até mesmo o conteúdo não pode ser confirmado. “As filmagens divulgadas na imprensa hebraica são fragmentadas e foram manipuladas, e a autenticidade do conteúdo não pode ser confirmada”. Diz trecho da nota.
“Há cortes deliberados nas cenas e uma seleção de imagens e clipes para apoiar as alegações e mentiras da ocupação sobre o ataque a soldados mulheres”.
Ainda sobre o que é dito no vídeo, nas conversas entre as soldados israelenses e os militantes da resistência, a nota afirma que: “as filmagens mostram distorções deliberadas e manipulação na tradução [legendada] para o inglês, com a adição de palavras que não foram ditas por nenhum dos combatentes que apareceram nas filmagens, seja em árabe ou inglês, o que prova que a versão sionista é falsa em sua origem.”
Como o vídeo mostra algumas mulheres com vestígios de sangue em seus rostos, o Hamas esclarece: “Os vestígios de pouco sangue ou ferimentos leves em algumas das soldados são algo esperado em tais operações e na confusão que poderia ocorrer. As cenas não mostraram nenhum ataque físico a nenhuma delas, mas sim um diálogo entre os combatentes e as soldados sem qualquer agressão ou violência.” Outro ponto a ser lembrado e levado em consideração sobre o tratamento do Hamas aos reféns são as imagens e vídeos, nos quais os israelenses soltos agradeciam, abraçavam e pegavam nas mãos dos militantes da resistência na hora da soltura.
Contrariando toda essa farsa, as cenas que aconteceram em Rafá contra civis, mulheres e crianças são bem reais. Em uma dessas cenas, aparece um pai carregando e mostrando para as pessoas ao redor uma criança, aparentemente seu filho, com a cabeça arrancada. Outros vídeos mostram pessoas sendo literalmente queimadas vivas por conta de bombardeios dos israelenses contra esses palestinos amparados apenas por tendas de plástico da ONU.
Até o momento, o que se sabe é que mais de 50 palestinos foram mortos. Esse é só mais um crime de guerra organizado e orquestrado pelo exército sionista da qual essas cinco mulheres fazem parte. Vejamos agora como essa imprensa canalha e apoiadora do genocídio vai sair a campo para tentar explicar que um acampamento de refugiados palestinos, com pessoas famintas, desarmadas, muitas já mutiladas, pode causar algum mal aos soldados israelenses assassinos.
Leia na íntegra a nota do Hamas sobre o suposto vídeo:
À luz da publicação pela ocupação sionista de um vídeo sobre a captura de soldados durante os eventos da operação Dilúvio de Al-Aqsa em 7 de outubro, afirmamos o seguinte:
– As filmagens divulgadas na imprensa hebraica são fragmentadas e foram manipuladas, e a autenticidade do conteúdo não pode ser confirmada.
– Essas filmagens, neste momento, vêm no contexto das tentativas fracassadas da ocupação de distorcer a imagem da valente resistência do nosso povo, publicando narrativas fabricadas que foram desmentidas por várias investigações da mídia.
– As cenas mostram imagens de soldados em um local militar que foram capturadas durante o trabalho na divisão de comando de Gaza, e elas aparecem em roupas civis porque estavam em um momento de descanso, especialmente porque a operação ocorreu na manhã de sábado, 7 de outubro, que era seu dia de folga.
– Há cortes deliberados nas cenas e uma seleção de imagens e clipes para apoiar as alegações e mentiras da ocupação sobre o ataque a soldados.
– As filmagens mostram distorções deliberadas e manipulação na tradução [legendada] para o inglês, com a adição de palavras que não foram ditas por nenhum dos combatentes que apareceram nas filmagens, seja em árabe ou inglês, o que prova que a narrativa sionista é falsa em sua origem.
– Os vestígios de pouco sangue ou ferimentos leves em algumas das soldados mulheres são algo esperado em tais operações e na confusão que poderia ocorrer. As cenas não mostraram nenhum ataque físico a nenhuma delas, mas sim um diálogo entre os combatentes e as soldados sem qualquer agressão ou violência.
– As soldados foram tratadas de acordo com as regras éticas da nossa resistência, e não foi comprovado nenhum tratamento ruim a elas nesta unidade. Mesmo que elas fizessem parte de uma unidade envolvida na morte do nosso povo e que causou a morte de centenas de manifestantes pacíficos na fronteira de Gaza.
– Todas as imagens e cenas na recente troca de prisioneiros confirmaram o bom tratamento que [os prisioneiros] receberam da resistência em Gaza, em contraste com a opressão, abuso e assassinato que nossos prisioneiros recebem nas prisões da ocupação.
Movimento de Resistência Islâmica Hamas
23 de maio de 2024