Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Ásia

Golpistas manobram para tentar vencer eleições no Paquistão

Mesmo que os independentes ligados a Khan obtivessem maioria absoluta nas eleições parlamentares, o regime poderia suspender as eleições

No último dia 8 de fevereiro, foram realizadas as eleições parlamentares paquistanesas de 2024 convocadas pelos golpistas que assumiram o comando do país após a deposição de Imran Khan, que governou o país entre 2019 e 2022. A deposição de Imran Khan foi resultado de um golpe de estado apoiado pelo imperialismo, pois Khan se mostrava disposto a cooperar com o governo do Talibã, que expulsou os EUA do Afeganistão, nação que sofreu com uma ocupação genocida que durou vinte anos, de 2001 a 2021. Além disso, Khan se recusou a condenar a Operação Militar Especial russa para libertar os russos étnicos que vivem sob a ditadura nazista ucraniana de Zelensky, apoiada pela OTAN, que é o braço armado do imperialismo.

O imperialismo não deseja perder o controle da quinta nação mais populosa do mundo, e que é dotada de um arsenal nuclear. Vale lembrar que o Paquistão é uma nação islâmica, e que a grande maioria dos paquistaneses são fortemente contrários ao genocídio que os sionistas, com o apoio do imperialismo, estão realizando na Palestina. Eles se solidarizam com a luta do povo palestino pelo direito ao seu Estado e pelo retorno dos refugiados expulsos de suas terras desde 1948. Imran Khan defende que o Paquistão deve apoiar a criação de um Estado palestino.

O imperialismo, que tem acumulado inúmeras derrotas nos últimos anos (Afeganistão, Síria, Iêmen, Níger, Burkina Faso, Mali, Donbass, etc), aumenta a pressão para controlar ainda mais o Paquistão. A ditadura fascista aliada do imperialismo que comanda o país desde abril de 2022, com o apoio dos golpistas do Legislativo e da Suprema Corte paquistanesa, baniu o PTI, partido político de Imran Khan, proibindo o partido de disputar as eleições e obrigando que seus filiados disputem as eleições como candidatos “independentes”. 

Esta foi uma manobra utilizada pelo regime político paquistanês para se manter no poder. Criaram uma intensa campanha de calúnias contra Imran Khan (que está preso desde agosto de 2023, acusado de corrupção e de receber jóias sauditas como propina), sua esposa e seu partido, prendendo sua esposa, Bushra Maneka, em 31 de janeiro, às vésperas do processo eleitoral, numa clara tentativa de influenciar no resultado das eleições. 

O recurso às candidaturas independentes é mais uma manobra da ditadura paquistanesa para tentar vencer as eleições. A câmara baixa do Paquistão teve 266 assentos em disputa nas eleições do último dia 8 de fevereiro. Logo, são necessários 134 parlamentares (metade do total de assentos do parlamento, mais um assento) para se formar um governo sem recorrer às coalizões. Com as perseguições do regime paquistanês contra os aliados de Khan, poucos partidos podem se sentir à vontade para participar de uma coalizão com os independentes ligados ao presidente deposto, caso estes não conquistem os 134 assentos necessários para a formação de um governo de maioria.

O Paquistão é um país atrasado, com grande parte de sua população analfabeta. Muitos eleitores do partido de Imran Khan votam com base no símbolo do partido impresso na cédula eleitoral (um taco de críquete, Khan ter sido um famoso jogador de críquete – esporte popular no Paquistão – antes de entrar para a política do país). Como o regime obrigou os apoiadores de Khan a concorrerem como independentes, eles não podem utilizar o símbolo do PTI para disputar as eleições, mostrando o desespero dos golpistas em querer manter o poder a qualquer custo. Isso pode dificultar uma parcela considerável dos quase 130 milhões de eleitores paquistaneses a descobrir como encontrar o grupo político de Khan na cédula eleitoral.

Apesar disso, os independentes conquistaram a maior parte dos assentos, conquistando 98 deles. O Partido da Liga Muçulmana do Paquistão Nawaz, apontado por pesquisas ligadas ao imperialismo como favorito para a vitória, obteve apenas 69 assentos. E o Partido Popular do Paquistão, que participou do golpe contra Khan junto com o Partido da Liga Muçulmana do Paquistão, Nawaz, obteve 51 assentos. Ainda há 22 assentos em disputa, o que impossibilita a qualquer dos grupos políticos formar um governo sem o apoio de outros partidos.

Mesmo que os independentes ligados a Khan obtivessem maioria absoluta nas eleições parlamentares, o regime poderia suspender as eleições – já viciadas pela prisão da esposa de Imran Khan a apenas oito dias do processo eleitoral e pelo fato de o partido de Khan não poder se apresentar aos seus eleitores da forma tradicional.

Isso mostra como o imperialismo se utiliza da pauta anticorrupção para derrubar governos e fraudar eleições em diversos países do mundo. Vimos isso no Brasil em 2018, quando Lula foi impedido de disputar as eleições com base num processo farsa, liderado pelo ex-juiz Sérgio Moro e pelo ex-procurador Deltan Dallagnol. Agora, a mesma burguesia ligada ao imperialismo que apoiou a prisão de Lula quer prender Bolsonaro. Mas, ao mesmo tempo, precisa de Bolsonaro livre, pois ainda não encontrou um candidato direitista viável para derrotar Lula nas próximas eleições. Vimos isso também na Argentina, país onde a ex-presidente Cristina Kirchner é alvo de um processo judicial claramente com intenções de persegui-la politicamente. O mesmo se deu na Bolívia, país em que Evo Morales foi proibido de se candidatar pela justiça eleitoral do país.

Como podemos ver, o agigantamento do poder judiciário, que não é eleito pelo povo, serve para limitar o exercício da soberania popular. Aqui no Brasil, parte considerável da esquerda brasileira apoia esse absurdo político em nome do “combate ao fascismo”.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.