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Guerra na Palestina

Gaza, um inferno para todas as mulheres

Uma palestina que se dedica a ajuda humanitária relata a sua vida em 11 meses de guerra genocida

A Faixa de Gaza é um inferno para toda a população, o Estado de “Israel” criou o maior campo de extermínio do mundo. Uma funcionará de organização de ajuda humanitária relatou essa realidade.

Ela afirma: “enquanto a guerra em Gaza começou, continuei a trabalhar devido à minha crença nos direitos das mulheres como direitos humanos. Isso é o que me inspirou desde o início e é o motivo pelo qual continuo. Enfrentamos grandes desafios, especialmente para nós, mulheres, ao sairmos para fornecer ajuda humanitária. Vivemos em um estado de tensão. Quando saímos de casa, confiamos nosso lar e nossos filhos a Deus: somente Deus sabe se retornaremos para eles“.

Ela segue: nosso trabalho nos expõe a muitas violações e a um sentimento de descrença. Imagine que você está indo ajudar as pessoas, mas pensa que pode não voltar para ver seus filhos e entes queridos. Esse é um sentimento aterrorizante que te faz viver em conflito: entre proteger a si mesma e sua família, e seu dever humanitário que exige que você saia para ajudar.

Sobre seu dia a dia afirma: “sou residente de Rafá, e em nossa casa estávamos hospedando de 30 a 35 pessoas que haviam perdido suas casas, e cada pessoa estava em um estado psicológico diferente. Nossa casa também era o centro da associação, porque não podemos ir a um escritório, então o trabalho administrativo era feito da minha casa, e isso gerava sentimentos mistos de dever e responsabilidade — e também pânico, especialmente porque a ocupação estava atacando aqueles que prestavam serviços humanitários”.

E afirma: dizer que as mulheres de Gaza são firmes e enviar uma imagem ao mundo de que somos uma lenda e que somos mais capazes de resistência não seria verdade. Somos firmes apenas diante de nossas famílias e filhos para que eles não desmoronem, mas estamos sendo destruídas internamente. As mulheres de Gaza estão fisicamente exaustas, psicologicamente quebradas.

A mulher sente que é responsável por seus filhos e irmãos, e assim carrega o maior fardo de sentimentos e pressão psicológica. Ela tenta fazer os outros se sentirem seguros. As mulheres de Gaza, por mais que sejam firmes, estão confusas, fatigadas; a necessidade de mulheres buscarem apoio psicológico aumentou nos últimos dois meses, porque as mulheres não conseguem mais suportar a pressão.

Nesta guerra, as mulheres perderam sua privacidade, sua dignidade e sua humanidade. Algumas delas foram sujeitas a ataques sexuais e assédio sexual, algumas perderam seus maridos, seus filhos, seus irmãos. Algumas perderam tudo. Elas perderam toda a sua família e suas fontes de sustento e se tornaram completamente dependentes dos outros.

Ela conclui seu relato: “queremos viver uma vida normal entre nossos filhos em segurança, planejando o futuro. Como mulheres de Gaza, estamos completamente destruídas psicologicamente. Não temos sonhos, nem esperanças. Só desejamos continuar vivos: nós e nossos filhos. Às mulheres de todo o mundo, digo: formem alianças e levantem suas vozes para parar a guerra e respeitar a dignidade humana“.

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