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HISTÓRIA DA PALESTINA

Força Quds e a luta pela libertação dos povos oprimidos

Esta unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã luta contra o imperialismo e o sionismo há mais de 40 anos. Ajudou a organizar o Hesbolá, a fornecer armas ao Hamas e mais

Neste sábado, 13 de abril de 2024, o Irã realizou a “Operação Promessa Cumprida”, ocasião em que lançou contra o território “israelense” centenas de VANTs (veículos aéreos não tripulados) e mísseis balísticos com o objetivo de atingir alvos militares envolvidos no ataque criminoso que a força aérea de “Israel” realizou contra o Consulado Iraniano em Damasco, Síria, em 1º de abril. 

Naquele ataque, foram assassinadas 16 pessoas, várias das quais militares do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica, isto é, as forças armadas do Irã, popularmente conhecida como Guarda Revolucionária Iraniana. O principal alvo foi o Brigadeiro General Maomé Reza Zaedi, membro de grande importância da Força Quds, especialmente no que se refere às ligações de Teerã com o Hesbolá e com a Síria, partido e país que travam luta diária contra o sionismo e o imperialismo no Oriente Médio.

Zaedi não foi o primeiro militar da Força Quds assassinado covardemente por “Israel” e/ou pelo imperialismo. Antes dele, o general Qassem Soleimani, que era o comandante da força, foi assassinado pelos Estados Unidos em 2020, igualmente em ataque aéreo. Conforme já exposto por este Diário, Soleimani foi o arquiteto do Eixo da Resistência, grupo de países, partidos e milícias que lutam contra o sionismo e o imperialismo em apoio à libertação nacional da Palestina.

Fica clara, então, a importância da Força Quds para a luta antissionista e anti-imperialista do povo árabe e muçulmano. Essa unidade especial da Guarda Revolucionária Iraniana foi criada oficialmente há 36 anos, em 1988, ao término da Guerra Irã – Iraque, uma guerra fomentada pelos Estados Unidos para conter a Revolução Iraniana, que havia triunfado em 1979.

A Força Quds é um dos cinco ramos de atuação da Guarda Revolucionária Iraniana, e é especializada em guerra não convencional e operações de inteligência militar, funções que possui desde seu surgimento, quando da Guerra Irã-Iraque.

Apesar de ter sido criada oficialmente com este nome apenas após o fim da guerra, ela já existia durante o conflito, quando a unidade especial de inteligência Departamento 900 foi mesclada ao Departamento de Operações Especiais Externas. 

Em 1982, quando do auge da Primeira Guerra do Líbano, uma guerra de agressão desencadeada por “Israel” e o imperialismo para destruir a resistência palestina, especialmente a OLP; unidades da Força Quds, totalizando cerca de 1.500 combatentes da Guarda Revolucionária Iraniana, foram enviados para o Líbano para auxiliar combatentes libaneses do Hesbolá a lutar contra a agressão sionista. Naquele ano, o quartel-general das forças israelenses de ocupação em Tire, Líbano, foi alvo de dois ataques suicidas, que resultaram na eliminação de mais de 160 pessoas, das quais 103 sionistas. Relata-se que o ataque foi realizado pelo Hesbolá e pela Força Quds.

No ano seguinte, dois ataques ainda maiores foram realizados contra o imperialismo e o sionismo. Fala-se do ataque a bomba à embaixada norte-americana em Beirute e do ataque ao quartel norte-americano em Beirute. Mais de 300 soldados norte-americanos e funcionários do imperialismo dos EUA e da França foram eliminados. Dentre eles, Robert Ames, principal analista da CIA para o Oriente Médio e diretor do Oriente Próximo e a maior parte do pessoal de Beirute da CIA. O principal comandante das Forças Quds por trás das ações de resistência era Ali-Reza Asgari. Já o chefe de operações do Hesbolá era Imad Mughniyeh, sobre o qual este Diário já escreveu. Ainda como parte da Guerra Irã-Iraque, no mesmo ano, a embaixada dos EUA no Cuaite, Iraque, foi alvo de um ataque a bombas que eliminou 17 serviçais do imperialismo. A ação de resistência foi realizada pelas Brigadas Badr, liderada por Abu Mahdi al-Muhandis, e pelo Hesbolá, através de Mustafa Badreddine, primo de Imad Mughniyeh. A Força Quds prestou auxílio nessa ação.

Já no século XXI, a Força Quds e o Hesbolá, nas pessoas de Soleimani e Mughniyeh, supervisionaram o fornecimento de armas para o Hamas e a Jiade Islâmica quando da Segunda Intifada, a partir do ano de 2002, segundo informações do militante libanês Anis al-Naqqash.

Igualmente, inteligência militar e equipamentos (especialmente explosivos) foram fornecidos pela Força Quds às organizações iraquianas que se levantaram contra o imperialismo norte-americano após a invasão de 2003. O auxílio prestado pela força iraniana foi de grande valia para que a resistência iraquiana combatesse a coalizão de países imperialistas que havia invadido o Iraque e também os mercenários da empresa Blackwater. Acontecimentos notáveis são a Emboscada de Faluja, em 2004, em que quatro mercenários foram eliminados; e a Emboscada de Bagdá, também em 2004, quando oito serviçais do imperialismo, dentre militares e funcionários, foram mortos.

Ainda no que diz respeito ao Iraque, a Força Quds, sob a liderança de Soleimani, foi fundamental no combate ao Estado Islâmico no país, em 2014, acabando com o controle territorial que essa organização a serviço do imperialismo detinha sobre grande parte do país. O mesmo já estava sendo feito na Síria desde 2011, em auxílio ao governo de Bashar al-Assad, que desde aquele ano, vinha resistindo à guerra de agressão desatada pelos Estados Unidos contra o país. Assim como no Iraque, o Estado Islâmico, ao que tudo indica, estava sendo utilizado pela CIA e por “Israel” para manter a ditadura imperialista sobre o Oriente Médio. A Força Quds foi fundamental para acabar com a ofensiva do imperialismo, através do Estado Islâmico, que durou de 2014 a 2019, aproximadamente.

No ano de 2018, o general Abdolreza Shahlaei, da força, foi enviado ao Iêmen para auxiliar o Ansar Alá na luta de libertação nacional do povo iemenita contra guerra de agressão dos EUA, que era realizada através da Arábia Saudita.

Em face deste papel revolucionário que a Força Quds possui no Oriente Médio e, vale dizer, em todo o mundo, não é coincidência que ela seja designada como uma organização terrorista pela Secretaria de Estado dos Estados Unidos, da mesma forma que é feito com a Guarda Revolucionária do Irã. A razão para isto? Seu “apoio contínuo e envolvimento em atividades terroristas em todo o mundo”. Em outras palavras, o apoio contínuo e envolvimento nas lutas dos povos oprimidos por sua libertação nacional da ditadura imperialista em todo o mundo.

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