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Paraná

Fábrica de fertilizantes nacional é reaberta

Neste dia 14 de janeiro, os brasileiros receberam uma boa notícia, a presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann, anunciou a reabertura da FAFEN-PR

Neste domingo, dia 14 de janeiro, os brasileiros receberam uma boa notícia. A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal Gleisi Hoffmann anunciou a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) pelo governo Lula.

A Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), conhecida anteriormente como Fertilizantes Nitrogenados do Nordeste S.A. ou Nitrofértil, era uma unidade de operações da Petrobrás. Essa unidade produzia amônia e fertilizantes nitrogenados a partir de gás natural. A Fafen continha três plantas, localizadas na cidade de Araucária, no Paraná (Fafen-PR), na cidade de Camaçari, na Bahia (Fafen-BA), e na cidade de Laranjeiras, em Sergipe (Fafen-SE). Existia ainda mais uma unidade em implantação, no estado do Mato Grosso do Sul (Fafen-MS), na cidade de Três Lagoas, mas sofreu interrupção no processo, sendo colocada à venda. Em 2023, contudo, teve a alienação suspensa.

A Fafen-MS, foi projetada para ser a maior fábrica de fertilizantes da América Latina, com maior eficiência energética da região no setor e com capacidade para atender 15% da demanda interna de ureia de 2022.

A Fafen-PR, tinha mais de 1000 trabalhadores. O encerramento das operações nas três plantas teve reflexo de 13% na dependência de importação de fertilizantes. No ano de 2015, aproximadamente 70% do consumo interno dependia de importações. Com o fechamento da fábrica, esse porcentual subiu para 83%, em 2023.

Destruição do setor

Desde o golpe 2016, a burguesia teve como política acabar com a produção nacional de fertilizantes pela Petrobrás. A alegação para essa política seria que a produção pela Petrobrás com preços de insumos atrelados ao mercado internacional “não dava lucro”, sendo melhor a importação.

Ainda no governo de Michel Temer (2016-2018), foram desativadas duas fábricas de nitrogenados. A primeira foi a Fafen-BA, no polo petroquímico de Camaçari, unidade em funcionamento desde 1971.

A segunda foi a Fafen-SE, unidade operacional desde 1982. Inativas, as plantas das duas unidades foram arrendadas para a Proquigel Química, que em 2021 iniciou produção em suas fábricas.

Durante os anos do governo Bolsonaro, a unidade restante de operação da Petrobras, a Fafen-PR, foi fechada em fevereiro de 2020. Essa política, atrelada às consequências da Guerra da Ucrânia, acabaram ocasionando aumento dos preços no setor e risco de desabastecimento, com impactos negativos nas exportações de grãos.

A importância do Brasil no mercado de fertilizantes

Em 2018, a agricultura brasileira consumia 7% dos fertilizantes mundialmente produzidos, estabelecendo-se em quarto lugar no ranking mundial, atrás de China, Índia e Estados Unidos. Sendo o quarto no consumo de Nitrogênio, o terceiro no de Fósforo e o segundo no de Potássio.

Em 2021, o Brasil chegou a consumir 45,85 milhões de toneladas de fertilizantes, estando as culturas de soja, milho e cana-de-açúcar como as três principais demandantes, correspondendo a 73% do consumo interno.

Economicamente, podemos ter uma dimensão dessas transações ao consideramos que o cloreto de potássio (KCl) foi negociado no Porto de Vancouver/Canadá, ao preço médio de US$248/tonelada em 2021. Em março de 2022, esse valor foi triplicado para US$815/tonelada.

No Brasil, com solo pobre em potássio, 90% do KCL é importado, sendo uma média de 12,8 milhões de toneladas anuais. Os produtores de KCL são Canadá (32%), Bielorrússia (18%), Rússia (18%) e China 12%, que costumam representa os seguintes percentuais na importação brasileira: 32,6% do Canadá, 28,2%, da Rússia e 18,7%, da Bielorrússia.

Consequências dessa política

A primeira consideração a ser feita nesse ponto é a própria alimentação. O fechamento dessas fábricas não apenas ameaçou com fome a população brasileira, como ameaçou a segurança nacional. Afinal, a produção nacional de alimentos e, por conseguinte, a estabilidade política ficou a mercê de uma economia externa. Um país que não pode alimentar sua população não consegue manter sua integridade.

Segundo, feriu profundamente os interesses econômicos nacionais, impossibilitando o desenvolvimento pleno da economia neste setor. Se o país não tem fábricas de fertilizantes, terá que importar produtos sob os preços impostos pelo mercado externo.

No Brasil, onde uma parcela importante da economia é baseada na produção agraria, o consumo de fertilizantes é altíssimo. Ter esse insumo atrelado ao mercado externo acaba pressionando contrariamente esse setor da economia.

Esse episodio apenas demonstra como o Brasil vem sendo liquidado para atender aos interesses do imperialismo. Neste caso, até o setor agrário brasileiro foi penalizado, sofrendo perdas durante o período de golpe. 

Parte considerável da industrial brasileira já foi destruída. A expressiva indústria eletrônica em São Paulo foi praticamente extinta. Casos como esse podem ser contabilizados por todo o País.

Sucateamento da Petrobrás

A desativação dessas unidades de produção de fertilizantes, assim com a desativação e venda de plataformas e refinarias de petróleo, são parte de uma orientação política. Há uma política estabelecida de lapidar a Petrobrás e aumentar o saque a esse patrimônio nacional.

Em outras palavras, essas desativações de fábricas são parte da política de sucateamento da Petrobrás e, como as demais ações nesse sentido, tiveram grande impacto negativo na economia e sociedade brasileira.

A destruição da indústria nacional, assim como outros reflexos do golpe de Estado, só poderão ser plenamente revertidos através de uma ampla mobilização dos trabalhadores, que permita mudar a correlação de forças.

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