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Governo brasileiro

De fato, Lula, Lênin e Fidel fizeram muito mais

Declaração infeliz de Lula equipara seu tímido assistencialismo com transformações muito mais ambiciosas e que atacam, de fato, o problema da miséria entre os trabalhadores

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu no último dia 2, durante ato de filiação da golpista Marta Suplicy ao Partido dos Trabalhadores (PT), o programa Pé-de-Meia, criado para combater a evasão escolar e auxiliar estudantes carentes por meio da concessão de R$7,1 bilhões anualmente a cerca de 2,5 milhões de alunos do ensino médio. Visivelmente empolgado com a medida, Lula deu uma declaração no mínimo infeliz para defendê-la:

“Eu lembro que a gente anunciou uma coisa revolucionária. Nem Fidel Castro fez isso em Cuba, nem o Lênin fez isso na Rússia. E nós estamos fazendo aqui, na democracia. Com o povo gritando contra e a favor”, disse o líder petista. De fato, nem Fidel, nem Vladimir Lênin destinaram tamanho montante para jovens estudantes secundaristas, até porque os líderes revolucionários ocuparam-se com soluções de fundo para os problemas sociais de seus respectivos países, ao contrário do presidente brasileiro.

Não precisamos voltar muito na história do Brasil para perceber o quão desencontrada foi a declaração de Lula. A fome, cujo combate fora tido como prioritário em seus governos desde a primeira eleição, em 2002, precisou de 12 anos para ser reduzida a ponto de o Brasil ser retirado do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). Bastaram, no entanto, dois anos de governo Michel Temer e quatro anos de Jair Bolsonaro para que mais de uma década de trabalho fosse jogado na lata de lixo, e o flagelo da fome voltasse a assolar os setores mais pobres das famílias trabalhadoras.

Em Cuba, a Revolução Cubana de 1959, não apenas encerrou o drama dos famélicos do pobre país caribenho, como democratizou também o direito a habitação e a toda a rede de ensino, inclusive superior. Herança da revolução minimizada por Lula, Cuba tem hoje uma das mais avançadas redes médicas do planeta, com uma vasta categoria de profissionais de saúde cuja qualidade levou o país latino a exportar ajuda médica até mesmo para países imperialistas como a Holanda e Itália. Durante a pandemia do coronavírus, os dois países europeus recorreram aos médicos cubanos para socorrer a população das respectivas nações.

Na Rússia, as conquistas foram ainda maiores. Enquanto no Brasil o monopólio da terra por latifundiários continua constituindo um dos principais fundamentos econômicos da miséria da população e um entrave ao desenvolvimento econômico do País, a Revolução Russa deu terras a mais de 130 milhões de famílias camponesas em um de seus primeiros atos. Além disso, a primeira revolução comunista bem sucedida da história colocou em andamento um programa de industrialização que além de assentar trabalhadores rurais, proporcionou empregos e salários aos operários urbanos do gigante eslavo, tornando paliativos para combater a pobreza desnecessários.

Naturalmente, a devastação proporcionada pelo programa econômico do imperialismo, o neoliberalismo, tornou o assistencialismo uma necessidade. Fornecer ajuda financeira aos milhões de alunos pobres do País para manterem-se na escola é uma medida importante, mas nem de longe ataca o problema que leva os jovens a precisarem da assistência social para não abandonarem a escola e nem sofrerem com a fome.

A colocação de Lula equipara seu tímido programa assistencialista com transformações muito mais ambiciosas e que atacam, de fato, o problema da miséria que leva uma população a precisar de auxílio para não abandonar a rede básica de ensino. Ao fazê-lo, o presidente reforça seu compromisso com a manutenção do que chama de “democracia”, que nada mais é do que o regime que interessa aos monopólios, e cada vez mais se aproxima de uma ditadura com características cada vez mais fascistas.

Enaltecer o regime dos piores inimigos da classe trabalhadora, brasileira e mundial, e equiparar uma simples medida governamental emergencial ao enorme empreendimento de libertação dos povos atrasados pela revolução, nomeadamente russos e cubanos, não é algo que engrandece o governo petista, ao contrário, o diminui. A declaração, porém, lembra o quanto a classe trabalhadora pode conquistar abandonando as ilusões com o regime burguês reforçadas por Lula, e tomando o poder real da burguesia por meio de uma revolução verdadeira. Esta, sim, conseguiria colocar abaixo toda a conjuntura econômica marcada pela pobreza e o atraso que, entre outras coisas, tiram milhões de jovens das famílias operárias da rede de ensino, tanto básico quanto superior.

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