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Jerusalém ocupada

Colonos invadem mesquita de al-Aqsa durante Páscoa judaica

Sionistas usam a fé do povo palestino para fazer escárnio e com isso, tentar abalar o moral da Revolução Palestina. Partidos convocam a defesa das mesquitas

Milícias fascistas israelenses invadiram a Mesquita de al-Aqsa no segundo dia da Páscoa judaica, na cidade ocupada de Jerusalém. Local sagrado para os muçulmanos, a mesquita encontra-se agora sob poder das forças de ocupação israelenses, fortemente mobilizadas para proteger os colonos israelenses ilegais e seu ato de escárnio, na Cisjordânia ocupada. Segundo o Departamento de Doações Islâmicas na Palestina, na última quarta-feira (24), centenas de milicianos israelenses invadiram o templo islâmico, em meio às comemorações da festividade religiosa judaica, demonstrando o apego nulo dos sionistas por tradições que juram defender, mas que não passam de instrumento de demagogia.

O canal do Telegram Resistance News Network (RNN) informou ainda que outra ação do gênero direcionada a atacar as santidades islâmicas foi empreendida pelos sionistas no mesmo dia. Segundo o órgão, “forças de ocupação israelenses fecharam a reverenciada Mesquita Ibraim, impedindo o acesso dos fiéis muçulmanos ao local sagrado.” A denúncia destaca que o ataque “representa uma violação descarada dos direitos dos muçulmanos palestinos de praticar sua fé livremente e ressalta a contínua opressão israelense contra os palestinos.”

A publicação de RNN lembra que o episódio “também ocorre em um momento em que os colonos israelenses planejam realizar rituais provocativos no terreno de al-Aqsa, o que arrisca incendiar a situação na Cisjordânia, por constituir um ataque descarado à santidade da mesquita sagrada”, conclui RNN. Já o sítio libanês Al Mayadeen informa que durante a invasão, os colonos sionistas contavam com a proteção das forças de ocupação de “Israel”.

“Realizaram ‘rituais talmúdicos’”, diz Al Mayadeen, “e percorreram os pátios de al-Aqsa enquanto recebiam apresentações sobre o suposto ‘Monte do Templo’.” (“Israeli settlers storm Al-Aqsa Mosque on second day of Jewish Passover”, 24/4/2024). A matéria do órgão libanês informa também que as forças armadas de “Israel” restringiram o acesso ao templo aos fiéis palestinos, inspecionando suas identidades nos portões de Jerusalém ocupada e impedindo muitos de entrarem na mesquita.

O principal partido da Revolução Palestina e da luta do povo palestino pela expulsão dos invasores sionistas, o Movimento Resistência Islâmica (“Hamas”, na sigla em árabe), publicou um comunicado ofical informando que “nosso povo revolucionário não permitirá o controle sionista” das mesquitas palestinas, destacando que cristãos também são vítimas dos ataques israelenses. Segue a nota do partido:

“Em nome de Alá, o Clemente, o Misericordioso

O anúncio feito pelas autoridades de ocupação sionista de fechar a mesquita Ibraim, na cidade de al-Khalil, aos fiéis sob o pretexto de feriados judaicos, é uma violação flagrante da santidade da mesquita e do direito de cultuá-la. Isso reforça ainda mais sua judaização e reforça o controle sionista sobre ela, o que nosso povo revolucionário, firme em sua terra e em suas santidades, não permitirá.

Confirmamos que essa falsa medida não concede nenhuma legitimidade à ocupação de nossas terras e santuários, nem conseguirá consolidar e legitimar a realidade contrária a todas as leis e normas internacionais. Exigimos que a comunidade internacional intervenha para impedir essas graves violações lideradas pelo governo de extremistas fascistas. Também pedimos ao nosso povo e às forças de resistência que continuem a confrontar essas ações agressivas contra nossa terra palestina e nossas santidades islâmicas e cristãs.”

Outro organização armada da Revolução Palestina, Brigadas al-Quds – Tulcarém, publicou uma mensagem em vídeo (abaixo) seguido de uma nota, também divulgado pelo canal RRN:

“Nossa mensagem para a ocupação: estamos prontos para enfrentar qualquer invasão realizada pela ocupação. Estamos, com a permissão de Alá, no caminho dos mártires e no caminho dos prisioneiros, até que a Palestina seja limpa da sujeira dos sionistas e a bandeira palestina seja hasteada no topo da Mesquita de al-Aqsa e de seus minaretes.”

Saraya Al-Quds – Tulkarem Brigade

 

Segundo o Al Mayadeen, a cidade de Jerusalém ocupada foi transformada em uma fortaleza e atualmente, conta com mais de 3 mil policiais israelenses. O órgão destacou que “dezenas de barreiras de ferro foram erguidas nas ruas e estradas que levam a Jerusalém”, para dificultar o acesso do povo palestino.

Em decorrência disso, o Hamas convocou o ativismo político palestino a se unir na defesa da mesquita de al-Aqsa, em chamado divulgado na última sexta-feira (19). O partido pediu aos palestinos para “encerrar os planos do inimigo sionista e seus grupos de colonos extremistas e o chamado grupo do Templo para profanar os pátios de al-Aqsa e realizar rituais de sacrifício dentro dele”.

O chamado foi feito porque um dia antes, um parlamentar israelense propôs a construção de um “terceiro templo” para suplantar o complexo da mesquita de al-Aqsa. Em entrevista, Isaque Pindrus, do Partido Judaico Unido da Torá, convocou os judeus a se reunirem em Jerusalém para as cerimônias da Páscoa. “Esperamos que em breve o Terceiro Templo seja construído lá, onde poderemos comer dos sacrifícios da Páscoa”, disse.

Ocorre que al-Aqsa é um dos locais mais sagrados para os muçulmanos em todo o mundo. Os sionistas, por outro lado, se referem à área como “Monte do Templo”, citando sua importância histórica como supostamente o local de dois antigos templos judaicos.

O chamado feito pelo membro do Knesset foi apenas a última de uma série de declarações e ações provocativas dos israelenses contra os islâmicos.

Ainda, à rádio estatal israelense KAN, o ministro israelense Itamar Ben-Gvir informou ter realizado mudanças que, se implementadas, tornarão a mesquita de al-Aqsa área de controle sionista. Uma provocação sem outro fim exceto atacar o moral do povo palestino. Resta saber os efeitos das provocações sionistas na Cisjordânia, território palestino aonde os partidos da resistência vem chamando a realização de uma terceira Intifada.

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