Banco Central

Campos Neto presenteia povo brasileiro com taxa de juros a 12,25%

Em despedida, presidente da instituição ataca povo brasileiro e aumenta taxa Selic em 1%

Nessa quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a já pornográfica taxa Selic, passando de 11,25% para 12,25% ao ano. A taxa volta, portanto, a patamar semelhante ao período em que Lula assumiu o seu terceiro mandato, quando o presidente criticava repetidamente a sabotagem de Campos Neto ao Brasil. Como se o aumento já não fosse suficientemente criminoso, o Copom ainda prometeu um aumento da mesma ordem nas próximas duas reuniões do comitê.

Se a ameaça do Copom for cumprida, o Banco Central deverá elevar a taxa Selic em março de 2025 para 14,25%, o maior nível em quase 20 anos.

O aumento promovido por Campos Neto superou até mesmo as expectativas de parte dos institutos do grande capital. Uma pesquisa do Valor Pro com 117 instituições financeiras indicava que 89 projetavam alta de 0,75 ponto percentual. Outras 24, em uma tentativa de pressionar o Copom para aumentar ainda mais os juros, esperavam um aumento maior, de 1 ponto.

Um levantamento do Bradesco, por sua vez, mostrou que o aumento brutal promovido por Campos Neto é bastante raro na história do Copom. Nos últimos 20 anos, apenas quatro de 51 reuniões do comitê terminaram com um aumento dessa magnitude.

O aumento criminoso da taxa de juros levanta alguns problemas políticos importantes.

O primeiro deles é a sabotagem escancarada do grande capital ao governo Lula. A decisão de Campos Neto é, acima de tudo, uma provocação. É um ato de quem se sente à vontade para fazer qualquer coisa diante do governo Lula. Afinal, conforme o próprio presidente Lula denunciou no início de seu terceiro mandato, a taxa de juros alta se choca com a sua política econômica, que visa estimular a economia.

A tranquilidade de Campos Neto em realizar o seu “saldão” de fim de ano expõe a fragilidade do governo. Na medida em que o governo resiste a convocar o povo para defender um programa popular, Lula vai se tornando cada vez mais refém de seus inimigos, seja no Congresso, seja no Judiciário, seja na imprensa, seja no Banco Central “independente”.

O segundo problema em tela é o fato de que a política de equilibrismo do governo Lula está levando à sua total desmoralização. Diante da pressão da direita, o governo tem escolhido ceder cada vez mais terreno para seus inimigos ao invés de enfrentá-los.

O Banco Central é uma das maiores demonstrações disso. Após brigar publicamente com Campos Neto por mais de um ano, o presidente Lula decidiu nomear para a presidência do Banco Central ninguém menos que um integrante da equipe econômica de Campos Neto, o neoliberal Gabriel Galípolo. Um homem que, antes mesmo de assumir o cargo, já falou abertamente que iria defender o aumento da taxa de juros.

Essas concessões não estão permitindo que o governo consiga avançar em outras áreas. Pelo contrário, está expondo a sua debilidade e, ao mesmo tempo, está fazendo com que perca apoio, na medida em que está favorecendo a política de seus inimigos.

O terceiro problema, relacionado com os dois primeiros, é que escancara a farsa do Plano Haddad, o pacote fiscal que foi enviado ao Congresso. Esse plano, que consiste em um ataque brutal aos trabalhadores, incluindo a exclusão de cerca de 10 milhões de pessoas do abono salarial, um “pente fino” em programas como o Bolsa Família e o inédito teto para aumento do salário mínimo, foi apresentado como uma “necessidade”, tendo em vista as contas públicas. Segundo o governo, seria necessário cortar do bolso dos trabalhadores para economizar R$327 bilhões, em seis anos, para o Estado brasileiro.

De acordo com a auditora-fiscal aposentada Maria Lucia Fattorelli, fundadora da Auditoria Cidadã da Dívida, em entrevista publicada no mesmo dia pelo Instituto Humanitas Unisinos (IHU), o aumento da taxa de juros em um ano acarreta gasto extra de R$55 bilhões. Em seis anos, isso equivale a R$330 bilhões – ou seja, mais que a “economia” do Plano Haddad!

O novo golpe de Campos Neto contra os trabalhadores escancara quem é que está pagando por toda a crise provocada pelos especuladores, banqueiros e vampiros do mercado financeiro. É preciso pôr abaixo o Plano Haddad e todos os ataques contra os direitos do povo brasileiro!

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