Para quem tinha dúvidas sobre quem manda na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) atualmente, o jogo entre Vasco e Palmeiras pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro serviu para sanar qualquer questionamento. O Gigante da Colina foi assaltado pelo Verdão na partida disputada no Mané Garrincha, neste domingo, 22.
No segundo tempo, já com o Palmeiras liderando o placar com uma vantagem de um gol, o atacante colombiano Emerson Rodríguez cruzou a bola na área e houve um desvio na mão do lateral-esquerdo palmeirense, Vanderlan. O árbitro Rafael Klein deu a falta, mas afirmou que ela havia ocorrido fora da área. Foi chamado pelo VAR (Vídeo Arrumador de Resultado) e o vídeo mostrou claramente que Vanderlan colocou a mão dentro da área.
Era claro: precisaria marcar o pênalti a favor do Vasco. Mas, para a surpresa de todos, Klein decidiu anular a falta, alegando que Vanderlan havia feito um movimento natural com o braço — desses lances que a nova regra “interpretativa” da Fifa permite que a arbitragem manipule o resultado a seu bel-prazer.
O que chama atenção, no entanto, é que para os árbitros da CBF a “interpretação” sempre é favorável ao Palmeiras, time que, no ano passado, jogou quase um terço do Brasileirão com um jogador a mais em campo. Sem falar nos lances polêmicos contra o próprio Vasco e o Botafogo em 2023.
O grupo Zona do Agrião tem deixado claro que a CBF, atualmente governada por Ednaldo Pereira por causa de intervenção da Fifa, da Conmebol e do STF, está completamente no bolso do Palmeiras. Algo que apenas o técnico português Abel Ferreira — por cinismo, provavelmente — não vê. Aliás, o técnico palmeirense sempre chia quando seu time não é ajudado, tentando passar uma ideia de que o Palmeiras não seria o time do sistema, mas seu opositor.
É muito nítido que a banqueira, dona da Crefisa, Leila Pereira é quem dá as cartas na CBF. Ednaldo, por sua vez, age conforme ela manda. Isso porque ele é um agente do capital imperialista no País, que busca criar um campeonato ao estilo europeu, onde apenas alguns times ganham as competições; no caso brasileiro, Palmeiras e Flamengo. O Vasco simplesmente entrou em campo sem poder ganhar ou sequer empatar, pois isso aumentaria a vantagem do atual líder do campeonato, Botafogo, ao clube querido da CBF.
Isso, porém, não tira o completo demérito do clube cruz-maltino: um time burocrático, cuja única jogada se resume a cruzar na área e rezar para Deus por um gol de cabeça de Vegetti. Aliás, o Palmeiras basicamente não criou nada o jogo inteiro; sempre chegou com erros infantis de saída de bola da zaga vascaína. O gol do time paulista, inclusive, saiu de uma pixotada do atacante Rayan, que entregou a bola nos pés da Flaco Lopez.
Além disso, o Vasco tem um elenco qualificado, mas não sabe utilizá-lo. Emerson Rodríguez não pode ser banco no time, nem Coutinho. É fato que o ex-craque da Seleção está fora de forma, mas ele tem qualidade para ser titular em qualquer clube do mundo. O treinador Rafael Paiva precisa entender que Coutinho e Payet devem jogar juntos, por mais que o primeiro precise de tempo para entrar no ritmo e que o segundo não esteja no seu auge fisicamente, já com 37 anos.
São os dois melhores jogadores e um dos grandes problemas do Vasco é justamente a criação, onde os dois craques têm habilidade de sobra e acrescentariam muito ao jogar juntos.
Sobre o problema do Palmeiras, o atacante vascaíno Vegetti deu a letra: “outra vez acontece um lance com o Palmeiras. Joguei três jogos com eles, os três foram prejudicados pelos árbitros. É muito difícil. O juiz fala que foi mão, mas fora da área. Depois me dá cartão amarelo. Era uma jogada clara que podia mudar o jogo. Com o Palmeiras sempre acontece, não sei por quê. É muito difícil brigar dessa maneira. Temos que melhorar, mas foi um pênalti claro. Pergunto a ele, ele fala que foi fora da área, com 70 mil pessoas. Nem os do Palmeiras podiam crer. É impossível para nós”.
É isso… contra o Palmeiras, atualmente, sempre é preciso jogar contra o sistema.