Na semana passada, o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, anunciou que havia aprovado o plano das forças israelenses de ocupação para invadir a cidade de Rafá, fronteira com o Egito, região do enclave para onde 1,6 milhão de palestinos foram “deslocados” forçadamente.
Ocorre que, conforme já exposto por este Diário, o imperialismo, em especial o norte-americano, quer evitar uma invasão de Rafá, pois isto poderia expandir ainda mais o conflito, forçando a intervenção militar direta dos países árabes, obrigando, portanto, os EUA agir militarmente para não perder total controle do Oriente Médio.
Assim, nesta segunda-feira (18), conforme noticiado pela emissora imperialista CNN, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, falou com Benjamin Netaniahu pela primeira vez em meses. A conversa se deu por telefone e um compromisso foi firmado para “Israel” enviar representantes a Washington, para discutir um plano alternativo “para derrotar o Hamas”, que não fosse a invasão de Rafá. A título informativo, derrotar o Hamas é o pretexto dado pelo premier israelense para invadir a cidade ao sul.
Em sua página da rede social X, Biden publicou a seguinte declaração:
“Pedi ao primeiro-ministro que enviasse uma equipe a Washington para discutir formas de atacar o Hamas sem uma grande operação terrestre em Rafá”
No dia 19, terça-feira, Netaniahu reiterou que a invasão aconteceria, apesar da pressão internacional contrária, em especial por parte do Estados Unidos, o principal país imperialista que está avalizando o genocídio de “Israel”, e sem o qual o Estado sionista não conseguiria existir no Oriente Médio.
Apesar da bravata, a imprensa burguesa noticia que Netaniahu aceitou enviar, nos próximos dias, uma delegação de alto nível para discutir esse planos e a possibilidade de se encontrar uma alternativa para a invasão a Rafá.
Conforme Jake Sullivan, Conselheiro de Segurança dos Estados, “uma grande operação terrestre lá (Rafá) seria um erro, levaria a mais mortes de civis inocentes, pioraria a já terrível crise humanitária, aprofundaria a anarquia em Gaza e isolaria ainda mais Israel internacionalmente”.
O que mostra que o governo Biden entende que uma invasão à cidade fronteiriça poderia impulsionar ainda mais Revolução Palestina em curso (“aprofundaria a anarquia”), colocando em risco, por si só, a existência do Estado de “Israel”. E, sem esta base militar, o imperialismo não conseguiria mais exercer sua ditadura no Oriente Médio, o que seria uma crise sem precedentes.
Para evitar que a invasão a Rafá aconteça, e, ao mesmo tempo, que o Hamas saia vitorioso, o governo Biden enviou Antony Bliken, secretário de estado dos EUA, pela sexta vez ao Oriente Médio, desde o início do genocídio. Novamente para tentar negociar a trégua.
Ainda não se sabe se o imperialismo conseguirá evitar que “Israel” invada Rafá. Mas, vale ressaltar que, após quase 40 mil palestinos assassinados nesse genocídio, a única movimentação mais intensa do governo Biden para impedir algum crime de “Israel” diz respeito a Rafá. E é exclusivamente pelo medo da situação fugir completamente ao seu controle.
Assim, de acordo com o genocida Joe Biden, Netaniahu pode fazer o que ele quiser com os palestinos, apenas não invada Rafá.