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Editorial

Banqueiros querem que o povo gaúcho passe fome

Acatando ação movida por deputados do PSDB e do NOVO, juiz concedeu liminar na noite da quarta-feira (5) suspendendo o leilão para compra de 300 mil toneladas de arroz importado

Acatando ação movida pelos deputados Marcel Van Hatten (Novo), Felipe Camozzatto (Novo) e Lucas Resecker (PSDB), o juiz substituto da Justiça Federal da 4ª Região, Bruno Risch Fagundes de Oliveira, concedeu liminar na noite da quarta-feira (5) suspendendo o leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para compra de 300 mil toneladas de arroz importado.

Para justificar sua decisão, o juiz afirmou que “não há indicativo de perigo concreto de desabastecimento de arroz no mercado interno ocasionado pelas enchentes no Rio Grande do Sul”. Como se vivesse em outro mundo, disse, ainda, que há “apenas um apontamento de dificuldade temporária no escoamento da produção local”.

Felizmente, a decisão foi revertida pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4), que acolheu pedido da Advocacia-Geral da União (AGU). Com isso, o leilão ocorreu, e a Conab, ligada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, comprou 263 mil toneladas de arroz importado. O governo desejava, entretanto, adquirir 300 mil toneladas, e já prevê um novo leilão para comprar mais 36,6 mil toneladas.

Agora, com os estoques públicos parcialmente recompostos, o arroz comprado será destinado aos pequenos varejistas das regiões metropolitanas. A Conab ainda afirmou que o quilo do arroz chegará aos brasileiros por, no máximo, quatro reais.

Além da ação movida pelos deputados direitistas e a argumentação feita pelo juiz, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária afirmou que não há risco de desabastecimento, considerando a importação do arroz como “desastrosa e contrária ao funcionamento do mercado”.

Fica claro que há uma mobilização da burguesia para tentar impedir que o governo leve adiante sua medida em relação ao arroz. Uma tentativa, em última instância, para deixar o povo gaúcho passando fome em meio à maior catástrofe que o estado já viu.

O seu único objetivo é lucrar e, nesse caso, lucrar em cima da miséria da população. Finalmente, o que eles querem é que, com a quantidade de arroz disponível no mercado diminuindo drasticamente em decorrência das enchentes no Sul, o preço do alimento vá para as alturas.

Para tentar disfarçar seus interesses escusos, a burguesia ainda falsifica totalmente a realidade. Enquanto os deputados e juízes afirmam que tudo está normal no Rio Grande do Sul, é isso que um correspondente do Diário Causa Operária (DCO) afirmou sobre a situação em Porto Alegre:

“Alguns itens, como água e leite, começam a escanear nas gôndolas dos supermercados […] arroz e feijão aumentam de preço assustadoramente, mas não são os únicos.”

Fato é que o povo está passando fome. Fato é que a medida do governo é importante para remediar essa situação. Fato é que a burguesia só se preocupa com seu dinheiro, e dane-se a população.

Aqueles que lucram em cima da miséria do povo deveriam ser presos. São vampiros que, se tivessem a oportunidade, roubariam absolutamente tudo que é da população brasileira para enriquecer cada vez mais.

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