Os ataques da burguesia imperialista e sua imprensa venal ao presidente Lula pela sua política externa e interna dá o tom de que a direita não vai dar trégua ao governo eleito pelos trabalhadores.
Os porta-vozes do imperialismo em solo brasileiro, como, por exemplo, o portal da família Marinho, G1, vêm fazendo uma campanha sistemática em relação à distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobrás que o governo Lula, acertadamente, resolveu não pagar para os acionistas.
Além disso, contam com os fiéis capachos da direita golpistas da frente ampla, como, por exemplo, o PSB (Partido socialista Brasileiro), partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, que, através do presidente da legenda, criticou abertamente a posição do presidente Lula em relação aos dividendos da Petrobrás e à sucessão da Vale do Rio Doce.
Na última reunião ministerial em que se fez um balanço, no primeiro momento, pode parecer que o governo fez muito durante o primeiro ano. De fato, olhando sob determinado aspecto, fez. Afinal, a burguesia passou o ano todo impedindo Lula de governar conforme seus planos, isto é, impedindo Lula de realizar uma política de reindustrialização, de reverter privatizações etc.
Durante o primeiro ano desse terceiro mandato, Lula precisou fazer um esforço monumental para conseguir migalhas para os trabalhadores. Entretanto, tais conquistas, praticamente inexistentes, são alentos temporários para a situação muito ruim que o povo brasileiro vive. E isto significa que as conquistas do governo Lula durante esse primeiro mandato foram superficiais. E, sendo superficiais, são frágeis, podendo a burguesia obrigar o governo a revertê-las na primeira crise. Ou então acabar com todas elas, em um eventual golpe de Estado, como ocorreu contra Dilma, em 2016.
É nessa conjuntura que a categoria bancária em Brasília realizará, a partir de abril, suas Conferências Regionais. Os banqueiros nacionais e internacionais são o setor que estão na dianteira dessa política de manter o País nesse atraso econômico, de ataques aos trabalhadores e a população em geral, principalmente em relação à questão de um Banco Central “independente”, que mantém a taxa selic nas alturas (a maior do mundo), política essa que apenas favorece os especuladores financeiros.
Além disso, a categoria bancária está comendo o pão que o diabo amassou através das medidas de reestruturações nas dependências bancárias, com o fechamento de centenas de agências no País afora, de demissão em massa, arrocho salarial, assédio moral para o atingimento de metas, o que tem levado o aumento exponencial de doenças laborais.
Diante da urgência da situação, as Conferências Regionais dos Bancários devem avançar no sentido de preparar a categoria em direção a um grande movimento de mobilização pela luta por questões que estão na ordem do dia. Lutar não só pelas reivindicações específicas da categoria, mas pelas reivindicações mais gerais que são fundamentais para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores, tais como: lutar por um plebiscito revogatório das medidas do governo golpista de Michel Temer (reforma trabalhista, CLT, terceirização, etc.); explorar todo o petróleo, 100% estatal e nacional; fim do Banco Central “independente”; não ao pagamento da dívida pública; cancelamento de todas as privatizações; reforma agrária e urbana já; contra o desemprego, por uma jornada de trabalho de 35h semanais; defender os direitos democráticos do povo; reverter a reforma da previdência; por uma contribuição sindical obrigatória definida em assembleia.
A Corrente Sindical Nacional Causa Operária – Bancários em Luta afirmou que participará das Conferências Regionais dos Bancários, se dirigindo a ela e aos demais sindicatos e oposições classistas, movimentos de luta do campo e da cidade, mandatos parlamentares vinculados à luta dos trabalhadores, para que se unam em torno da luta pela defesa das reivindicações dos trabalhadores diante da crise. Nesse sentido, a Corrente convoca a unidade de todos os setores da esquerda e das organizações dos explorados em torno desses objetivos.