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Irã

Ataque de ‘Israel’: se foi isto, foi um fiasco

Mesmo o jornal imperialista The Telegraph questionou o ataque sionista, perguntando "foi realmente isto?", e constatando que "Israel acaba de entregar ao Irã uma grande vitória”

Após quase uma semana, “Israel” finalmente respondeu à ação militar do Irã. E, ao que tudo indica, o ataque israelense foi um fiasco.

No último sábado (13), o Irã realizou a Operação “Promessa Cumprida”, uma ação militar em resposta ao ataque criminoso de “Israel” ao Consulado Iraniano na Síria, em 1º de abril. Conforme já noticiado e analisado por este Diário, a resposta iraniana foi tão bem sucedida que se configurou com o evento político mais importante desde o 7 de outubro e consolidou o poder de dissuasão do Irã na região.

Logo quando a ação militar foi iniciada, Benjamin Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, declarou que “se alguém nos ferir, nós vamos ferir de volta”. No dia seguinte, vários órgãos da imprensa burguesa, brasileira e estrangeira, noticiaram que Joe Biden, presidente norte-americano, teria dito a Netaniahu que os EUA não iriam participar de um ataque contra o Irã. 

Durante a semana, especulou-se quando ou mesmo se “Israel” atacaria ou não o Irã.

Finalmente atacou, na noite desta quinta-feira (18). Conforme as informações disponíveis, o ataque sionista foi um fracasso, a ponto de expor ainda mais a decadência do Estado de “Israel”.

O que aconteceu, afinal? Na noite do dia 18 para o dia 19, foram reportadas várias explosões nos céus nos arredores da cidade de Isfahan, localizada na região central do Irã, a 340 ao sul de Teerã. A primeiro momento, a imprensa sionista e órgãos da imprensa imperialista noticiaram que explosões teriam ocorrido em instalações no solo. 

Contudo, horas após os ataques, pelo que foi apurado até o fechamento desta edição, explosões ocorreram apenas no ar. E se deram em razão da destruição de micro veículos aéreos que voavam sobre a cidade, conforme informações da agência de notícias Mehr News. Foi reproduzida declaração do Comandante-em-Chefe do Exército do Irã, Major General Abdolrahim Mousavi, segundo o qual “o som da explosão que foi ouvido em Isfahan na manhã de sexta-feira foi devido ao disparo de sistemas de defesa aérea contra objetos suspeitos que não causaram quaisquer danos”. A Mehr News também citou o Brigadeiro General Kioumars Heidar, comandante das Forças Terrestres do Exército Iraniano, que deu a seguinte declaração:

Se objetos voadores suspeitos aparecerem no céu do país, eles serão alvo de nossos poderosos ataques aéreos. defesa e eles não farão falta. Os objetos vistos ontem à noite eram suspeitos e a defesa do nosso país foi inteligente.

Além disto, referida agência noticiou que, na madrugada da sexta-feira (19), o sistema de defesa aéreo iraniano abateu outro objeto suspeito nos céus da região de Vadi-e-Rahmat na cidade de Tabriz, esta por sua vez localizada na província do Azerbaijão do Leste, nordeste do Irã.

Ao que tudo indica, o ataque israelense contra território iraniano limitou-se a isto. Conforme noticiado pela televisão estatal iraniana, instalações militares e nucleares em Isfahan estavam seguradas, sem quaisquer danos.

Vale ressaltar que, segundo o jornalista Iraniano Hossein Dalirian, “os sistemas antiaéreos iranianos conseguiram derrubar com sucesso diversos microdrones. Ainda não há documentação sobre um ataque de míssil em Isfahan”. Veja vídeo do ataque:

 

Com isto, há analistas apontando que o ataque foi realizado de dentro do Irã, por sabotadores sionistas, e não por jatos das forças israelenses de ocupação e nem por VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) vindos diretamente de “Israel”.

Assim, segundo noticia a emissora libanesa Al Mayadeen, iranianos, pelas redes sociais, estão ridicularizando o ataque sionista, “considerando-o um ataque fraco em comparação com os cerca de 300 mísseis e drones que o Irã lançou contra “Israel” no fim de semana anterior”. A exemplo do vídeo abaixo, em que uma moça iraniana joga um avião de papel contra um prédio, para debochar dos sionistas:

Ela não foi a única:

 

Ademais do deboche, iranianos saíram em peso às ruas da capital, Teerã, nessa sexta-feira (19), manifestando apoio à luta do povo palestino, à Operação Promessa Cumprida e comemorando o fracasso do ataque israelense, conforme noticiado pela Al Mayadeen.

Para além das declarações dos militares e da imprensa iraniana, e da reação do povo iraniano, expondo o fracasso do ataque israelense, a reação dos próprios sionistas também expõe o quão pífio foi essa ação.

Itamar Ben-Gvir, ministro da polícia do governo Netaniahu, um dos políticos mais fascistas na política sionista, reclamou em sua página do X (antigo Twitter) que o ataque foi fraco (ou coxo, a depender da tradução), conforme noticiado pela própria imprensa israelense, no caso o jornal The Times of Israel.

Ante a reação do fascista, políticos sionistas que são mais preferidos pelo imperialismo, como Jair Lapide (líder da oposição), ficaram revoltados com o ministro da polícia. Lapide declarou, em seu perfil do X, que Ben-Gvir estava desmoralizando a imagem de “Israel”:

“Nunca antes um ministro do gabinete de segurança causou danos tão graves à segurança do país, à sua imagem e ao seu estatuto internacional. Num tweet imperdoável de uma palavra, Ben Gvir conseguiu zombar e envergonhar Israel de Teerão a Washington.”

A imprensa iraniana, especificamente a agência de notícias Tasnim, também comentou sobre a publicação de Ben Gvir, constatando que “as autoridades israelenses estão zombando de si mesmas!”.

Mostrando a profundidade da crise da sociedade israelense e do Estado sionista, o jornal Haaretz publicou matéria em que argumenta que “o ataque limitado de ‘Israel’ a Isfahan mostra que Netaniahu não tem estratégia contra o Irã, nem contra Gaza”

No mesmo sentido, analisam os órgãos da imprensa imperialista, o jornal britânico The Telegraph também constatou o fracasso de “Israel”. Segundo o periódico, “Israel acaba de entregar ao Irã uma grande vitória”. O autor da matéria questiona o ataque:

“Foi realmente isso? Essa foi realmente a única resposta a centenas de mísseis e drones disparados contra ‘Israel’ na semana passada, custando supostamente US$1 bilhão (£804 milhões) em defesas e exigindo uma resposta internacional? Se o preço de um ataque tão grande é um golpe ‘limitado’ contra uma base aérea, então isso é extremamente favorável ao Irã. A lição para o aiatolá é clara: da próxima vez, duplique o ataque. Vale a pena.”

Confirmando o fracasso do ataque, a emissora norte-americana CNN noticia que imagens de satélites mostram que não houve dano à base aérea de Isfahan. Vale lembrar que, durante a Operação Promessa Cumprida, o Domo de Ferro falhou na tentativa de interceptar os mísseis hipersônicos do Irã. Na operação iraniana foram atingidas duas bases aéreas e um centro de inteligência militar.

Ademais, a CNN destacou que “Israel” não é nada sem os Estados Unidos, citando análise feita por Maia Iahia, diretora do think tank Carnegie Middle East Center:

“Israel não tem capacidade para uma guerra total a longo prazo sem apoio externo. Seria necessário o compromisso dos Estados Unidos para continuar a fornecer armas. Depende dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais numa série de frentes militares”

Em demonstração da impotência perante o Irã, aviões de guerra israelenses executaram ataques aéreos contra as províncias de Daraa e al-Suaida, no sudoeste da Síria, segundo informações da agência de notícias SANA. Ademais, conforme noticiado pelo portal de notícias The Cradle, o Estado Islâmico (EI) assassinou combatentes palestinos que lutam junto das forças nacionalistas sírias:

“Pelo menos 20 combatentes do Liwa al-Quds, um grupo armado palestino que apoia o exército sírio, foram mortos quando o seu autocarro foi emboscado por militantes desconhecidos na zona rural oriental da província de Homs”.

Vale lembrar que o EI vem, ao menos desde 2014, agindo a serviço do imperialismo e, consequentemente, do sionismo, no Oriente Próximo.

Para além dos ataques na Síria, houve ataques no Iraque. Conforme noticiado pelo canal de Telegram Sabereen News, ligado às Forças Mobilização Popular do Iraque [resistência do Iraque] uma instalação de radar entre a cidade de Izra e a aldeia de Qarfa foi alvo das forças israelenses de ocupação. Da mesma forma, explosões foram ouvidas nas imediações de Bismaiá, cidade próxima de Bagdá.

Já que “Israel” não consegue atacar o Irã, precisa realizar ataques contra organizações da resistência, e em países que estão há alvos sendo alvos de guerras de agressão por parte dos Estados Unidos.

Caso esse ataque ao Irã tenha de fato sido a resposta de “Israel” à Operação “Promessa Cumprida”, trata-se de uma demonstração de que o Estado sionista e o imperialismo estão em uma situação complicada, conforme apontou Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), na última edição de sua entrevista na TV 247:

“Se o que aconteceu ontem foi a resposta israelense, é um fiasco. Mesmo como uma resposta puramente publicitária, de propaganda política, foi um fiasco. Se esta é a resposta, mostra que a situação lá [para ‘Israel’ e o imperialismo] é muito delicada”

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