No Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, a esquerda dominada pelo identitarismo aprofundou ainda mais a sua guinada à direita, pedindo à Polícia Militar de São Paulo para reprimir um protesto durante o ato do 8 de Maio, ocorrido na capital paulista. Na ocasião, militantes do Partido da Causa Operária (PCO) reclamavam da censura sofrida pelas mulheres do coletivo Rosa Luxemburgo – composto pelas militantes do Partido -, proibidas de falar ao carro de som pelos organizadores, que, exibindo uma truculência digna dos piores bolsonaristas, chamaram a PM para acabar com a denúncia da censura. Nas redes sociais, não faltaram pessoas ligadas a partidos como PCdoB, UP, PCB e PSOL apoiando a violenta repressão da polícia paulista contra militantes do PCO, homens e mulheres.
No X, um dos mais dedicados é o perfil identificado como “Negao Dias” (@dias_saturn), da União da Juventude Socialista (UJS, a juventude do PCdoB). Suas postagens podem ser vistas abaixo. Em muitas, o membro da UJS comemora um episódio grotesco, em que PMs agridem um militante do PCO com cassetetes, atingindo-o pelas costas:
Destilando comentários tipicamente bolsonaristas, de celebração à repressão, o membro da UJS rebaixa-se a declarar “parabéns para a PM”:
Outro militante da UJS identificado no X como “Joaozinho” (@JoaoHilariao) e vice-coordenador geral do DCE da Uninove, dedicou-se a celebrar a repressão policial, comemorando um vídeo divulgado pelo perfil supracitado, em que a PM ataca um militante do PCO pelas costas:
O perfil Letícia Oliveira (@letioliveirajor), editora do sítio El Coyote, também se dedicou a caluniar o PCO no X, repetindo a mentira de que homens do Partido teriam agredido mulheres e defender a repressão policial. Sem surpresa, nenhuma “sororidade” manifestou-se com as mulheres do PCO agredidas pela PM e por homens ligados aos identitários (esta agressão, sim, comprovada por vídeos, ao contrário das alegadas contra o Partido):
“Christy lendo Mayombe” (@christympcb), declarando-se em seu perfil no X como “feminista classista do @pcbsampa e @cfcambr . Dev dba, historiadora, botafoguense, amante de filmes de terror, bi sex uau”, foi outra que publicou um fio na rede social, caluniando o PCO:
Outro perfil identificado como militante do PSOL, em resposta a um questionamento sobre a política de chamar a polícia contra um partido de esquerda, justificou a repressão contra o PCO alegando o tamanho do partido:
Finalmente, um perfil ligado ao partido Unidade Popular celebrou a repressão policial contra os militantes do PCO, apresentando-a como uma “vitória da esquerda radical”:
Em apoio à severa repressão e à campanha de calúnias para justificar a selvageria da PM contra a militância do PCO, o órgão Ponte Jornalismo divulgou uma série de mensagens acusando os militantes do Partido de “querer entrar no meio da manifestação” e “querer subir no carro de som”, gerando a confusão inicial, ocorrida no vão do MASP.
Declaradamente financiado por fundações imperialistas e golpistas, como a Open Society – do banqueiro George Soros -, Ponte Jornalismo cumpriu o papel de agitar a turba identitária que domina os partidos supracitados. Imbuídos pela determinação em atacar o Partido, Ponte não dedicou uma linha sequer a mostrar o autoritarismo dos organizadores da manifestação, nem sobre a censura sofrida pelas mulheres do Rosa Luxemburgo, nem a conduta de quinta-coluna de chamar a PM contra uma organização de esquerda e nem mesmo sobre as agressões sofridas pelas mulheres do PCO.
Deixaram claro, no entanto, que os envolvidos estão todos intimamente alinhados com os interesses do imperialismo, que busca diluir a luta das mulheres (e em especial a mulher trabalhadora) e, também, atacar o PCO, o único partido brasileiro a apoiar a Revolução Palestina.