Na manhã deste domingo (30), a Avenida Paulista foi palco do Ato Nacional em Defesa da Palestina, que agrupou centenas de pessoas em apoio à resistência palestina, contra a ocupação sionista e o genocídio promovido em Gaza desde 7 de outubro. O evento, organizado pelo Partido da Causa Operária, Comitês de Luta e mais de cem outras organizações populares, iniciou-se às 11h e contou com participantes de todo o País.
Entre os presentes estava Breno Altman, editor-chefe do portal de notícias Opera Mundi e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), que concedeu um breve depoimento a este Diário. Altman ganhou notoriedade em seu posicionamento público contra o sionismo, o que lhe rendeu uma perseguição judicial que de forma alguma afetou suas críticas a “Israel”.
Em que etapa do conflito você considera que nós estamos? E qual que é o papel das mobilizações de rua nesse momento? Eu acho que nós temos um impasse hoje. Há muita pressão sobre o regime sionista por um cessar-fogo. O regime sionista dá sinais de oposição a esse cessar-fogo, de não aceitar esse cessar-fogo, e de expandir a guerra rumo ao Líbano, também intensificando a repressão ao povo palestino na Cisjordânia.
Eu acho que, nesse momento, a solidariedade internacional joga um peso decisivo, que a solidariedade internacional pode e deve pressionar os governos ocidentais, especialmente o norte-americano e os europeus, a adotarem medidas de pressão sobre Israel.
Eu creio que é chegada a hora também do Brasil, pelo peso que o Brasil tem, pelo peso que tem o presidente Lula. O Brasil deve adotar medidas práticas contra Israel: a ruptura relações diplomáticas e comerciais. Se o Brasil faz isso, eu acredito que pode arrastar vários outros países a adotar medidas semelhantes e também exercer maior pressão para que Rússia e China intervenham nesse sentido.
O estrangulamento financeiro-diplomático de Israel é decisivo nessa etapa e creio que é para o caminho que deveria seguir o governo brasileiro.
E você considera que a luta contra o sionismo no Brasil tem a capacidade de unificar a esquerda na luta contra a direita de conjunto? Eu creio que sim. É uma das poucas questões das quais, ao menos publicamente, não há divergências, né?
Eu não conheço nenhuma força de esquerda que seja “pró-Israel”. Todas as forças de esquerda, ao menos discursivamente, elas são anti-Israel, elas são pró-Palestina. Portanto, é uma base de unidade importante. Por isso que eu estou aqui nesse ato.