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7 de Outubro

Agora exigir provas de uma acusação é ser negacionista

Em artigo intitulado "O novo negacionismo do estupro", jornalista conservador do New York Times tenta constranger a esquerda a apoiar as calúnias contra o Hamas

No artigo “O novo negacionismo do estupro”, publicado pelo jornal norte-americano The New York Times, o jornalista conservador Bret Stephens tenta constranger a esquerda a apoiar as calúnias contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). Em sua tentativa desesperada em angariar apoio para um dos maiores crimes contra a humanidade, que é o genocídio em Gaza, o jornalista procura apresentar a posição daqueles que refutam as acusações contra o Hamas como contraditória.

Antes de entrar propriamente nos argumentos do jornalista, é preciso destacar que tudo o que ele fala tem como premissa uma grande mentira. Diz ele:

“Em 7 de outubro, o Hamas invadiu Israel e filmou-se cometendo inúmeras atrocidades contra os direitos humanos”.

Não. Até agora, não foi provado que o Hamas tenha cometido um único ato “contra os direitos humanos” no 7 de outubro. Tudo o que o Hamas fez está previsto pelo Direito Internacional: ele reagiu a uma ocupação ilegal, disparando contra alvos militares e “colonos” que estavam de armas na mão defendendo a ocupação.

A má-fé do jornalista fica ainda mais evidente quando ele mesmo admite que as “provas” das “atrocidades” teriam sido exibidas apenas a alguns jornalistas – isto é, não foram divulgadas em público. Se realmente existem essas “provas”, por que não foram divulgadas? Simples: porque não existem. Se existissem, o Estado de “Israel” seria o primeiro interessado em apresentá-las ao mundo.

Aqueles que não embarcam na campanha de calúnias do sionismo e do imperialismo contra o Hamas, que simplesmente se recusam a serem cúmplices de uma mentira cujo único objetivo é “justificar” um genocídio, são acusados pelo jornalista de “negacionismo face a provas poderosas e profundamente investigadas de violações generalizadas, documentadas mais recentemente em relatório da Organização Nações Unidas”.

Novamente, a mentira: a Organização das Nações Unidas (ONU), notadamente aliada do sionismo, uma vez que, em mais de cinco meses de genocídio, não tomou qualquer providência efetiva, emitiu um relatório em que a própria “investigadora” admite não ter prova alguma, mas apenas “indícios”. E os tais “indícios” não seriam nada mais que relatos de autoridades israelenses.

Ao mesmo tempo, ele ignora que o mesmo relatório da ONU sugere a prática de estupros por parte das forças de ocupação – o que já foi fartamente documentado e provado.

Uma vez desvendadas as mentiras do autor, passemos então aos seus argumentos. O que ele quer dizer, então, com o “negacionismo” dos apoiadores da luta palestina?

Em primeiro lugar, Stephen nos apresenta as “formas” de “negacionismo”. Vejamos.

“Um método é reconhecer, como afirmou um artigo recente, que ‘a agressão sexual pode ter ocorrido em 7 de Outubro’, mas ninguém provou realmente que fazia parte de um padrão organizado”.

Dizer que algo “pode ter ocorrido” é uma frase vazia. Em tese, qualquer coisa pode ter ocorrido. O que essa “forma” de “negacionismo” mostra, na verdade, é que há pessoas que não acreditam em nada que não tenha provas – o que é absolutamente normal. O que não é normal é o jornalista tachar essas pessoas de “negacionista” – o que revela, na verdade, que, para ele, a palavra de genocidas como Joe Biden e Benjamin Netaniahu deve estar acima de qualquer prova.

“Outra é levantar questões sobre vários detalhes nas histórias para sugerir que, mesmo que haja um único erro, ou uma testemunha cujo depoimento seja inconsistente, todo o relato também deve ser falso e desonesto”.

Pura desonestidade de Stephens. Não há um único relato de alguém que tenha sido vítima dos tais estupros. Não se pode sequer falar de “testemunho inconsistente”, pois sequer existem testemunhos. Os únicos “testemunhos” que existem são aqueles que, curiosamente, só a imprensa imperialista teve acesso.

“Uma terceira é tratar tudo o que um israelense diz como inerentemente suspeito”.

Há uma guerra em que mais de 31 mil pessoas foram assassinadas, estando, entre elas, mais de 15 mil crianças. Esse lado que está levando adiante um genocídio já falou abertamente de seu interesse em expulsar todo o povo da região. Do outro lado, estão homens, mulheres e crianças indefesas sendo bombardeadas e forçadas a uma situação de fome e miséria. Qualquer coisa que o lado opressor diga não deveria ser suspeito?

Para ser claro: se Adolf Hitler aparecesse hoje em uma entrevista à CNN e dissesse que um empregado judeu roubou as joias de sua casa, ninguém acharia suspeito?

O jornalista, então, joga sua “isca” para a esquerda:

“Não foram os progressistas que, durante a saga de Brett Kavanaugh, sublinharam que discrepâncias ocasionais na memória de acontecimentos traumáticos são absolutamente normais? E desde quando os progressistas insistem que o ónus da prova para demonstrar um padrão de agressão sexual recai sobre as vítimas, cujas vozes, neste caso, foram silenciadas para sempre?”

Não se trata de “discrepâncias ocasionais”. O problema é que os sionistas se mostraram absolutamente incapazes de apresentar uma única prova do que dizem ter sido centenas de estupros. Ainda que algumas supostas vítimas estivessem traumatizadas, as câmeras de um Estado policial como o de “Israel” teriam captado as provas que os sionistas não têm.

A esquerda nunca defendeu que não fosse necessário provar que houve um estupro para condenar alguém. Pelo contrário: não importa o quanto o crime for bárbaro, os direitos democráticos de todos devem ser garantidos integralmente. Trata-se, portanto, de uma mera tentativa do autor de imputar à esquerda aquilo que ela não defende.

Pelo contrário: quem defende condenações sem prova é a direita. E é justamente isso o que o jornalista tenta fazer no artigo: substituir a presunção de inocência pela presunção de culpa de acordo com a imprensa capitalista. Isto é, se a imprensa alegar que houve estupro, então houve, mesmo que não haja provas.

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