No final desta semana foi divulgado o lucro líquido da Petrobrás referente ao segundo trimestre de 2024, o conjunto da imprensa capitalista buscou explorar esse fato evidentemente como forma de atacar o governo Lula e na defesa da privatização completa da gigante estatal brasileira. Não se trata de nada novo, os meios de comunicação burgueses estão em campanha contra o governo desde suspenção de parte do pagamento de dividendos em 2023, avançou ainda mais diante da nova política que substituiu a paridade de preço internacional do petróleo e mais recentemente por meio de críticas em virtude da substituição de Jean Paul Prates por Magda Chambriard na presidência da empresa.
Apesar do prejuízo de R$2,6 bilhões em seu lucro líquido anunciado, a Petrobrás registrou uma receita de vendas de R$122 bilhões, resultado que representa um aumento 7,4% no mesmo período do ano anterior. Além disso, ainda que tenha apresentado queda de 12,3% em relação a 2023, o Ebtida (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$49,7 bilhões. Por outro lado, o impacto no lucro líquido foi resultado da questão cambial, do aumento de despesas, de investimentos em grandes projetos e do acordo tributário com Ministério da Fazenda.
Em virtude de parte da dívida da Petrobrás ser dolarizada, o salto do dólar de R$5 para R$5,56 foi um fator negativo. Segundo Chambriard, o aumento de despeças está relacionado com reajustes de salários dos empregados da empresa. Ainda foram investidos cerca de R$ 20 bilhões em projetos como “Novo Pré-Sal”, como a reserva na Margem Equatorial tem sido referida. Porém, o maior impacto é referente ao acordo realizado entre a estatal com CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), a Petrobrás desembolsou aproximadamente R$11 bilhões para pagar e ainda terá 6 parcelas de R$1,38 bilhão para saldar nos próximos meses.
O Poder 360 apresentou o fato na perspectiva de que, entre as 10 maiores empresas do setor de petróleo e gás, a Petrobrás teve o pior lucro e que, junto com BP do Reino Unido, foram as únicas a apresentar resultado negativo. Um dado importante é que, entre as empresas, apenas Aramco da Arábia Saudita e a norte-americana Exxon Mobil tiveram crescimento nos resultados. Outra questão que vale destacar é que o portal considerou somente as empresas de capital aberto e excluiu as chinesas da classificação. Evidentemente que essas comparações têm como objetivo criar a ideia de que a estatal brasileira não estaria dando lucro, omitindo informações de extrema relevância para compreensão dos resultados.
A economista, Miriam Leitão, considerou que a Petrobrás poderia evitar o impacto da questão cambial adotando a precificação internacional do petróleo. A defensora dos interesses dos acionistas de Nova Iorque, para quem Pedro Parente na presidência da estatal prestava conta, nada tem a dizer sobre os R$13 bilhões a esses vampiros. Além de não denunciar a responsabilidade do Banco Central controlado pelos banqueiros sobre a questão cambial, a qual impactou não somente sobre a Petrobrás como em toda economia nacional, a golpista defende o retorno de massacrar a população com preços altos de combustível e de alimentos.
Não se pode tratar uma empresa do povo como uma propriedade capitalista, não sempre importa o lucro. O petróleo precisa ser colocado a serviço do desenvolvimento da indústria e da melhora das condições de vida da população. É preciso estatizar totalmente a Petrobrás e colocar os trabalhadores na sua administração, nada de lucro para os capitalistas!