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HISTÓRIA DA PALESTINA

Abu Mahdi al-Muhandis, fundador do Hesbolá do Iraque

Um dos responsáveis pela criação das Forças Populares de Mobilização, comandou tropas na luta contra o Estado Islâmico. Foi assassinado pelos EUA em 2020 a lado de Qassem Soleimani

Diante das centenas de ações que as Forças Populares de Mobilização (FPM) vêm realizando contra bases norte-americanas no Iraque, na Síria e contra o território de “Israel”, recentemente, este Diário publicou um artigo sobre a história do Hesbolá do Iraque, ou Cataebe Hesbolá, principal organização armada das FPM, e que surgiu em 2003, quando os Estados Unidos, liderando coalizão militar imperialista, invadiram o país.

Seu fundador foi Abu Mahdi al-Muhandis, veterano iraquiano-iraniano da Guerra Irã-Iraque, quando lutou ao lado da Revolução Iraniana.

Nasceu em 16 de novembro de 1954, no distrito de Abu Al-Khaseeb, província de Basra, Iraque. Filho de pai iraquiano e mãe iraniana, o nome que lhe foi dado ao nascimento é Jamal Ja’far Muhammad Ali Al Ibrahim. Abu Mahdi al-Muhandis é um kunya, isto é, um nome em homenagem ao seu filho mais velho. Traduzido para o português, significa Pai de Mahdi, o Engenheiro.

A vida política de Abu Mahdi começou no ano em que se formou em engenharia, isto é, 1977. Juntou-se ao partido Dawa, de orientação islâmica xiita, e opositor do governo Baathista, de Saddam Hussein.

Com o triunfo da Revolução Iraniana, em 1979, o partido foi colocado na ilegalidade, com o governo iraquiano colocando em marcha repressão contra seus opositores, muitos dos quais foram condenados à morte. Ante essa conjuntura, Abu Mahdi escapou para o Irã, para a cidade fronteiriça de Ahvaz, onde revolucionários iranianos haviam montado campos para treinar dissidentes iraquianos contra o governo de Saddam Hussein.

À época de sua morte, conhecido por ser um importante conselheiro militar da Força Quds, foi no ano de 1983 que ele passou a fazer parte dos quadros dessa unidade de operações especiais e inteligência da Guarda Revolucionária do Irã.

Nessa década, os Estados Unidos já haviam impulsionado Saddam Hussein a entrar em guerra contra o Irã. Era uma tentativa do imperialismo de derrotar a Revolução afogando-a em sangue, jogando um país oprimido contra outro para fazê-lo.

Abu Mahdi, como combatente da Força Quds no Cuaite, recebeu a atribuição de organizar ações contra embaixadas de países que apoiavam o Iraque na guerra, a exemplo das ações contra as embaixadas dos Estados Unidos e da França, em 1983. Eventualmente, ainda no decorrer da guerra, foi nomeado conselheiro militar da Força para auxiliar nas ações o exército iraquiano.

Durante muitos anos, permaneceu no Irã, voltando ao seu país natal apenas em 2003 para combater a invasão imperialista ao Iraque. Foi nesse ano que fundou o Cataebe Hesbolá, e seguiu organizando-o até que a milícia popular xiita estivesse consolidada, o que se deu em 2007.

Sem que os norte-americanos soubessem de sua identidade e da luta armada que havia travado contra o imperialismo durante a década de 1980, Abu Mahdi alçou-se a conselheiro de segurança de Ibrahim al-Jaafari, o primeiro chefe de governo iraquiano após a invasão. Em 2005, foi eleito para o parlamento do país pelo Dawa, partido no qual havia se iniciado na política. Contudo, em 2007, o imperialismo descobriu sua real identidade, movimentando-se junto ao então primeiro-ministro, Nouri al-Maliki, para perseguir Mahdi. Ante isto, e ao fato que o imperialismo continuava sua ocupação do Iraque, ele retorna ao Irã em 2007, mas sem deixar de coordenar as ações do Hesbolá do Iraque contra os invasores imperialistas.

Em 2011, a manutenção da ocupação imperialista já havia se tornado insustentável, tendo em vista o avanço da resistência e, igualmente, o crescente sentimento de revolta por parte da população. Assim, os EUA, levando consigo sua coalizão imperialista, foram obrigados a retirar suas tropas do Iraque. Contudo, continuaram seus ataques contra o Iraque, desta vez através do Estado Islâmico, jogando o país em guerra mais uma vez.

Abu Mahdi, que já havia retornado ao Iraque em 2011, quando da fuga dos norte-americanos, foi um dos líderes da luta contra o Estado Islâmico. Em 2014, foi criada a coalizão Forças Populares de Mobilização (FPM), que agrupou inúmeras organizações que haviam lutado contra a invasão imperialista na última década e as que também já haviam surgido na luta contra o EI. A principal delas foi o Cataebe Hesbolá, a qual, dizem, foi liderada nos campos de batalha por Abu Mahdi, o qual foi nomeado um dos comandantes da FPM. 

Tendo em vista seus anos de atuação na Força Quds e seu papel na organização do Eixo da Resistência (coalizão de países e grupos que travam a luta anti-imperialista e antissionsita no Oriente Médio, liderada pelo Irã), Al-Muhandis tornou-se próximo de Qassem Soleimani, o arquiteto do Eixo da Resistência e líder da Quds de 1998 a 2020.

Abu Mahdi estava junto de Soleimani em 3 de janeiro de 2020, quando seu veículo foi alvo de um ataque criminoso por parte dos EUA.

Embora ambos tenham morrido, o imperialismo fracassou em seu objetivo, qual seja, conter o avanço da resistência iraquiana, do Eixo da Resistência e do Irã, como mostram a incessante luta do Hesbolá do Iraque e das Forças Populares de Mobilização em defesa do povo palestino, assim como o sucesso da Operação Promessa Cumprida, por meio da qual o Irã consolidou o fim do poder dissuasivo de “Israel” e dos EUA no Oriente Próximo.

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