A partir do segundo semestre deste ano, várias categorias de trabalhadores estarão em campanha salarial.
Dentre os vários setores importantes, que já protagonizaram e protagonizam gigantescas mobilizações, estão os trabalhadores dos Correios, Petroleiros, Metalúrgicos e, logicamente, a categoria bancária que, devido a sua força e organização, já, inclusive, paralisou o Sistema Financeiro Nacional.
Nesse sentido – de unificação da classe trabalhadora para o próximo período -, uma iniciativa de extrema importância foi dada pelo Presidente da FETEC/CN/CUT (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte) e diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Rodrigo Brito, que enviou, no último dia 27 de maio, um ofício ao Secretário-Geral da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FENTECT), Emerson Marinho, solicitando uma reunião para discutir a possibilidade da unificação das categorias (bancários e ecetistas), que tem data-base no segundo semestre. Segundo Brito, a proposta vai no sentido de que ambas as categorias “possam estabelecer uma parceria estratégica nas nossas campanhas salariais de 2024” (Site Fetec/cn/cut 27.05.2024).
A atual situação política está marcada por um enorme aprofundamento da crise econômica e pela incapacidade do governo Lula superar a enorme barreira da direita reacionária instalada no Congresso Nacional e, até mesmo, dentro do próprio governo, como, por exemplo, por meio da ministra do Planejamento, Simone Tebet (PSDB). Tebet, em meio à maior catástrofe que o Rio Grande do Sul já viu, reiterou a importância da política de austeridade fiscal, enfatizando que apenas uma porcentagem limitada do aumento da receita está disponível para gastos, com um rigoroso limite de 2,5% para aumento real. Algo que mostra a sua prioridade para os cortes de gastos em detrimento das necessidades da população, especialmente em momentos de crise como a atual.
Os trabalhadores têm respondido à situação com luta, basta ver o que acontece com os trabalhadores da educação e os servidores públicos que, hoje, se encontram em greve por melhores salários. Uma das causas do pouco resultado dessas mobilizações é justamente a falta da unificação dessas lutas isoladas, ou seja, uma plataforma comum de reivindicações, um plano de luta e medidas efetivas para unificação dessas greves.
As categorias que, a partir de junho, já estarão se preparando para as suas campanhas salariais, precisam preparar um plano de unificação dessas lutas isoladas. Nesse sentido, é necessário, de imediato, ter um plano para unificar essas lutas e mobilizações, dando-lhes uma perspectiva comum para que sigam vitoriosas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) deve convocar uma plenária nacional dessas categorias, a partir de uma ampla mobilização das bases, para elaborar um plano de lutas comum: contra as privatizações; Petrobrás 100% nacional, estatização do sistema financeiro; fim da “independência” do Banco Central; escala móvel de salários (reajuste automáticos para enfrentar a inflação), escala móvel de horas de trabalho (distribuição das horas de trabalho existentes entre todos os trabalhadores de uma empresa, em caso de redução da produção), estabilidade no emprego, reajuste salarial etc.
A proposta de unificação dessas categorias só tem sentido se estiver acompanhada de medidas que visem o avanço da luta em direção às conquistas das reivindicações. É necessário um plano de mobilização, com assembleias conjuntas em todos os sindicatos, com agitação nos bancos, fábricas e empresas, a partir de comandos de greve, plenárias regionais e estaduais da CUT, que culminem em uma plenária nacional com delegados eleitos nas assembleias de base nos sindicatos.