El Salvador, o menor país da América Central, é o que tem as maiores penas para as mulheres que abortam, voluntária e ou involuntariamente.
Em hipótese alguma o aborto é tolerado naquele país, nem nos casos em que há risco para a vida da mãe, ou em casos de anencefalia, nem mesmo estupro, que são as hipóteses admitidas na nossa constituição já bastante conservadora.
Em El Salvador, mesmo que a mulher tenha um aborto espontâneo será condenada a penas que variam de 2 a 8 anos de prisão.
Em casos em que o aborto for classificado como homicídio qualificado as penas ficam entre 20 a 50 anos de prisão.
O motivo principal para tamanha perseguição as mulheres é que, desde sua independência, El Salvador vem sendo dominado por governos lacaios do imperialismo. Consequentemente, o desenvolvimento social e econômico ficou restrito a uma pequena faixa da população, enquanto que o restante vive sobre condições de extrema pobreza e ignorância. E, atualmente, o país vive sob uma ditadura fascista, cujo ditador é o atual presidente, Nayib Bukele, que reprime o povo salvadorenho de 2019 com o apoio do imperialismo.
No caso do aborto, as mulheres salvadorenhas estão sujeitas a severas leis que não permitem sequer pensar em abortar, e quando isso ocorre já sabem que estão sujeitas a penas de prisão e preconceito social, como se realmente tivesse cometido um assassinato ou pior, um infanticídio.
Alguns exemplos do terror imposto às mulheres salvadorenhas podem ser observados nos seguintes casos:
Lilian foi presa no hospital após dar à luz um bebê e Alba no funeral de seu filho. Acusadas de matá-los, foram condenadas a 30 anos de prisão.
Lilian ficou oito anos atrás das grades e Alba dez. Sua libertação ocorreu apenas após uma revisão de sentença.
“Tive meu bebê normalmente, mas sofri uma ruptura no útero. Eles me sedaram para fazer uma curetagem. Três dias depois que acordei, descobri que ela havia morrido”, afirmou Lilian.
“Eu tinha 20 anos, uma filha de dois anos, um companheiro e um emprego quando isso aconteceu, em novembro de 2015, no hospital público de Santa Ana, no oeste de El Salvador.”
“Primeiro me acusaram de abandono e desamparo, mas a promotoria classificou o crime como “homicídio qualificado” e fui condenada em maio de 2016. Achei que minha vida estava arruinada para sempre”, disse ela.
Há um ano, diz, soube que sua filha morreu de sepse neonatal: “Se tivessem tratado a tempo, ela não teria morrido. Eu não teria perdido tantos anos da minha vida na prisão”.
Tal situação não ocorreria se o país não fosse dominado pelo imperialismo, que sempre apoiou esses governos direitistas e conservadores em todos os países oprimidos, a tal democracia americana levada a cabo pelos seus títeres em cada país.