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Vinícius Rodrigues

Militante do Partido da Causa Operária no Rio de Janeiro e membro da Direção Nacional da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Coluna

A classe operária do Irã é a vanguarda da luta no Oriente Médio

Aqueles que não compreendem a importância da classe operária podem olhar para onde a luta contra o imperialismo está em seu estágio mais avançado, o Oriente Médio

A guerra que ocorre no Oriente Médio começou com a heroica ação do Hamas e das demais organizações da luta armada palestina no dia 7 de outubro. No entanto, é impossível ignorar um dos atores nessa luta. O Hesbolá e os Ansar Alá (também chamados de Hutis) chamam muita atenção, mas a potência que muda completamente a correlação de força na região é a República Islâmico do Irã. Ela surgiu da Revolução Operaria de 1979, que, de certa forma, continua atualmente.

O Irã é de primeira importância por ter um governo independente do imperialismo, semelhante ao da Rússia de Putin, mas com uma política externa muito mais agressiva. O Irã arma grupos revolucionárias nacionalistas na Palestina, no Líbano, no Iêmen e no Iraque, isso citando apenas os casos conhecidos. O chamado Eixo da Resistência existe, apesar da independência dos grupos de cada país, em grande parte em torno do Irã.

O ponto de inflexão do domínio imperialista na região foi justamente a Revolução de 1979. O Irã naquele momento se libertou da ditadura do Xá, imposta pelos EUA. Depois disso, o Hesbolá surgiu e conseguiu derrotar a ocupação israelense; o Iraque foi invadido e destruído, mas os EUA não tiveram a vitória politica. Na Síria, o imperialismo destruiu o país, mas nem mesmo conseguiu derrubar o governo. Vendo a história cronologicamente, fica claro que as derrotas do imperialismo foram cada vez mais rápidas e maiores.

O novo ponto de virada foi em 2021, com a vitória do Talibã. Ali ficou claro que o imperialismo estava falido, que perderia todo o Oriente Médio. E quem não poderia deixar de ser a força decisiva nesse processo? O Irã, após 40 anos de experiência e desenvolvimento de governo nacionalista. O Irã atual é uma verdadeira potência militar, foi inclusive importante na derrota ucraniana ao exportar drones para a Rússia. Em meio a uma região totalmente devastada pelas intervenções do imperialismo, o Irã apenas se fortaleceu. E a causa disso é uma: a classe operária.

Toda essa explicação é uma demonstração de que a luta essencial na sociedade capitalista é a luta entre a classe operária e o imperialismo. O Irã, desde antes da década de 1970, possui a maior classe operária da região. A prova maior de sua força é a própria revolução. O Oriente Médio foi palco de muitas revoluções contra o imperialismo no século XX, mas a única revolução operária foi a iraniana. Essa compreensão se perde, pois ela não foi dirigida por um partido operário, mas pelos aiatolás xiitas. A Revolução foi contida, não gerou um Estado operário, e mesmo assim abalou totalmente o mundo. É mais uma demonstração da força da classe operária.

A contradição maior no Oriente Médio, portanto, é uma demonstração da contradição geral do capitalismo. De um lado, a maior potência imperialista da história, os EUA. Do outro, o país com a maior classe operária, tão imponente que fez uma revolução que até hoje não foi derrotada, mesmo sem ela ter propriamente tomado o poder. E, sendo a classe operária uma classe internacional, a Revolução de 1979 será vitoriosa em todo o Oriente Médio. O imperialismo será derrotado completamente pela classe operária do Irã, da Palestina, do Iraque, da Síria, do Líbano e de todos os demais países árabes.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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