Cerca de 45.000 trabalhadores dos portos mais movimentados dos EUA, representados pela International Longshoremen’s Association (ILA), estão ameaçando começar uma greve na próxima semana, caso as negociações salariais com a United States Maritime Alliance (USMX) não avancem. A ILA acusa a USMX de fazer ofertas inadequadas, especialmente em relação a aumentos salariais e à introdução de automação nos portos, que irá gerar demissões. A greve, prevista para terça-feira, afetaria 36 portos ao longo das costas leste e do Golfo dos EUA, sendo a primeira desde 1977.
A automação nas operações portuárias é um ponto crítico nas negociações. A ILA afirma que a introdução de sistemas automatizados, como o auto-gate para processar caminhões, está substituindo o trabalho dos sindicalizados. O sindicato exige aumentos salariais, melhores benefícios de saúde e a proibição de terminais automatizados ou semi-automatizados. A USMX, por sua vez, afirmou que continua disposta a negociar e sugeriu a mediação federal, mas acusa a ILA de não querer retomar as conversas.
As demandas salariais da ILA incluem um aumento de US$ 5 por hora a cada ano em um contrato de seis anos, que equivaleria a um aumento anual de 9,98%. O sindicato também está buscando apoio internacional para a greve, sinalizando que espera a solidariedade entre trabalhadores portuários de todo o mundo. Se a greve acontecer, pode custar à economia norte-americana bilhões de dólares por dia e causar grandes interrupções no comércio.
Recentemente, em 2023, os trabalhadores portuários da costa oeste dos EUA fecharam um acordo semelhante, garantindo aumentos salariais de 32% em seis anos. Isso serve de precedente para as demandas atuais da ILA, que vê a greve iminente como uma luta necessária para garantir a preservação dos empregos e dos direitos trabalhistas diante do avanço da automação nas operações portuárias.