O congolês Patrice Émery Lumumba foi um ex-trabalhador dos correios que começou a chamar a atenção por ser considerado um orador de grande talento, cujas ideias atraíram a atenção de muitas pessoas que viviam em condições miseráveis em um país riquíssimos em vários tipos de minérios. Embebido de suas convicções nacionalistas, em 1958, Lumumba criou o Movimento Nacional Congolês (MNC), então o primeiro partido africano formado com base não em uma etnia, mas nos interesses nacionais do povo da República Democrática do Congo.
Após ser preso por seus oponentes e trancafiado em uma cela onde era constantemente maltratado, Lumumba foi libertado em 1960 para participar das eleições legislativas que iriam tornar o Congo, até então colônia da Bélgica, um país finalmente independente.
O MNC sairia vitorioso das eleições legislativas que em 30 de junho de 1960 declararam a independência do país africano e Lumumba foi empossado no cargo de primeiro-ministro.
A partir da posse de Lumumba como primeiro ministro, não tardaram a se iniciar a ira contra as ideias progressistas de Lumumba, que acreditava que as riquezas minerais da África deveriam servir aos africanos e não às empresas multinacionais e aos interesses estrangeiros.
Cercado por inimigos de todos os lados – separatistas belgas, o governo colonial da África do Sul e o governo dos Estados Unidos -, Lumumba recorreu à ajuda da União Soviética. Lumumba começava então a ser visto pelo governo norte americano como uma grande ameaça, como um provável “novo Fidel castro”.
Além de defensor nacionalista do seu país, ele também lutava pela união de toda a África para o povo africano e, agora com laços estreitados com a União Soviética, passaria a ser taxado como comunista.
Por meio de um golpe arquitetado pelos separatistas belgas com o apoio do governo norte americano, Lumumba foi preso pelo comandante em chefe das forças armadas belga, Mobutu, torturado e acusado de incitar o exército à rebelião.
Após um impasse político entre os Estados Unidos e a União Soviética sobre a prisão ilegal de Lumumba, a ONU autorizou a transferência do líder congolês para a cidade de Katanga, onde estava o movimento separatista apoiado pelo governo colonial da África do Sul.
Em Katanga, Lumumba foi executado em condições até hoje misteriosas.
Com o assassinato de Lumumba, Mobutu subiu ao poder com o apoio dos EUA e iniciaram-se a partir daí décadas de conflitos internos, ditaduras e declínio econômico do país africano.