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Supremo Tribunal Federal

Zanin está certo em não fazer do STF um tribunal que cria leis

Ministro indicado por Lula foi criticado por posições tomadas recentemente

Caso um dia fosse publicado no Diário Oficial da União a abertura de um concurso de pior ministro do governo Lula, não há dúvidas de quem receberia o prêmio no final. Flávio Dino, ex-PCdoB e atual PSB, mereceria ainda um prêmio à parte por incompetência, uma vez que, enquanto ministro da Justiça, se deixou enganar por todos e não previu a invasão do dia 8 de janeiro, e um outro prêmio de discípulo do ano, já que se dedicou a seguir cada passo do ex-juiz bolsonarista Sergio Moro. Dino é um completo desastre, uma figura nefasta para o governo, que está em missão para aplicar o programa repressivo e reacionário do PSDB para o Poder Judiciário. No entanto, a imprensa raramente o critica, nem muito menos tenta jogar os apoiadores do governo contra essa aberração.

Por outro lado, Cristiano Zanin, ex-advogado pessoal do presidente Lula e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), passou a constar diariamente nos jornais da grande imprensa. E o que dizem: que Zanin não seria “progressista” e que estaria contrariando os apoiadores do governo. De maneira calhorda, a imprensa golpista ainda se vale das supostas críticas a Zanin, feitas, em geral, não por pessoas de esquerda, mas sim por elementos direitistas e oportunistas, para reforçar a campanha que a burguesia lançou antes da indicação do ex-advogado de Lula: a de que o STF precisaria de uma mulher negra.

Não há dúvidas de que tudo se trata de uma intriga. A burguesia não tem preocupação alguma com ter ou não um ministro “progressista” no STF – fosse assim, não sobrariam motivos, todos os dias, para criticar duramente o senhor Flávio Dino. O objetivo é, na verdade, estimular uma desconfiança da base do governo com uma pessoa de confiança do presidente.

O que chama ainda mais a atenção é o pretexto usado pela burguesia para criticar o suposto “conservadorismo” de Cristiano Zanin. O ministro estaria “traindo” a base do governo por ter votado contra a descriminalização da maconha, contra a transformação das ofensas contra homossexuais em crime de racismo, entre outras coisas. No entanto, o debate que deve ser feito – mas que hoje em dia é completamente ignorado – não é quais são as posições pessoas de Zanin sobre cada tema. Zanin não é deputado federal, não representa um segmento da sociedade: ele é um juiz e, como tal, sua atuação deve ser meramente técnica. Isto é, seu papel é aplicar a Lei.

Zanin, que sempre se disse uma pessoa “técnica”, considera que o STF não deve fazer a Lei no País. E não há nada de errado nisso. Pelo contrário: é a única posição que alguém progressista poderia ter. Progressista não é usar o STF para criar uma determinada lei que vá beneficiar a esquerda, é defender que o STF não atue como uma instituição legislativa. Essa atuação do STF, que se tornou absolutamente banal para os outros dez ministros, é uma monstruosidade no sistema político representativo. Afinal, por que motivo a esquerda deveria dar, para onze pessoas que sequer foram eleitas, o poder de criar leis?

Esse tipo de regime político, em que uma minoria não eleita dita as leis, só serve à burguesia, que consegue com muito mais facilidade corromper e controlar uma Corte como o STF que a Câmara dos Deputados.

A postura de Zanin diante do STF merece ser aplaudida. O STF, cuja existência já é, em si desnecessária em um regime verdadeiramente democrático, deveria se restringir a fiscalizar o cumprimento da Lei. Por pior que seja o Congresso Nacional, o papel de legislar deve ficar exclusivamente com ele.

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