Nesta semana, o atual presidente da China, Xi Jinping, foi reeleito para seu terceiro mandato à frente da República Popular Chinesa. Jinping, no seu discurso, foi efetivo contra qualquer intervenção exterior na luta pela soberania chinesa, em uma posição de recado para os Estados Unidos.
“Devemos converter o Exército Popular de Libertação em um grande muro de aço que proteja efetivamente a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento”
Xi Jinping
O presidente em nenhum momento do discurso foi cauteloso e, de fato, apontou na direção de promover ativamente o desenvolvimento das relações entre ambos os lados do estreito de Taiwan.
Também na quinta-feira (16), o Ministério das Relações Exteriores da China se pronunciou em relação às reivindicações territoriais do Japão sobre águas disputadas no Mar da China Oriental, chamando a medida de “grave violação” da soberania chinesa.
“Os navios da guarda costeira chinesa fazem a aplicação da lei no local, de acordo com a legislação, é uma medida legítima para salvaguardar a soberania chinesa”
Wang Wenbin
Wang estava respondendo a uma pergunta sobre a guarda costeira do Japão ter dito que os navios da guarda costeira chinesa violaram as águas territoriais japonesas em torno das disputadas ilhas do Mar da China Oriental. A guarda costeira da China disse na quarta-feira que entrou nas águas para combater o que chamou de incursão de navios japoneses em águas territoriais chinesas. Os fatos mostram um aumento da tensão entre os chineses e o imperialismo, colocando o movimento bélico dos países na pauta do dia.
O discurso se dá em meio à intervenção russa na Ucrânia, em uma luta da própria Federação Russa por soberania em outro conflito de uma país subdesenvolvido contra o imperialismo. A polarização entre China-Rússia e o imperialismo mundial é crescente e tende a acentuar-se muito no próximo período. A crise dos países imperialistas – como a quebra dos bancos americanos – não permitirá uma suposta “paz” como vem acontecendo, e a tendência da polarização é um enfrentamento entre os países, sendo esta direta, através da guerra, ou indireta, via embargos e acordos comerciais.
Estamos acompanhando nos últimos dias a pressão do governo americano em relação à empresa chinesa Tik Tok. Tramita no Congresso norte-americano um projeto de lei que visa proibir empresas estrangeiras de operar no país em caso de “ameaças à segurança nacional”, podendo banir softwares da Rússia e da China. O governo do país acredita que a coleta de dados no aplicativo, como biometria e localização, por exemplo, podem ir para o governo chinês. Uma contradição clara com a alegação de que os Estados Unidos seriam a terra da liberdade.
Os exercícios militares chineses mostram a própria necessidade do país em se organizar para o possível enfrentamento. A China vê claramente uma necessidade no investimento bélico como defesa própria do seu território e seus interesses comerciais. Não é um problema abstrato ou de técnica, mas puramente material: a defesa da sua soberania e sua economia frente ao imperialismo.
Um partido revolucionário não pode titubear qual lado se colocar. O imperialismo vê-se em frangalhos e os setores anti-imperialistas, mesmo que nacionalistas burgueses, propõem e colocam em pauta uma luta real e armada contra o maior inimigo dos trabalhadores já visto na história. É uma crise que pode colocar os trabalhadores na vanguarda de uma luta revolucionária, visto que a guerra abriria uma crise ainda maior na economia dos países imperialistas. Achar que um destes países que lutam contra o imperialismo são anti-democráticos e usar o identitarismo para atacá-los é uma traição, uma capitulação e apoio diante do maior exterminador de trabalhadores da história moderna: o imperialismo.
