Identitarismo 

União Civil, mais uma desculpa dos morenistas para atacar Lula

Vale tudo para apoiar a política golpista de esquerda contra o governo Lula, agora foi a vez de afirmar que o PT além de direitista é LGBTfóbico

A esquerda pequeno-burguesa pode ser categorizada desta forma justamente por sofrer as mesmas influências da pequena burguesia como um todo. Fica a reboque das modas propagadas pelo imperialismo e divulgadas pela imprensa burguesa. O identitarismo é a expressão mais bem acabada disso, e o PSTU se tornou um grande proponente dessa política, principalmente na questão LGBT. E, condizendo com a sua política de combater o governo Lula, o partido morenista usa a questão LGBT como ponta de lança para atacar o PT. Na prática, atuam como uma ONG imperialista que faz campanha contra um governo nacionalista. É o que esta presente em seu artigo: “O aumento da oposição à “união civil” entre LGBTI+: sintoma de um sistema doente”.

O gancho usado para o artigo do PSTU é a pesquisa do Poder 360 que revelou que, “atualmente, 46% da população são contrários à união civil entre LGBTI+; enquanto 44% se dizem favoráveis (mesmo patamar desde junho de 2022). Em janeiro de 2021, o índice de favoráveis era de 51% e o de contrários chegava 33%.” Ou seja, caso a pesquisa seja verdadeira, houve um considerável aumento do preconceito contra a minoria LGBT que se expressa na rejeição a união civil. Mas, a partir desse dado, o PSTU desenvolve uma política absurda que termina em ataques ao governo Dilma, ao governo Lula e ao PT em geral.

Para os morenistas: “Por trás destes índices, evidentemente, estão as garras ultraconservadoras, fundamentalistas e LGBTIfóbicas de Bolsonaro, Damares e toda corja da extrema-direita. Como também é óbvio que eles refletem a profunda polarização que divide o país.” A tese que o bolsonarismo estimula esse preconceito é incompleta. O PSTU aqui ignora que o identitarismo é muito repudiado por um enorme setor da classe operária. Dentre esses, os mais conservadores identificam o problema com o LGBT, algo de que o bolsonarismo se aproveita. E esse fenômeno não é brasileiro, mas mundial. Na Sérvia, por exemplo, um dos maiores atos contra a OTAN em 2022 se deu na forma de uma marcha religiosa a favor da família tradicional.

Os LGBTs, devido à propaganda do identitarismo, são identificados com a Globo, com Joe Biden, com o Itaú, etc. Eles aparecem como aliados dos maiores inimigos dos trabalhadores, o que é algo perigosíssimo. Foi esse tipo de relação que levou a massacres como o dos tutsis em Ruanda, dos armênios na Turquia e dos judeus na Alemanha nazista. A proteção da minoria LGBT passa necessariamente por essa denúncia, pois o identitarismo é um claro perigo para essa população. A própria pesquisa deixa claro que a ideologia é um desastre, mesmo com um financiamento bilionário a população brasileira não está se tornando mais tolerante com a minoria LGBT.

O PSTU usa a questão LGBT para atacar Lula: “Apresentado pela bancada petista em 2001 (como nome PL 5003), em função da forte pressão do movimento LGBTI+, o projeto, já modificado, chegou a ser aprovado no plenário da Câmara, em 2005, sendo, então, encaminhado para o Senado, onde foi renomeado como PL 122. Daí pra frente, a história só foi ladeira abaixo, empurrada fundamentalmente por obra e vontade do próprio PT, sempre sob a farsesca justificativa de que é “melhor uma reforma mínima do que nenhuma”, mas, essencialmente, para garantir a tal governabilidade.” A PL 122 é a que criminaliza a homofobia, ou seja, a política reacionária passada pelo STF anos depois.

Aqui, primeiro, é preciso destacar que o PSTU deveria então elogiar o governo Lula atual por aumentar o crime de injúria racial e ter tantos identitários indicados para ministério, o que é, na verdade, um dos grandes defeitos do governo. Segundo, é preciso denunciar a política repressiva do identitarismo, a solução apresentada para todas as questões sociais é mais repressão, mais penas, mais policia, mais presídios, é um absurdo, uma política da direita. Tanto é assim que quem aprovou por fim a criminalização da homofobia foi o STF, no período que ele ainda era odiado pela esquerda, quando mantinha a Lula preso ilegalmente. O PSTU em sua atual forma identitária aprova essa política reacionária de aumentar a repressão do Estado burguês, uma falha grave para os autoproclamados trotskistas.

A política oportunista do PSTU se expressa muito bem neste momento. Eles atacam o governo Lula de forma esquerdista usando a questão da moda, querem angariar uma base se apresentando como um setor à esquerda do PT. Foi a mesma tese que usaram em 2016, durante o golpe contra a presidenta Dilma, e que os fez na prática, atuar como uma esquerda golpista. Os morenistas fazem uma campanha como o PSDB, como se fossem Eduardo Leite, são grandes defensores dos LGBTs contra os velhos petistas que têm uma política enrustida, muito operária, que não leva em consideração essas questões. Isso, mesmo com o governo Lula não tendo apresentando nenhum sinal de acordo com os setores evangélicos.

O PSTU, no texto, revive todos os seus ataques ao governo do PT que realizava durante os governos Lula e Dilma. Aproveita a questão LGBT para lembrar figuras como Marcos Feliciano e Palocci. Válidas ou não, as críticas ao passado não são mais uma forma de atacar o atual governo Lula. Em 44 anos de política, o presidente Lula certamente tomou muitas medidas que o próprio PCO não concorda, mas não faz sentido ficar relembrando águas passadas, o correto é criticar os erros do governo atual. E um dos maiores dele é justamente a questão do identitarismo, que recebeu 3 ministérios que, na prática, atuam contra o governo Lula. Mas, denunciar o imperialismo infiltrado no governo não é possível para uma organização que não tem a capacidade de ver a luta de Lula contra o imperialismo.

O texto fecha levantando as pautas identitárias e atacando o PT mais uma vez: “Algo que, lamentavelmente, não seria uma novidade. Afinal, poderíamos citar uma infinidade de dados que demonstram como o machismo, a LGBTIfobia, o racismo, a xenofobia etc. não só correram soltas nas últimas décadas, com a manutenção do genocídio da juventude negra, terríveis casos de feminicídio e a permanência do Brasil no vergonhoso posto do país que mais mata LGBTI+ no mundo, inclusive sob as administrações petistas.” A questão que fica é: após a derrubada do governo Dilma, que o PSTU apoiou, será que a qualidade de vida dos LGBTs melhorou ou piorou? Sobre isso, e tudo relacionado ao golpe de 2016, os morenistas preferem não comentar.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.